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Bebês reborn: saiba por que eles podem custar até R$ 15 mil

Bonecos hiper-realistas conquistam adultos, movimentam o comércio e despertam debates sobre saúde mental, memória e afeto

Viva a Vida|Do R7

'Bebês reborn' são bonecos que simulam características de bebês reais Divulgação

O universo dos bebês reborn, bonecos hiper-realistas que imitam recém-nascidos em detalhes minuciosos, ganhou visibilidade no Brasil com vídeos virais e forte presença nas redes sociais. Com preços que variam de R$ 150 a R$ 15 mil, esses bonecos são confeccionados artesanalmente, com cabelos implantados fio a fio, olhos importados, manchas de frio, veias pintadas com pincéis ultrafinos e até marquinha no braço de vacina BCG. O realismo tem atraído colecionadores, entusiastas e pessoas que veem neles uma forma de terapia.

A principal diferença entre um reborn e uma boneca comum está no grau de detalhamento e no trabalho manual envolvido. Produzidos com vinil ou silicone sólido — este último considerado o mais sofisticado —, os reborns podem levar semanas para serem finalizados.

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A valorização da peça também passa pelo reconhecimento da artista. Bebês feitos por artesãs renomadas com muitos seguidores nas redes tendem a ser mais caros. Além disso, o nível de personalização influencia no valor final. Há modelos que vêm com enxoval completo, certidão de nascimento, chupeta magnética e até simulações de parto empelicado, com líquido e bolsa plástica.


Enquanto um modelo simples, feito com materiais mais básicos e com um nível menor de detalhes pode ser encontrado online por R$ 150, os modelos avançados, feitos com silicone sólido e cabelos naturais não saem por menos de R$ 9.500.


Os usos dos bebês reborn vão além do colecionismo. Muitos são utilizados como instrumentos terapêuticos por pessoas em luto, idosos com Alzheimer e pacientes com depressão. Segundo relatos de artesãs, há clientes que compram para presentear bebês ainda não nascidos, e outros que realizam o sonho de infância já na terceira idade.

A origem do reborn remonta ao pós-Segunda Guerra Mundial, quando mulheres passaram a modificar bonecas para amenizar o luto. O termo “reborn”, ou “renascido”, surgiu nos anos 1990, com o aprimoramento das técnicas de pintura e montagem dos bonecos. Hoje, a produção envolve kits importados, tintas especiais, selantes, fornos halógenos e ferramentas precisas para dar textura realista à pele, olhos, cabelo e unhas.


Com o boom nas redes sociais, vídeos com bebês reborn em passeios, aniversários ou simulações de rotina parental passaram a somar milhões de visualizações. Influenciadoras aderiram à tendência, reforçando a presença do fenômeno no mercado. A estética dos bonecos e a dramatização de seus cuidados provocam uma resposta emocional que vai do fascínio à crítica, alimentando debates sobre sua função simbólica.

Apesar do crescimento da prática, não há dados consolidados sobre o mercado reborn no Brasil. Estima-se que mais de 150 artesãs atuem no setor. A ausência de regulação específica e o surgimento de polêmicas mostram que os bebês reborn ultrapassaram o status de brinquedo e de objetos de colecionadores.

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