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Patricia Lages

Micro e Pequenas Empresas empregam 52% dos brasileiros, mas Lula diz que empresário é ganancioso e não trabalha

No Brasil, 99% dos negócios são Micro e Pequenas Empresas e geram 16,1 milhões de empregos com carteira assinada

Patricia Lages|Do R7

Em 2022, o Brasil alcançou a marca de 14 milhões de Microempreendedores Individuais, os MEIs, o que corresponde a 69% das empresas ativas. Somando-se a esse montante o número de Micro e Pequenas Empresas (MPE), chegamos a 99,1% dos negócios no país. As SAs (Sociedades Anônimas), ou seja, as grandes corporações, correspondem apenas a 0,9% das empresas.

Se há alguma coisa a comemorar sobre essa estatística é que os MEIs estão entre as maiores políticas públicas de inclusão produtiva do mundo. Durante a crise econômica provocada pela pandemia, foi através do empreendedorismo que milhões de brasileiros conseguiram driblar as adversidades e colocar comida na mesa sem depender do Estado.

Micro empreendedor: ofensa para quem carrega o Brasil nas costas
Micro empreendedor: ofensa para quem carrega o Brasil nas costas

Entre as pessoas a quem este país deveria ser extremamente grato, os micro e pequenos empresários deveriam estar no começo da fila. É essa categoria que carrega o Brasil nas costas, que assina a carteira de mais da metade dos trabalhadores brasileiros (52%), que arrisca todos os dias o seu dinheiro e o seu nome e que trabalha duro para arcar com uma carga tributária absurdamente alta e injusta.

Apesar de todas as dificuldades que o Estado impõe a quem decide trabalhar por conta própria e não depender das migalhas que o governo deixa cair da mesa de vez em quando, é essa categoria que faz o PIB do país crescer.


Ouvir um presidente da República dizer que empresário “não ganha muito dinheiro porque ele trabalhou” mas “porque os trabalhadores dele trabalharam” chega a ser uma ofensa. Mas, como se isso fosse pouco, Lula vai ainda mais longe em seu desvario: chama o empresário brasileiro de ganancioso e diz que deveria haver “contrapartida social”. Eis aqui a contrapartida social que os “ricos” e “gananciosos” empresários brasileiros já entregam todos os meses:

Ser achacado pelo Estado com taxas, impostos e “contribuições” que sustentam esse país, que por sua vez, administra mal todo esse dinheiro. Obedecer a milhares de leis e ser tratado pela CLT como se fosse bandido. Carregar um Estado pesado e ineficiente nas costas sem receber um incentivo sequer. Qual contrapartida além de todas essas o governo Lula quer arrancar dos MEIs, micro e pequenos?

Até quando o Brasil vai dar ouvidos a esse velho discurso de ódio que joga empregados contra empregadores? Não sejamos ingênuos: se Lula quisesse melhores condições para os mais pobres, no mínimo, não atrapalharia quem gera emprego e paga o salário do trabalhador.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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