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Entenda o coma induzido, procedimento que paciente com ‘pior dor do mundo’ irá passar

Carolina Arruda aposta em procedimento extremo após seis cirurgias para tentar aliviar a neuralgia do trigêmeo que paralisa sua rotina

Viva a Vida|Do R7

A influenciadora Carolina Arruda, de 27 anos, sofre da chamada "pior dor do mundo" Reprodução/Instagram/caarrudar

A influenciadora mineira Carolina Arruda, de 27 anos, vai se submeter a um tratamento pouco comum e delicado para tentar aliviar a neuralgia do trigêmeo bilateral, uma doença rara que causa dores faciais extremas e contínuas.

Após mais de uma década enfrentando o que ela mesma chama de “a pior dor do mundo” e passar por seis cirurgias sem sucesso, a jovem optou pelo coma induzido, na tentativa de “reiniciar” o cérebro e permitir que os medicamentos passem a funcionar.

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A neuralgia do trigêmeo é um distúrbio neurológico que afeta o quinto nervo craniano, responsável pela sensibilidade e movimento de parte do rosto. Na prática, a condição provoca dores intensas e abruptas, semelhantes a choques elétricos, em áreas como bochechas, mandíbula e ao redor do nariz.


A condição, geralmente, afeta apenas um lado da face, mas no caso de Carolina, a forma é bilateral, atingindo ambos os lados, o que torna o quadro ainda mais severo e resistente ao tratamento.


Essa doença é rara, acometendo menos de 0,3% da população, e costuma atingir adultos, especialmente mulheres. Suas causas principais são a compressão do nervo por vasos sanguíneos anormais, lesões nervosas associadas a outras doenças como esclerose múltipla, ou causas idiopáticas, quando não é possível identificar uma alteração anatômica. Os ataques dolorosos podem durar segundos a minutos e ocorrer dezenas de vezes por dia, deixando o paciente incapacitado.


O tratamento inicial da neuralgia do trigêmeo envolve medicamentos anticonvulsivantes e antidepressivos que ajudam a controlar os disparos anormais do nervo. Porém, quando esses remédios não trazem alívio, opções cirúrgicas são consideradas. No caso de Carolina, além das seis cirurgias realizadas, que incluíram procedimentos como descompressão vascular e implantação de bombas de analgésicos e neuromoduladores, o alívio ainda não foi alcançado.

Por isso, a equipe médica que acompanha a influenciadora optou pelo coma induzido que é uma sedação profunda, feita com medicamentos anestésicos controlados, que coloca o paciente em um estado de inconsciência monitorada em ambiente hospitalar de UTI. Esse procedimento também é usado em casos graves, como após traumas cranianos ou crises epilépticas que não respondem a tratamento, para permitir que o cérebro e o corpo descansem e tenham chance de recuperação.

No caso de Carolina, o coma induzido é uma esperança para tentar reiniciar o funcionamento cerebral e possibilitar que o organismo responda melhor aos medicamentos. A jovem será entubada e mantida inconsciente por dias, período em que estará sob monitoramento intensivo para evitar complicações como infecções, trombose ou parada respiratória.

O coma induzido não é uma cura, mas um procedimento de suporte que pode ajudar a controlar dores refratárias, como no caso da neuralgia do trigêmeo. Após o período de sedação, a recuperação varia de pessoa para pessoa, podendo ocorrer desde o retorno gradual à consciência até complicações neurológicas. Por isso, o procedimento exige monitoramento constante e cuidados multidisciplinares.

Apesar dos riscos, Carolina encara a medida como um preço pequeno diante da dor contínua que a acompanha há mais de dez anos, afetando drasticamente sua qualidade de vida. Ela é mãe de uma menina de 10 anos, que está sendo criada pelos bisavós devido à gravidade da sua condição.

Sua trajetória ganhou visibilidade nacional em 2024, quando ela chegou a manifestar a intenção de buscar suicídio assistido na Suíça, já que o Brasil não permite essa prática. O caso repercutiu e possibilitou que Carolina recebesse tratamento gratuito no Centro de Dor da Santa Casa de Alfenas (MG), mas o alívio foi temporário.

A influenciadora também atua como presidente da Associação da Neuralgia do Trigêmeo Brasil, utilizando sua voz para conscientizar sobre a doença que afeta poucos, mas causa sofrimento intenso. Para custear remédios e tratamentos não cobertos pelo SUS, ela conta com doações feitas por meio de vaquinhas online.

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