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‘Pokémon shiny’ da vida real? Fotógrafo diz ter gravado primeiro lince-ibérico branco

Felino de coloração clara teria sido encontrado em Jaén, na região espanhola da Andaluzia

RPet|Do R7

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Fotógrafo espanhol registra o primeiro lince-ibérico leucístico em Jaén, Espanha.
  • O leucismo, uma mutação genética rara, causa pelagem clara, mas não afeta a cor dos olhos.
  • O achado gerou comparações com "Pokémon shiny" nas redes sociais, aumentando a conscientização ecológica.
  • Um segundo lince branco foi observado na mesma região, mas sua mudança de cor é temporária e pode estar relacionada a fatores ambientais.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Animal seria o primeiro lince-ibérico leucístico já encontrado na natureza Reprodução/Instagram/angeliyo_o

Um fotógrafo espanhol afirma ter conseguido registrar em vídeo o primeiro exemplar conhecido de um lince-ibérico leucístico, um animal de pelagem clara devido a uma mutação genética raríssima.

Segundo Ángel Hidalgo, de 29 anos, o flagrante aconteceu em 22 de outubro, em uma área rural de Jaén, na Espanha. O local exato está sendo mantido em segredo para proteger o felino.


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Hidalgo, que há anos dedica seu tempo livre instalando câmeras ocultas em áreas estratégicas para capturar animais selvagens afirmou ter ficado “em choque” ao perceber nas gravações o que parecia ser um lince com pelagem quase branca, em um caso que seria de leucismo e não de albinismo.


O leucismo é uma alteração genética que reduz a pigmentação da pele e do pelo, mas não afeta a cor dos olhos. Diferente do albinismo, não elimina toda a melanina. O registro está sendo considerado um marco histórico pelos biólogos do Projeto Lince, programa que atua na conservação da espécie, símbolo da fauna ibérica e ainda ameaçada de extinção.

O achado teve repercussão imediata nas redes sociais, especialmente entre fãs da franquia Pokémon, que compararam o animal a um “Pokémon shiny” — nome dado, nos jogos, a criaturas extremamente raras com cores diferentes das usuais. As brincadeiras se espalharam rapidamente pela internet, mas também ajudaram a popularizar o valor ecológico do registro.


Hidalgo apelidou o animal de “fantasma do Mediterrâneo”. Segundo ele, o momento coroa anos de tentativas frustradas de captar imagens únicas da vida selvagem da região. “Foram muitas horas, muitos erros, mas a natureza me recompensou com algo que talvez nunca mais se repita”, disse.


Poucos dias após o anúncio, técnicos do programa Life Lynx-Connect relataram outro caso incomum: um segundo lince branco observado também em Jaén. A diferença, segundo o coordenador Francisco Javier Salcedo, é que esse novo exemplar não apresenta leucismo nem albinismo e sua mudança de cor seria temporária, provocada por fatores ambientais.

Esse segundo animal, chamado Satureja, é uma fêmea nascida em liberdade em 2021 e monitorada por pesquisadores. Fotos anteriores mostram que ela tinha pigmentação normal antes de perder a coloração. No passado, outro caso semelhante foi registrado em Montoro, na província de Córdoba, e o felino acabou recuperando sua aparência original com o tempo.

Os cientistas acreditam que substâncias químicas usadas nos olivais da região possam estar interferindo na síntese da melanina, responsável pela coloração da pele e do pelo. Essa hipótese explicaria por que apenas alguns exemplares, possivelmente os mais sensíveis a esses agentes, são afetados.

Apesar da surpresa, os especialistas destacam que ambas as descobertas reforçam a necessidade de proteger o habitat natural do lince-ibérico, cuja população foi drasticamente reduzida nas últimas décadas. Hoje, a região da Andaluzia abriga a maior parte dos exemplares reintroduzidos na natureza.

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