Mulheres na academia: anticoncepcional atrapalha o ganho de massa muscular?
Ginecologista explica como diferentes métodos contraceptivos podem influenciar a hipertrofia e dá dicas para otimizar os resultados na academia
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Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Mulher, você é daquelas que se dedica à academia, mantém uma alimentação equilibrada, dorme o suficiente e mesmo assim sente que os músculos não aparecem como gostaria? Sabe aquela frustração de ver que o esforço parece não se refletir nos resultados? Bate um desânimo, não é mesmo?
Muitas mulheres passam por isso e acabam achando que não tem jeito, que o metabolismo não ajuda, que tem a genética ruim e outros pensamentos semelhantes. Mas tem uma pergunta importante e que poucas fazem: será que o anticoncepcional está interferindo no meu ganho de massa muscular?
Para entender melhor essa relação, o blog COMO SER SAUDÁVEL conversou com a ginecologista, obstetra e mestre em medicina, Maria Clara Albejante, que explica como diferentes métodos contraceptivos podem impactar — ou não — a hipertrofia e o desempenho nos treinos, ajudando a desmistificar dúvidas comuns sobre corpo, hormônios e treino.
“No Brasil, cerca de 58% das mulheres usam pílulas combinadas, que podem sim atrapalhar o ganho de massa magra, porque interferem na síntese de proteína”, conta a médica. Ela explica que, embora os níveis de testosterona nas mulheres sejam naturalmente baixos, esse hormônio ainda é importante para o crescimento muscular. “O estrogênio da pílula combinada aumenta o SHBG, uma proteína que se liga à testosterona e diminui a quantidade livre no sangue. Com menos testosterona disponível, o estímulo para o músculo crescer é menor.”
Mas calma: treino, alimentação e descanso continuam sendo os protagonistas do ganho de massa. “Essa interferência hormonal é apenas uma pequena parte do processo. O que mais faz diferença é como você treina, come e se recupera”, reforça a doutora Maria Clara Albejante.
Para quem quer manter os resultados sem abrir mão da contracepção, os métodos sem hormônio costumam ser mais amigos da musculação. “DIUs de cobre ou de prata são ótimas opções, porque não alteram o SHBG e não atrapalham o ganho de massa nem a performance. Métodos definitivos, como laqueadura ou vasectomia, também não afetam os hormônios, mas são permanentes, então é preciso ter certeza antes de optar por eles”, orienta a ginecologista.
E se a ideia é parar a pílula para “destravar” o corpo?
“Pode ajudar algumas mulheres, já que a testosterona livre volta a subir. Mas não é mágica: o ganho de músculo depende de treino, alimentação e descanso. Parar a pílula não significa que os músculos vão aparecer do dia para a noite.”
Ah, e aquela história de que anticoncepcional engorda?
“Anticoncepcional não tem calorias, então não engorda”, brinca a médica. “Algumas combinações podem causar retenção de líquido ou um pouco mais de apetite, mas o peso está muito mais ligado aos hábitos de vida. O que realmente faz diferença é quantas ‘moedinhas’ você ingere e gasta no dia a dia”, enfatiza a ginecologista e obstetra Maria Clara Albejante.
No fim das contas, cada corpo reage de um jeito, e não existe uma fórmula única para o ganho de massa magra. Métodos contraceptivos sem hormônio costumam ser os mais indicados para quem busca otimizar os resultados na academia, mas isso não significa que quem usa pílula combinada esteja condenada a não evoluir. O mais importante é conhecer o próprio corpo, entender como ele responde aos treinos e à alimentação, e, se necessário, ajustar o método contraceptivo em conjunto com um médico.
Além disso, vale lembrar que o ganho de massa muscular depende de vários fatores: treino adequado, alimentação equilibrada, descanso e consistência. O anticoncepcional é apenas uma peça do quebra-cabeça, e pequenas mudanças no estilo de vida podem fazer uma grande diferença. Com orientação profissional e atenção ao próprio corpo, é possível conciliar saúde, contracepção e performance na academia sem abrir mão de nenhum desses objetivos.
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