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Testemunha da História

Silvio Luiz foi um repórter 'faz-tudo' no Canal 7

A estrutura da TV Record era bem maior que a da TV Paulista, assim Silvio Luiz aproveitou e se interessou por outras áreas. 

Testemunha da História|por Gilson Silveira

A função principal de Silvio Luiz era repórter esportivo, mas também atuaria nos teleteatros do Canal 7, com o charmoso nome de Sob a Luz dos Refletores. O diretor de televisão Hélio Ansaldo, aproveitando a repercussão mundial de um caso real de pena de morte nos Estados Unidos, produziu e dirigiu uma adaptação dessa história: Cela 2477 - Corredor da Morte, que tinha Randal Juliano no papel principal e Silvio como vilão, realizando uma atuação muito elogiada pela crítica.

Silvio Luiz (a esquerda) com Gilberto Chagas no especial Cela 2477 - Corredor da Morte.
Silvio Luiz (a esquerda) com Gilberto Chagas no especial Cela 2477 - Corredor da Morte.

Silvio também fez o papel de Julinho, um dos filhos de dona Lola, na primeira versão produzida na televisão de Éramos Seis, em 1958. A história de Maria José Dupré foi adaptada e dirigida por Ciro Bassini e os capítulos eram ao vivo. Iam ao ar três vezes por semana, em dias intercalados. Gessy Fonseca (dona Lola), Gilberto Chagas (Júlio, o pai), Arlete Montenegro (Isabel), Randal Juliano (Carlos) e Fábio Cardoso (Alfredo) completavam o elenco principal. Para envelhecer o personagem de Silvio, a maquiagem colocou um bigode castanho-escuro que contrastava demais com o cabelo loiro do ator/repórter.

Ele trabalhou como câmera de estúdio diversas vezes mesmo com corpo magro que contrastava os cem quilos do equipamento. Silvio aceitava qualquer convite de trabalho, além de aumentar seus conhecimentos, sempre ganhavam cachê que ajudava no salário mensal. Até a acompanhar o técnico dos transmissores de sinal microondas no alto dos morros para ajudá-lo a desmontar.

Silvio Luiz com seu microfone volante
Silvio Luiz com seu microfone volante

No Sportvisão, um resumo geral dos acontecimentos no esporte, Silvio Luiz era o apresentador e produtor. Usava muito a equipe da Rádio Panamericana (atual Jovem Pan, que também pertencente a Paulo Machado de Carvalho). Narciso Vernizzi entrava no ar pelo telefone com as últimas notícias. Para o quadro, Silvio sugeriu uma sequência de imagens de filme com cenas de Vernizzi ao telefone, dando a impressão de que ele estava ao vivo.


O lado cómico de Silvio surgiu em um quadro no programa Risos e Melodias, com a estrela Virgínia Lane. Também produziu e comandou o programa Sete Dias no Prado com dicas para os apostadores do turfe que indicavam as barbadas e premiava o melhor jóquei da semana.

Foi imitador, dublador e dançarino no Astros do Disco, onde eram apresentados os grandes sucessos musicais do momento. Como não havia videoclipe, a solução então era usar seu topete e improvisa. Quando dublava o rei do rock, Elvis Presley, arrancava elogios do público, principalmente o feminino.


Silvio Luiz com Rubens, zagueiro do Taubaté
Silvio Luiz com Rubens, zagueiro do Taubaté

Em outras épocas, Silvio Luiz participou de diversas coberturas esportivas como Copas do Mundo e Olimpíadas. Também comandou outros programas, como o Clube dos Esportistas. Mas estas são histórias para outros posts.

* com informações do livro "Olho no Lance", de Wagner Willian, ed. Best Seller, 2002 


Confira a entrevista do Silvio Luiz no Programa de Todos os Programas, apresentado por Flávio Ricco e Dani Bavoso:

No próximo post:Uma série de gafes. Pra começar, uma invasão no estúdio.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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