Por que a relação com os sogros pode ser tão complicada? Entenda
Especialista propõe soluções para o problema que afeta anônimos e famosos, como Yasmin Brunet
Viva a Vida|Brenda Marques, do R7
Yasmin Brunet, Giovanna Ewbank, Xuxa e Sandro Pedroso são famosos que têm uma característica em comum e que também faz parte da vida de diversos anônimos: eles não se dão bem ou em algum momento já tiveram conflitos com seus sogros.
Matheus, participante do Power Couple, também já contou que no começo da relação com Mari passou pela mesma situação. "Chegou num ponto que eu tava lá em cima olhando, na varanda da casa e ela 'Tá fazendo o que aqui, moleque? Você não é dono da rua'", vociferou ele para imitar a sogra, relembrando a época em que o casal morou na casa dos pais de Mari.
Expectativas, incompatibilidade e dependência
A psicóloga e terapeuta de casais Isabela Boitar destaca três fatores principais que podem tornar a relação entre sogros e noras ou genros complicada. O primeiro deles é a expectativa criada pela sociedade em torno das pessoas envolvidas nesse relacionamento e o papel que elas desempenham.
"A figura da sogra remete a brincadeiras e gozações muitas vezes negativas, Tem também a expectativa de que a nora seja uma rival, que vai roubar o filho", exemplifica. "E mesmo que nada disso ocorra, as pessoas agem conforme essa expectativa", acrescenta.
Em segundo lugar, a especialista afirma que o casamento também se estende à família do parceiro escolhido, o que constitui um desafio.
"E cada família tem seus valores, hábitos e crenças, que podem ser incompatíveis [com os da nora/genro]. Então, é comum que aconteça essa tensão inicial. E tudo isso vai exigir uma maturidade emocional. Está sendo criada uma nova família a partir do casamento", analisa.
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Por fim, Isabela cita a relação de dependência que alguns pais criam com seus filhos. De acordo com ela, esse vínculo pode ser benéfico na infância, mas na vida adulta se torna um problema. "Os pais ficam presos [ao filho], aí a situação do casamento vai gerar uma insegurança muito grande, porque eles sentem como se estivessem perdendo esse filho", descreve.
"A mãe pode enxergar a parceira como uma nova cuidadora, e não como a companheira. É muito mais forte a disputa entre nora e sogra. Porque a questão dos papéis sociais de gênero também influencia nessa relação", completa a psicóloga.
Um agravante e um bálsamo
A necessidade de morar na casa dos sogros - como aconteceu com Matheus - é um aspecto que pode piorar as desavenças, principalmente se houver forte dependência econômica, segundo a terapeuta de casal. "Pode agravar bastante, porque os papéis de cada um podem ficar mais confusos. Quem vai bancar o casal?", questiona.
Ela menciona também o dilema trazido pela situação inversa, que ocorre quando o filho ou a filha faz "favores financeiros" para os pais e isso interfere na vida financeira do casal.
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Por outro lado, a chegada de um filho pode trazer paz e união. Giovanna Ewbank já contou como Titi, filha mais velha dela e de Bruno Gagliasso, ajudou a melhorar a interação dela com a sogra, Lúcia Gagliasso.
"Toda mulher tem um probleminha com a sogra, né? É uma proteção, uma posse, algo assim... Depois que a Titi chegou na minha vida parece que ela veio para unificar tudo e dar uma harmonia, sabe? Parece que ela veio para acalmar os ânimos de todos", contou a atriz em seu canal no YouTube.
"Isso realmente é um aspecto positivo. Porque muitas vezes a mãe sente que o filho saiu do ninho [após o casamento] e que o perdeu, o que causa mais tensão. Mas com a chegada do filho do casal, surge um novo papel como avó, que aproxima as duas [nora e sogra]", pondera.
Como encontrar a paz?
Para quem está tentando apaziguar o ambiente familiar, Isabela dá alguns conselhos. "Aos sogros, procurar não interferir na vida do casal, não dar ordens ou fazer comparações com parceiras e parceiros anteriores", orienta.
"Outra coisa importante é o filho ou a filha tomarem uma posição diante do conflito e separarem o amor maternal do conjugal", frisa. "É preciso que os pais entendam que essa não é uma situação de perda, mas sim que existem novos papéis na família. Caso esteja muito difícil, a terapia é uma opção para ajudar", conclui.
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