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Nutrição sustentável é a tendência que une saúde e meio ambiente

Saiba como pequenas escolhas diárias podem transformar nossa relação com a comida e ajudar a salvar o planeta

Aprendiz de Cozinheira|Aline SordiliOpens in new window

LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • A nutrição sustentável une saúde e preservação do meio ambiente, propondo escolhas alimentares que beneficiam ambos.
  • Essa abordagem vai além da alimentação saudável tradicional, considerando a cadeia produtiva e o impacto ambiental das escolhas.
  • Recomenda-se aumentar o consumo de vegetais, priorizar produtos locais e evitar desperdícios como práticas fundamentais.
  • Pequenas mudanças diárias podem transformar nossa saúde e o futuro do planeta, promovendo uma alimentação equilibrada e saborosa.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Família praticando escolhas saudáveis na alimentação
Família praticando escolhas saudáveis na alimentação Inteligência Artificial com Gemini

E se eu te disser que você pode cuidar da sua saúde e, ao mesmo tempo, ajudar a salvar o planeta? Parece utópico, mas essa é exatamente a proposta da nutrição sustentável, uma abordagem revolucionária que está ganhando força no Brasil e transformando a forma como encaramos a alimentação.

Muito mais que uma tendência passageira, a nutrição sustentável representa uma mudança de paradigma que vai muito além do prato individual. Estamos falando de um movimento que pode começar na sua cozinha, mas cujo impacto se estende por toda a cadeia produtiva e chega até as próximas gerações.

“Nutrição sustentável é comer de forma equilibrada, cuidando da saúde e, ao mesmo tempo, respeitando o meio ambiente. É possível fazer isso com escolhas simples, como incluir mais frutas, verduras, legumes e grãos, valorizar os produtos locais e evitar o desperdício”, explica Gisele Pavin, nutricionista e head de Nutrição, Saúde e Bem-Estar da Nestlé Brasil.

Mas qual é a diferença real entre a alimentação saudável que já conhecemos e essa nova abordagem? A diferença entre alimentação saudável tradicional e nutrição sustentável vai muito além do que colocamos no prato.


“A alimentação saudável, pura e simplesmente, é aquela que foca na saúde do indivíduo, em benefícios individuais. Já a nutrição sustentável vai além: cuida da saúde do indivíduo e do planeta, levando em conta a cadeia produtiva”, destaca Gisele.

Essa cadeia inclui desde a plantação até o produto chegar ao consumidor, considerando embalagem, transporte, consumo, desperdício e reaproveitamento. “A nutrição sustentável, eu diria, abraça uma causa coletiva”, completa a especialista.


É uma mudança de perspectiva profunda: deixamos de pensar apenas no que a comida faz por nós e passamos a considerar o que nossas escolhas alimentares fazem pelo mundo.

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) estabelece critérios específicos para o que considera dietas sustentáveis. Essas dietas devem ter baixo impacto ambiental, contribuir para a segurança alimentar e nutricional, promover uma vida saudável para as gerações presentes e futuras, além de respeitar a biodiversidade e os ecossistemas.


“Esses critérios se traduzem, por exemplo, em escolher mais alimentos de origem vegetal, dar preferência a produtos regionais, reduzir o consumo excessivo de carne e evitar o desperdício. É possível aplicar isso, na prática, com planejamento e informação, respeitando a cultura alimentar do brasileiro”, afirma Gisele.

5 passos transformadores

A boa notícia é que essa revolução pode começar hoje, literalmente pelo seu próximo prato. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o consumo de pelo menos 400g de frutas e hortaliças por dia, o equivalente a cinco porções. “Um bom primeiro passo é aumentar o consumo de frutas, verduras e legumes, privilegiando produtores e insumos locais”, orienta Gisele.

1. Mais verde no seu prato

O primeiro passo é aumentar significativamente o consumo de frutas, verduras, legumes, grãos integrais e leguminosas. Mas como tornar isso viável na rotina corrida? “A chave é a praticidade. Comprar alimentos da estação, que costumam ser mais baratos e mais saborosos, higienizar tudo logo após a compra e deixar porcionado na geladeira ajuda muito. Outra dica é incorporar esses alimentos em preparações que já fazem parte da rotina”, sugere a especialista.

2. Redescubra a riqueza do Brasil

“Consumir alimentos da época e produzidos localmente contribui para a redução da pegada de carbono associada ao transporte de mercadorias. Além disso, os alimentos frescos da estação costumam ser mais nutritivos e saborosos”, explica Gisele.

E aqui está uma das partes mais fascinantes: a diversidade brasileira oferece tesouros em cada região.

O Brasil, com sua rica biodiversidade, oferece opções incríveis em cada região:

  • Norte: açaí e castanha-do-pará
  • Nordeste: caju e macaxeira
  • Centro-Oeste: pequi e baru
  • Sudeste: cambuci e jabuticaba
  • Sul: pinhão e uva

3. Escolhas conscientes na hora da compra

Optar por alimentos produzidos com responsabilidade, como orgânicos ou de cadeias que respeitam o meio ambiente, contribui para uma agricultura que preserva o solo e a biodiversidade. É votar com o seu dinheiro por um mundo mais sustentável.

4. A questão da carne: equilíbrio sem radicalismo

Este talvez seja o ponto mais sensível, mas a abordagem de Gisele é equilibrada e prática. “A proposta não é eliminar a carne, mas consumir com equilíbrio. Mostrar que essa prática traz benefícios à saúde e ao meio ambiente, sem perder sabor nem prazer, costuma ter boa aceitação”, esclarece.

A sugestão é começar devagar: “Comece substituindo a proteína em uma refeição por semana, priorizando o consumo de ovos ou proteína vegetal. Se tiver boa aceitação, a frequência do dia sem carne pode ser aumentada”.

5. Guerra ao desperdício

“Planejar evita compras desnecessárias, ajuda a aproveitar melhor os alimentos e evita o desperdício. Além disso, contribui para uma dieta mais variada, equilibrada e consciente”, afirma Gisele.

A arte do reaproveitamento

Aqui é onde a criatividade entra em cena, e os exemplos dados por Gisele mostram como o reaproveitamento pode ser surpreendentemente criativo: “Cascas de banana podem virar bolo, talos de couve podem ser usados em farofas, sobras de arroz podem virar bolinhos. São receitas simples, saborosas e que reduzem o desperdício”.

Outras possibilidades incluem experimentar assar a batata com casca, ralar a cenoura com casca, utilizar as folhas e talos de beterraba para um refogado e aproveitar cascas de abacaxi para chá. É como descobrir ingredientes novos na sua própria cozinha.

Leia aqui o meu primeiro post do blog, que fala sobre o fim do desperdício em casa.

Vencendo as resistências

Toda mudança encontra obstáculos, e com a nutrição sustentável não é diferente. Quando questionada sobre os principais desafios, Gisele é direta: “Os principais desafios são a falta de planejamento e, muitas vezes, o desconhecimento. Por isso, nosso trabalho também envolve mostrar que é possível comer bem e de forma sustentável sem complicação ou custo elevado”.

Para quem está hesitando sobre por onde começar, a especialista recomenda três mudanças fundamentais: “Aumentar o consumo de frutas e vegetais. Reduzir o desperdício de comida. Priorizar alimentos da estação e da sua região”.

São mudanças aparentemente simples, mas que podem gerar um impacto transformador tanto na sua saúde quanto no meio ambiente.

Para os ainda reticentes, Gisele deixa um recado encorajador: “Não precisa mudar tudo de uma vez. Comece com pequenos passos. Cada escolha conta e tem o poder de melhorar sua saúde e o futuro do planeta”.

A profissional, que chegou à Nestlé em 2018 após atuar em diferentes áreas da saúde e da indústria, vê na nutrição sustentável muito mais que uma tendência. “A nutrição sustentável não é sobre restrição, e sim sobre equilíbrio. É possível adotar uma alimentação saudável, saborosa e acessível, respeitando o meio ambiente e sem abrir mão do prazer de comer bem”, conclui.

A nutrição sustentável representa uma oportunidade única para cuidarmos de nós mesmos enquanto cuidamos do planeta. É um convite para repensarmos nossa relação com a comida, valorizando o que ela nos oferece individualmente e seu impacto no mundo ao nosso redor.

A mudança começa pelo prato, mas o impacto vai muito além da mesa.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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