O que o chocolate amargo tem que pode ajudar a retardar o envelhecimento
Pesquisa identificou que a teobromina, um composto químico encontrado no cacau, aparece ligada a marcadores sanguíneos
Viva a Vida|Do R7
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Uma substância presente no chocolate amargo pode estar associada a um envelhecimento biológico mais lento, segundo um estudo do King’s College London publicado na última quarta-feira (17) na revista Aging.
A pesquisa identificou que a teobromina, um composto químico encontrado no cacau, aparece ligada a marcadores sanguíneos que indicam uma idade biológica inferior à idade cronológica. A idade biológica mede o estado de saúde e funcionamento do organismo, e não apenas o número de anos vividos.
O estudo comparou os níveis de teobromina no sangue com indicadores de envelhecimento baseados em padrões de metilação do DNA, pequenas marcas químicas que mudam ao longo da vida e ajudam a estimar o ritmo de envelhecimento do corpo. Também foi analisado o comprimento dos telômeros, estruturas que protegem os cromossomos e tendem a encurtar com o avanço da idade.
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A análise envolveu duas coortes europeias. Uma delas reuniu 509 participantes do estudo TwinsUK. A outra incluiu 1.160 indivíduos do projeto KORA. Em ambos os grupos, pessoas com maiores níveis circulantes de teobromina apresentaram uma idade biológica menor do que a idade cronológica.
A professora Jordana Bell, autora principal do artigo e professora de Epigenômica no King’s College London, afirmou que os resultados apontam uma relação entre um componente do chocolate amargo e a manutenção de uma aparência mais jovem por mais tempo. Segundo ela, o estudo não recomenda o aumento do consumo de chocolate, mas ajuda a compreender como alimentos comuns podem conter pistas relevantes para uma vida mais longa e saudável.
Os pesquisadores também avaliaram outros metabólitos do cacau e do café para verificar se apresentavam associação semelhante. O efeito, no entanto, pareceu específico da teobromina.
Um dos testes usados no estudo estimou a velocidade do envelhecimento a partir de alterações químicas no DNA. O outro analisou o comprimento dos telômeros, já que telômeros mais curtos estão associados ao envelhecimento e a doenças relacionadas à idade.
De acordo com os cientistas, compostos vegetais presentes na dieta podem interferir no envelhecimento ao influenciar a ativação ou desativação dos genes. Alguns desses compostos, conhecidos como alcaloides, interagem com mecanismos celulares ligados à atividade genética e podem contribuir para a saúde e a longevidade.
A teobromina é um alcaloide conhecido por ser tóxico para cães e já foi associada a benefícios à saúde humana, como menor risco de doenças cardíacas. Seus possíveis efeitos sobre o envelhecimento, porém, ainda haviam sido pouco investigados.
O pesquisador Ramy Saad, do King’s College London e do University College London, classificou o achado como empolgante e destacou que os próximos passos envolvem entender o que está por trás dessa associação e como explorar melhor a relação entre metabólitos da dieta e o epigenoma humano.
A equipe de pesquisa também avalia se o efeito observado é exclusivo da teobromina ou se há interação com outros compostos do chocolate amargo, como os polifenóis, conhecidos por seus benefícios à saúde.
Para o pesquisador Ricardo Costeira, pós-doutorando do King’s College London, o estudo aponta mais um mecanismo molecular pelo qual compostos naturais do cacau podem contribuir para a saúde. Ele ressalta que análises populacionais são fundamentais para avanços na compreensão do envelhecimento e da genética.
Apesar dos resultados, os pesquisadores alertam que o consumo de chocolate amargo não deve ser interpretado como automaticamente benéfico. O alimento também contém açúcar, gordura e outros compostos, e mais estudos são necessários para esclarecer a relação entre a teobromina e o envelhecimento biológico.
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