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Caso Neymar: Najila foi abandonada pelas lideranças feministas 

Diferentemente do que já ocorreu em outros casos de acusação de abuso, desta vez não houve mobilização e muito menos defesa da suposta vítima

Blog da DB|Do R7 e Deborah Bresser

Najila não foi defendida por ninguém
Najila não foi defendida por ninguém

Poucas coisas unem tanto as mulheres como denúncias de abuso sexual. O movimento #metoo deixou claro que o mexeu com uma, mexeu com todas tem uma força capaz de abalar desde as estruturas de Hollywood até a reputação de atores globais consagrados. Basta lembrar do caso de José Mayer, denunciado por uma figurinista, cuja palavra tornou-se prova inquestionável do comportamento condenável do artista.

Só a palavra da vítima basta para uma investigação de estupro

Dar crédito à palavra da vítima em um caso de estupro, por exemplo, é uma questão de honra para quem defende os direitos da mulher. No Superior Tribunal de Justiça há inclusive acórdão sobre o tema, segundo o qual "em delitos sexuais, comumente praticados às ocultas, a palavra da vítima possui especial relevância, desde que esteja em consonância com as demais provas acostadas aos autos". 

Feministas se revoltam com mulher na defesa de Neymar


Não foi, entretanto, o que se viu com Najila Trindade, que acusa o jogador Neymar de tê-la violentado em um hotel em Paris. Exceto uma ou outra voz isolada, lembrando que a mulher tem todo o direito de dizer não mesmo em uma relação que até determinado ponto tenha sido consentida, não se viu nenhuma mobilização em defesa da suposta vítima. 

"A polícia está comprada, né? Ou não? Ou eu estou louca?" Najila


O barulho que tantas vezes os grupos feministas sempre fizeram em acusações até menos graves não foi ouvido desta vez. Najila foi abandonada por três advogados, José Edgar Bueno, Yasmin Pastore Abdalla, Danilo Garcia. E ficou entregue também aos leões da Internet, sem que nenhum coletivo de defesa das mulheres tenha saído em sua defesa. 

Porteiro de prédio de Najila registra boletim de ocorrência contra ela


Só quem sabe o que ocorreu naquele quarto são Najila e Neymar. A revolta dela é visível, mas desde o começo ela foi pré-julgada, inclusive por admitir que queria ter relações sexuais com o craque. Mulher que assume seu desejo de prazer ainda não é vista com bons olhos por uma sociedade que não admite tamanha "ousadia". 

Neymar "anda drogado". Afirmação pode custar processo a advogado

Seja pela fragilidade das provas, por suas contradições, pelo descontrole que vem demonstrando publicamente, fato é que nunca se viu um silêncio tão grande das feministas sobre uma denúncia de estupro contra uma celebridade. 

Terceiro advogado desiste da defesa de Najila Trindade

Em entrevista a Roberto Cabrini, do SBT, Najila não escondeu seu desejo de vingança. 

"Naquela noite eu não planejei nada, não pensei. Eu chorei, tentei fazê-lo retornar para falar com ele. E não consegui, então tomei remédio para dormir depois de ficar horas no telefone com a minha amiga e chorar. Foi um trauma o que aconteceu. É estranho, mas eu precisava fazer ele voltar lá. Para eu conseguir provar que estive com ele. A primeira coisa era isso. Não tinha como eu provar que aquelas mãos (que deixaram marcas) eram dele. Eu estava magoada, traumatizada e com vontade de fazer justiça. Porque ele me feriu muito, magoou muito. Ele voltou depois de muita insistência. Ele não ia voltar, então tive que provocá-lo para ele voltar. Eu percebi que ele estava me enrolando, que não queria aparecer. Eu queria me vingar do que ele fez comigo. Sou uma mulher livre, independente. Eu não ia deixar isso quieto, barato. Não é que estava planejando tirar dinheiro dele. É agir como mulher. Eu tenho honra, caráter. Eu tinha que olhar de novo nos olhos dele e fazer alguma coisa.”

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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