Fuja dos alimentos ultraprocessados
Brasileiro está comendo mais alimentos que passam por processos industriais e recebem aditivos
Aprendiz de Cozinheira|Aline Sordili

O brasileiro está comendo mais alimentos ultraprocessados. Em 10 anos, aumentou em 5,5% o total de consumo de comida que passa por vários processos industriais até chegar à sua boca, aponta o estudo do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da USP (Universidade de São Paulo).
Ultraprocessados são os produtos que passam por várias etapas e técnicas de processamento durante a fabricação e contêm muitos ingredientes _muitos exclusivamente industriais, como refrigerantes, biscoitos recheados e macarrão instantâneo. A pesquisa também descobriu que 20% das calorias consumidas pelos brasileiros vêm dos alimentos ultraprocessados.
Mas como você vai saber se o que você está comendo ou vai comer é ultraprocessado? O Ministério da Saúde criou o Guia Alimentar para a População Brasileira, que dá orientações para uma alimentação adequada e saudável. Neste guia, os alimentos são divididos de uma forma bem didática:
ALIMENTOS IN NATURA E MINIMAMENTE PROCESSADOS
Vêm diretamente de plantas ou de animais e não passam por qualquer alteração após deixar a natureza. Alimentos minimamente processados são os in natura que passaram por “alguns processos, como limpeza, remoção de partes não comestíveis ou indesejáveis, fracionamento, moagem, secagem, fermentação, pasteurização, refrigeração, congelamento e processos similares que não envolvam agregação de sal, açúcar, óleos, gorduras ou outras substâncias ao alimento original”.
Exemplos: legumes, verduras e frutas in natura ou embalados, fracionados, refrigerados ou congelados; arroz branco, integral ou parabolizado, a granel ou embalado; farinhas, leite... E por aí vai.
ALIMENTOS PROCESSADOS
São fabricados pela indústria com a adição de sal ou açúcar, ou outra substância de uso culinário a alimentos in natura para torná-los duráveis e mais agradáveis ao paladar. São derivados diretamente de alimentos e são reconhecidos como versões dos alimentos originais.
Exemplos: cenoura, pepino, ervilhas, palmito, cebola, couve-flor preservados em salmoura ou em solução de sal e vinagre; extrato ou concentrados de tomate (com sal e/ou açúcar); frutas em calda e frutas cristalizadas; carne seca e toucinho; sardinha e atum enlatados; queijos; pães feitos de farinha de trigo, leveduras, água e sal.
ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS
São formulações industriais feitas inteiramente ou majoritariamente de substâncias extraídas de alimentos (óleos, gorduras, açúcar, amido, proteínas), derivadas de partes de alimentos (gorduras hidrogenadas, amido modificado) ou sintetizadas em laboratório (corantes, aromatizantes, realçadores de sabor e vários tipos de aditivos).
Exemplos: biscoitos, sorvetes, balas, cereais açucarados, misturas para bolo, temperos instantâneos, salgadinhos “de pacote”, refrescos e refrigerantes, iogurtes e bebidas lácteas adoçados e aromatizados, bebidas energéticas, produtos congelados e prontos para aquecimento etc.
Outro jeito bem básico de saber se vai consumir um ultraprocessado é ver a lista de ingredientes nas embalagens. Por exemplo: açúcares (frutose, xarope de milho, açúcar invertido, maltodextrina, dextrose e lactose); óleos modificados (hidrogenados ou interesterificados); proteínas hidrolisadas, isolado de proteína de soja, soro de leite e carne separada mecanicamente, aditivos cosméticos que intensificam a cor, o sabor e textura dos alimentos (corantes, adoçantes e espessantes). E é só ter um desses na composição e sua comida já é considerada um alimento ultraprocessado.
Será que é por isso que 8 em 10 brasileiros consome ultraprocessados? Com certeza, sim. Pesquisa feita pela Real Time Big Data, e divulgada pelo Fala Brasileiro, dentro do Fala Brasil, mostra os hábitos de consumo dos brasileiros. Outro ponto de atenção bem sério é que 86% da população não sabe nem o que é alimento ultraprocessado. Portanto, se informe e fuja deles!