Almoço é a refeição mais valorizada pelo brasileiro
52% comem melhor de segunda a sexta-feira, com refeições caseiras para 56% dos entrevistados pela Opinion Box
Aprendiz de Cozinheira|Aline Sordili e Aline Sordili
O almoço é a principal refeição do brasileiro. É o que mostra a pesquisa da Opinion Box sobre alimentação. Apesar de o café da manhã ser a refeição mais indicada por especialistas, apenas 29% consideram sua principal refeição. Enquanto o almoço está na preferência de 60% dos brasileiros.
A pesquisa mostra também que o final de semana é o período da semana consagrado pelas escorregadas na dieta. Dos 2.000 entrevistados, 52% comem melhor de segunda a sexta-feira, quando a marmita, recheada de refeições caseiras, domina o dia a dia de 56% dos entrevistados. Talvez seja por isso que 46% dos entrevistados se classificam como saudáveis e que comem na medida certa (63%).
Além disso, são dois os fatores que impedem os brasileiros entrevistados de manter uma alimentação mais saudável: o preço dos alimentos (39%) e a falta de autocontrole (30%). A falta de tempo para cozinhar alimentos saudáveis fica no terceiro lugar, com 29%.
A boa notícia é que os alimentos orgânicos já estão presentes, mesmo que às vezes (36%), no dia a dia dos entrevistados. Somam 44% os que consomem frequentemente e sempre alimentos desse tipo. E essa escolha está diretamente ligada à preocupação com a saúde (65%) e por indicação de profissionais da área (50%). Porém, o preço ainda é o grande definidor das escolhas: fator decisivo para 51%. E as escolhas são feitas no supermercado pela grande maioria (49%).
Estudo desenvolvido no Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia (Famed/UFU) identificou e quantificou as diferenças no consumo diário de alimentos saudáveis (in natura/minimamente processados) e não saudáveis (ultraprocessados) entre brasileiros com diferentes níveis de escolaridade, em 2019. O trabalho contou com a parceria de outras universidades do país.
Os resultados da pesquisa de doutorado de Barbara Virginia Caixeta Crepaldi foram publicados no periódico Frontiers in Nutrition, em dezembro de 2022 (“Educational inequality in consumption of in natura or minimally processed foods and ultra-processed foods: The intersection between sex and race/skin color in Brazil”; para quem quiser ler, clique aqui.
A pesquisa mostra que cerca de 30% dos brasileiros relataram alto consumo diário de alimentos in natura, e entre os menos escolarizados esse percentual foi de apenas 20,4%. Se todos os brasileiros tivessem o consumo de alimentos in natura na frequência daqueles com maior escolaridade (37%), aumentaríamos em cerca de 7% consumo na população em geral.
Por outro lado, como o consumo de alimentos ultraprocessados foi maior entre aqueles com escolaridades mais elevadas (17%), ou seja, se todos os brasileiros apresentassem o alto consumo diário daqueles com maior escolaridade, teríamos o aumento de 1% nesse consumo.
De acordo com levantamento do instituto Real Time Big Data, 89% dos entrevistados em outubro declaram comprar alimentos ultraprocessados, como refrigerantes (74%), embutidos e hambúrgueres (65%), salgadinhos (62%), comida congelada (38%) e macarrão instantâneo (27%). Praticidade (62%) e preço (60%) lideram as justificativas. E dos que compram, 92% sabem que os alimentos ultraprocessados fazem mal à saúde.
Como sempre, o preço é grande vilão. Dos entrevistados, 78% acham que uma alimentação saudável é mais cara. Outra pesquisa do instituto Real Time Big Data mostra que 31% dos brasileiros gastam de R$ 20 a R$ 50 por dia com alimentação. Enquanto 41% gastam até R$ 20. E a maioria concorda: 78% acreditam que se alimentar de forma saudável é mais caro.
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