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Invasão de fotógrafos pode ter provocado extinção de animal raro

Pesquisadores cogitaram a ação de predadores, mas descartaram a hipótese ao perceberem que os danos exigiriam ‘força maior’

Bichos|Do R7

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • A rã-galáxia, espécie rara e ameaçada, pode ter desaparecido devido à presença de fotógrafos na floresta tropical de Kerala, na Índia.
  • Pesquisadores notaram que o habitat dos animais foi destruído e relatos indicam que exemplares morreram após serem manuseados.
  • O pesquisador Rajkumar KP verificou que groups de fotográfos reviravam troncos em busca de rãs-galáxia, manipulando os animais sem luvas.
  • Especialistas alertam para a necessidade de práticas mais responsáveis na captura de imagens de espécies ameaçadas, como a rã-galáxia.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Grupo de rãs-galáxia está desaparecido e, segundo pesquisadores, pode estar morto Reprodução/Instagram/rajkumar_kp

A presença de fotógrafos na floresta tropical de Kerala, no sul da Índia, pode ter levado ao desaparecimento de um grupo de rãs-galáxia, espécie rara e ameaçada de extinção. A suspeita foi levantada por pesquisadores após a destruição do microhabitat onde os animais viviam e relatos de que alguns exemplares morreram depois de serem manuseados por humanos.

A rã-galáxia, cujo nome científico é Melanobatrachus indicus, é a única representante de sua família e habita áreas muito específicas da floresta tropical dos Gates Ocidentais. Pequena, com cerca do tamanho da ponta de um dedo, a espécie vive sob troncos caídos e depende de condições ambientais estáveis para sobreviver.


O alerta foi feito pelo pesquisador Rajkumar KP, membro da Sociedade Zoológica de Londres. No início de 2020, ele encontrou sete indivíduos da espécie em um trecho da floresta, mas ficou impedido de retornar ao local durante a pandemia de covid. Quando conseguiu voltar, os animais haviam desaparecido.

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“O grande e belo tronco caído que estava ali foi completamente quebrado e deslocado”, relatou Rajkumar. Segundo ele, a vegetação ao redor também havia sido pisoteada, e não havia mais sinais dos sapos.


Inicialmente, o pesquisador cogitou a ação de predadores, como mangustos, mas descartou a hipótese ao perceber que os danos exigiriam força maior. Ao questionar rastreadores da região, foi informado de que grupos de fotógrafos haviam frequentado o local.

“Ele mencionou que havia alguns fotógrafos visitando aquele local. Vários grupos pequenos”, disse Rajkumar. Outros rastreadores confirmaram que troncos eram revirados em busca da rã-galáxia. Ao encontrá-las, os fotógrafos capturavam os animais e os reposicionavam para obter imagens, sem o uso de luvas.


De acordo com um dos relatos, dois exemplares morreram após serem manuseados por tempo prolongado. “Naquele dia, pegaram cinco ou seis sapos e dois deles morreram”, contou o rastreador ao pesquisador.

Anfíbios respiram pela pele e são altamente sensíveis ao contato humano, o que torna esse tipo de interferência especialmente perigoso. Nos meses seguintes, Rajkumar realizou buscas repetidas na área, mas não voltou a encontrar nenhum indivíduo da espécie.


“Os funcionários do departamento florestal tentam impedir a vinda desse tipo de grupo. Mas eles usam autoridades superiores para obter permissão para tirar fotos”, afirmou o pesquisador, que disse ter se sentido impotente diante da situação.

O curador de répteis e anfíbios da Sociedade Zoológica de Londres, Benjamin Tapley, afirmou que a rã-galáxia representa um ramo antigo e insubstituível da evolução. “Eu faço uma careta toda vez que vejo uma foto de um sapo-galáxia. Eu só fico pensando o que aconteceu, como essa foto foi tirada e como o habitat foi afetado”, disse.

Segundo Tapley, a divulgação do caso busca incentivar práticas mais responsáveis. “Temos muita esperança de que possamos incentivar as pessoas a agirem de forma mais ética para que espécies incríveis como a rã-galáxia possam continuar a prosperar por milhões de anos.”

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