Ghost - O atual Pop/Rock dos anos 70
O Rock Clássico da banda sueca que vem conquistando os ouvidos dos roqueiros com seu som vintage moderno, hipnótico e teatral
Toque Toque|LEO VON, do R7
Nesse último Halloween, recebemos alguns amigos em casa e minha esposa estava procurando uma trilha sonora que fosse coerente com pizza e vinho à luz de velas. Colocou as composições de Bach para órgão, as clássicas dançantes como Monster Mash, Thriller do Michael Jackson, e esses clichês todos. O que ela realmente queria ouvir era Ghost, uma banda de Pop/Metal da Suécia da qual nós dois gostamos muito, mas provavelmente não iria agradar nossos convidados.
Isso me lembrou o Halloween de 2015. Eu estava morando em Las Vegas, e tinha acabado de descobrir essa banda. Li uma matéria na Revolver Magazine sobre um cover que eles haviam feito de uma música que nunca tinha ouvido, mas que tinha sido produzida pelo Dave Grohl do Nirvana e Foo Fighters. A canção era “If You Have Ghosts”. Era uma mistura de Beatles com Black Sabbath, um lance de Blue Oyster Cult com homenagens aos seus conterrâneos do Abba, uma instrumentação de muito bom gosto, voz agradável, um som hipnótico e sedutor.
Acabei ouvindo tudo que eles haviam lançado até então e fiquei viciado. Era como se fosse um grupo dos anos 70 que eu só tinha descoberto então, mas eles eram atuais, modernos, pop, rock, metal, com um visual chocante e muito interessante. Os vídeos usavam até câmeras com filme da época e que me lembraram os episódios de terror do Chapolin Colorado, realmente anos setenta.
A temática era um tanto quanto controversa para os mais religiosos norte-americanos e assim, como no auge do Rock’n Roll, a banda foi alvo de críticas por seus temas sinistros. Sempre encarei isso como algo folclórico, expressão artística. Era como voltar no tempo e conseguir viver tudo aquilo que só ouvíamos em histórias sobre nossos ídolos do Rock'n Roll de antigamente. O Ghost estava mantendo o rock vivo, e pela primeira vez eu puder vivenciar o anseio da espera de um novo lançamento fonográfico com o disco seguinte que seria Meliora.
Assim que chegou nas lojas, comprei o CD. Coisa que eu não fazia há muito tempo! Pouco depois, vi que eles tocariam no House of Blues em Las Vegas. O preço era bem em conta, $25 dólares por ingresso, que deve ter chegado a $30 com impostos e taxas adicionais. Diferente dos shows que estava acostumado (a não ir) com preços entre $150 e $500 dólares. O dia do show, 31 de Outubro de 2015, Halloween. Na semana do evento, como celebração ao Halloween eles se apresentaram no Stephen Colbert, um dos “late night talk shows” mais populares dos EUA, o Late Show.
Convidei meu amigo, Renato Marteleto, também fã de classic rock (aquele que me deu de presente o show do Rush também em Vegas (leia aqui)) e juntos fomos ao Hotel Cassino Mandalay Bay, onde fica o House of Blues. Na fila, uma legião seguidores da banda ainda com uma base de fãs em formação. Foi muito legal fazer parte desse momento em que uma banda que você sabe que vai fazer muito sucesso, ainda está crescendo, coisa que também só ouvia dizer sobre as histórias das bandas que cresci ouvindo.
O show foi excelente. Ainda pequeno em estrutura, o som era gigante. As músicas todas muito bem executadas e muitos dos espectadores usando maquiagem, roupas e fantasias por conta do Halloween. Desde então sou um grande fã dessa banda que lançou, depois dessa época, um dos melhores discos de pop/rock dos últimos tempos, o Prequelle de 2018. Mas isso é assunto para outro dia.
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