Trabalho voluntário se reinventa para ajudar em meio à pandemia
Novas maneiras de ajudar foram criadas para superar o isolamento social e dar dar assistência a quem está precisando
Virtz|Karla Dunder, do R7
A ajuda ao próximo está presente no cotidiano de muitas pessoas, mesmo neste período de isolamento social por conta do combate ao novo coronavírus. Para facilitar essas boas ações, voluntários usam plataformas online para se conectar e dar assistência a quem precisa.
O isolamento não permite contato e aglomeração, mas nem por isso a solidariedade parou: vale fazer compras para uma pessoa que não pode sair de casa de jeito nenhum, participar de vaquinhas online para comprar cesta básica e ajudar quem está em vulnerabilidade social ou mesmo escrever cartas para as pessoas que estão sozinhas.
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Daniel Morais, fundador da plataforma Atados, que conecta voluntários a 2 mil Organizações Não Governamentais, observa que houve uma mudança no voluntariado por conta do isolamento, mas as ações continuam. "Com a quarentena, o trabalho voluntário se reinventou, num primeiro momento suspendemos todas as vagas no site e vimos que aumentou a demanda pelas vagas remotas."
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Surgiram duas linhas de trabalho: uma com ações imediatas para ajudar quem precisa durante a pandemia e outra de planejamento para ações futuras, no pós-pandemia.
Essas ações imediatas são escaláveis e fáceis de serem replicadas como o Vizinho Amigo, que conecta pessoas que podem fazer compras com aqueles que pertencem ao grupo de risco. Também foi organizada uma central de doações, os interessados colaboram diretamente com as instituições.
"Conectamos pessoas que precisam de orientação para receber o auxílio emergencial de R$ 600 via CadÚnico (Cadastro Único) com advogados ou assistentes sociais que possam ajudar a acessar o aplicativo", explica Daniel. O Juntos por Direitos auxilia a entender o processo burocrático desse sistema.
Segundo Daniel, diante das necessidades do momento, as ONGs tiveram de tomar medidas mais assistencialistas. "Houve um aumento do número de doação de cestas básicas, materiais de higiene e limpeza porque as pessoas realmente precisam de recursos materiais."
Solidariedade
Fora da plataforma, outras ações chamam a atenção como pessoas que optaram por trocar cartas com idosos que estão isolados sozinhos. A ideia começou na Itália e ganhou adeptos no Brasil. Grupos de Whatsapp se organizam para incentivar a doação sangue e garantir os estoques dos hemocentros.
No último sábado (18) o Casa de Vó, projeto criado em 2015 pela assistente social Vanessa Labigalini e que promove a dignidade necessária e urgente a pessoas em situação de rua na cidade de São Paulo, realizou uma feijoada solidária e bingo para arrecadar recursos para a entrega de cestas básicas, marmitas, água e detergente.
Além disso, tem o Banho pra Geral, uma carreta móvel com chuveiros que oferece banho para a população de rua. A ação está marcada para o próximo sábado (25) nas ruas da capital paulista.
Cesta Básica Digital
A campanha Corona no Paredão Fome Não da ONG Gerando Falcões faz uma ponte, por meio de uma rede de ONGs conveniadas, enviando cestas básicas digitais para eles distribuírem para famílias mais vulneráveis que vivem nas comunidades mais pobres.
Para diminuir o risco de contágio e conseguir escalar a iniciativa de forma rápida, cartões de alimentação com crédito de R$ 100 que podem ser usados nos mercados para as pessoas montarem as suas cestas de necessidades básicas.
Os vales-refeição estão sendo fornecidos pela Ticket, mas a ação conta com a ajuda de diversas empresas e doadores, como a Accenture, Alelo, Zup, Jorge Paulo Lemann (AB InBev), Abilio Diniz (Instituto Península), Pedro Bueno (Dasa), Olavo Setubal Jr. (Itaú), David Feffer (Suzano), Rubens Menin (MRV), Eugênio Mattar (Localiza) e os sócios da 3G Capital, Alexandre Behring, Mario Cunha Campos e Pedro Batista. E diversas pessoas que fizeram doações pela internet.