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É possível brecar o avanço do feminicídio? 

Os dado sobre violência contra a mulher seguem estarrecedores e as soluções exigem mudança de comportamento dos homens e da sociedade

Blog da DB|Do R7 e Deborah Bresser

A mentalidade masculina precisa mudar
A mentalidade masculina precisa mudar

Os dados mais recentes sobre violência contra a mulher, divulgados em fevereiro deste ano após levantamento do Datafolha feito para a ONG Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), mostram números impressionantes.

No último ano, 1,6 milhão de mulheres foram espancadas ou sofreram tentativa de estrangulamento no Brasil, enquanto 22 milhões (37,1%) de brasileiras passaram por algum tipo de assédio. Entre os casos de violência, 42% ocorreram no ambiente doméstico. Após sofrer uma violência, mais da metade das mulheres (52%) não denunciou o agressor. 

Os primeiros três meses de 2019 foram fartos de casos de agressões letais ou tentativas de feminicídio. A empresária Elaine Caparróz foi brutalmente agredida no primeiro encontro com um rapaz que conheceu nas redes sociais. 

Isabela Miranda de Oliveira, de 19 anos, foi espancada e teve o corpo incendiado pelo namorado, depois de ter sido (ao que tudo indica) estuprada pelo cunhado dele. 


Uma fisioterapeuta, de 36 anos, foi vítima de uma emboscada armada pelo ex-namorado e foi submetida a uma sessão de tortura com socos, chutes e quase 70 facadas. A vítima se fingiu de morta para escapar das agressões.

Jane Cherobin da Silva, 36 anos, foi estuprada, agredida e largada às margens de uma rodovia completamente desfigurada. De novo, o suspeito é o namorado da vítima. 


Esses foram só alguns casos que chamaram a atenção e, em todos, fica nítido o desejo de torturar, desfigurar, desumanizar a vítima. 

Mulher é espancada por quatro horas durante primeiro encontro


Há milhares de outros que ocorrem longe dos holofotes, criando um cenário de terror para as mulheres. Segundo a diretora-executiva do Fórum, Samira Bueno, não há lugar seguro para as mulheres no Brasil. Elas sofrem violência dentro de casa e no espaço público. O medo é companheiro permanente. A questão que se impõe é: como mudar esse cenário?

A agressão, como os dados confirmam, é em sua grande maioria cometida por alguém conhecido (76,4%) da vítima. Homens com os quais elas convivem, às vezes até por anos, se tornam seu pior pesadelo. O feminicídio está atrelado ao machismo enraizado, esse que faz com que homens acreditem que são donos de suas companheiras. Enquanto essa mentalidade não mudar, pouco poderá ser feito. As leis ajudam, mas não há código que seja capaz de conter um homem violento. 

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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