Comer chocolate e ingerir ossos: entenda os mitos e as verdades da dieta canina
Especialistas desmitificam alguns pontos e elencam realidades sobre os alimentos e cuidados necessários para tomar com cães
RPet|André Barbeiro*, do R7
A história de cachorros com humanos é longa e vem de séculos atrás. Há cada ano que passa, mais estreita é essa relação. Hoje em dia, os tutores desses animais domésticos receberam até uma nomenclatura mais carinhosa: "pais de pet". Porém, mesmo que o cotidiano una essas espécies, ainda existem algumas dúvidas sobre a dieta desses bichos. Para derrubar alguns mitos, o RPet conversou com especialistas que contam a verdade sobre os alimentos adequados e apresentam cuidados necessários para tomar com os cães.
Cecilia Zarif, veterinária da Vet Quality, alerta para alguns pontos de atenção que são necessários quando o assunto é dieta canina. "Opte por alimentos completos e balanceados que atendam integralmente às necessidades nutricionais do animal, considerando sua saúde e rotina familiar", aconselha.
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"Evite dar restos de comida aos pets. Isso não fornece todos os nutrientes necessários e pode causar intoxicação. Alimentação natural é diferente da nossa e requer ingredientes específicos", continua.
São carnívoros?
Isabella Campos Melo, médica-veterinária, desnuda a ideia de os cães serem carnívoros, ou seja, de terem uma dieta que apenas contém proteína animal. "Eles são capazes de metabolizar tanto o conteúdo animal quanto o vegetal", afirma.
"Os cachorros são classificados como onívoros. Não é adequado que esses animais tenham uma dieta 100% de conteúdo vegetal, eles conseguem metabolizar essa parte e também carboidratos, por exemplo", explica.
Chocolate é tóxico?
A especialista lembra que o chocolate não deve estar na dieta dos cachorros. "Ele tem uma substância chamada teobromina, que o fígado não consegue metabolizar por inteiro, o que causa toxicidade", diz Isabella.
A profissional afirma ainda que o chocolate age no sistema nervoso do cão e que isso pode trazer problemas sérios para a saúde do animal. "O cachorro acaba urinando mais vezes, também pode haver vasoconstrição [que é uma diminuição no diâmetro dos vasos sanguíneos], arritmia, diarreias, vômitos. Pode até levar o bicho a óbito."
Precisa trocar de ração?
Não é necessário trocar a ração, mesmo que o pet consuma o mesmo alimento há meses ou anos, segundo Isabella. "Isso só muda se o cachorro passar a apresentar algum enjoo, vômito, diminuir a quantidade que come."
Cecilia ressalta que, se houver troca da comida, é importante que ela seja feita de forma gradual. "Para mudar a dieta do pet, a transição tem que ser feita ao longo de sete a dez dias. Isso ajuda na adaptação, seja migrando de ração para alimentação natural ou vice-versa."
Ela ainda pede atenção dos tutores sobre possíveis alergias alimentares. "É necessário escolher rações com proteína hidrolisada ou adotar uma alimentação natural com ingredientes hipoalergênicos para aliviar coceiras e desconfortos."
Cães podem comer ossos?
Isabella afirma que os ossos podem, sim, fazer parte da alimentação canina; contudo, ela destaca que é necessário tomar cuidado com o tipo de osso fornecido ao animal. "Os ossos de aves, após cozidos, sofrem algumas alterações que formam lascas, e os cachorros que ingerirem esse [tipo de] osso podem ter alguma perfuração ou ficar engasgados."
"Os bovinos e os suínos são indicados e trazem benefícios. O principal é que ajudam na limpeza dos dentes, por exemplo", diz a profissional.
"Escolher o melhor alimento é fundamental para garantir a qualidade de vida do seu pet", lembra Cecília sobre os cuidados que são importantes tomar para garantir a saúde do animal.
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* Sob a supervisão de Camila Juliotti