Produtos diminuem de tamanho, mas não de preço. Conheça a reduflação
Indústria reduz peso, medida ou quantidade sem reduzir preço. Consumidor deve ter atenção
Patricia Lages|Do R7 e Patricia Lages
Talvez você não esteja familiarizado com o termo, mas certamente conhece a reduflação na prática, principalmente nos supermercados. Intuitivamente, você coloca seus itens de preferência no carrinho, passa no caixa sem fugir muito do orçamento, mas só quando os produtos acabam antes do esperado é que você percebe que recebeu menos do que de costume, pagando o mesmo de sempre ou um pouco mais.
Ao optar pela redução do tamanho, peso ou quantidade de unidades de um produto, o fabricante pode manter o preço ou praticar um aumento menor, principalmente em épocas de escalada inflacionária. Dessa forma, as marcas também tentam evitar que o consumidor troque de produto para pagar menos.
Embora controversa, a prática não é ilegal, desde que o consumidor seja comunicado de forma clara sobre a mudança. Geralmente, as embalagens informam o peso, a medida ou o número de unidades anterior, o tamanho atual e a porcentagem da diminuição.
O Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/1990) exige que as informações constem nas embalagens dos produtos por seis meses, a partir da data da alteração. Porém, um Projeto de Lei de autoria da senadora Dorinha Seabra (União Brasil/TO), propõe que o prazo se estenda para 24 meses quando a redução for superior a 10%.
Para o consumidor, a reduflação pode trazer, pelo menos, um impacto positivo e um negativo. Em relação a produtos não essenciais, como um chocolate, por exemplo, a reduflação pode significar a oportunidade de continuar consumindo sem gerar um aumento na despesa. Porém, para itens básicos, a diminuição de quantidades pode torná-los insuficientes para o consumo das famílias, sendo necessária a compra de mais unidades, elevando os gastos.
É preciso que o consumidor esteja atento na hora das compras, que adquira o costume de ler os rótulos das embalagens e, em caso de alterações, analise se a troca de marca pode ser uma saída vantajosa.
Nesta época de polarização, onde tudo pode ser usado como capital político, há quem diga que os preços dos alimentos subiram, enquanto outros juram que tudo baixou a ponto de o pobre ter picanha na mesa. Porém, independentemente de narrativas, a matemática não mente e o comércio se baseia em números. Por isso, cabe ao consumidor tirar suas próprias conclusões, principalmente, ao passar pelo caixa do supermercado.
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