Reposição hormonal: padrão ouro para tratar a menopausa
Ela pode aliviar sintomas, melhorar a qualidade de vida e proteger sua saúde — mas não é para todo mundo. Descubra por quê

Recentemente as mulheres estão falando mais abertamente sobre a menopausa. Tema levantado pelas apresentadoras: Adriane Galisteu, Fernanda Lima e Angélica, que sempre foi um tabu, agora começando a se tornar algo mais normal, como sempre deveria ter sido.
Por isso trouxe esse tema aqui pra você entender como funciona e ainda de quadra uma consulta gratuita com uma médica especialista no assunto para falar sobre a reposição hormonal.
Você acorda suando no meio da noite. Sente o humor mudar mais que o tempo em São Paulo. A pele, o sono, a libido... parece que tudo está saindo do lugar. Se você está entre os 45 e 55 anos, respira fundo: pode ser menopausa.
Mas calma. Não é o fim do mundo (nem da sua feminilidade). É só o começo de uma nova fase. E quanto mais a gente entende o que está acontecendo, mais leve ela fica.
O que é a menopausa, afinal?
É quando a menstruação vai embora de vez — e isso acontece porque os ovários param de produzir hormônios como estrogênio e progesterona. Mas esse “tchauzinho” hormonal vem com efeitos colaterais que nem sempre são gentis.
A boa notícia? Dá pra encarar tudo isso com informação, apoio e — se necessário — tratamento médico. E é exatamente sobre isso que a gente vai falar aqui.
Os sintomas mais comuns
Nem todo mundo sente tudo, mas aqui vai uma listinha de possíveis “presentes” da menopausa:
- Ondas de calor (os famosos fogachos);
- Suores noturnos;
- Alterações de humor;
- Insônia ou sono fragmentado;
- Ressecamento vaginal;
- Ganho de peso (especialmente abdominal);
- Queda da libido;
- Dificuldade de concentração e memória.
Parece muito? É. Mas existe ajuda. Existe acolhimento. E existe vida plena depois da menopausa, sim.
CONSULTA GRÁTIS
Para aprofundar o tema, enviamos 6 perguntas essenciais para a Dra. Fabiana Berta, médica ginecologista, obstetra e mestranda no núcleo da Endometriose, Dor Pélvica e Menopausa da UNIFESP que entende tudo sobre essa fase da vida da mulher. Em breve, traremos aqui as respostas completas com dicas práticas e orientação médica segura.
1. Qual é a diferença entre climatério e menopausa — e quando começa cada um?
Climatério é um período mais amplo da vida da mulher que engloba a transição entre a fase reprodutiva e não reprodutiva. Tem início aproximadamente aos 40 anos e pode se estender até os 65 anos, segundo as diretrizes do Ministério da Saúde. É caracterizado pela diminuição gradual da produção de estrogênio pelos ovários.
Menopausa é um marco específico dentro do climatério. A “menopausa natural” é definida como a data do último episódio de sangramento menstrual de uma mulher. Ocorre geralmente entre os 48 e 50 anos e o diagnóstico é confirmado após 12 meses de ausência de menstruação. No Brasil, a pesquisa identificou entre 48-52 anos como a mediana da idade da menopausa natural no país.
Dados brasileiros importantes: Segundo cálculos do IBGE, aproximadamente 30 milhões de mulheres no Brasil estão vivendo na faixa etária do climatério e menopausa, representando uma parcela significativa da população feminina.
2. Toda mulher precisa fazer reposição hormonal? Quais são os riscos e benefícios?
Nem toda mulher precisa de reposição hormonal, mas é o “padrão ouro” para tratar a menopausa quando possível! A decisão deve ser individualizada, considerando sintomas, idade e fatores de risco e suas singularidades.
Indicações principais:
• Alívio dos sintomas menopausa, incluindo sintomas vasomotores e sudorese, principal indicação da estrogenoterapia
• Para mulheres com sintomas do climatério (síndrome climatérica): ondas de calor (fogachos); ansiedade; depressão; insônia e alterações no sono; irritabilidade, oscilações de humor; secura vaginal; perda de libido; cansaço; problemas de memória
Janela de oportunidade:
O tratamento de reposição hormonal deve ser iniciado nos primeiros 10 anos após o início da menopausa, quando a mulher deixa de menstruar ou antes dos 60 anos, para que os benefícios superem os riscos associados.
Benefícios comprovados:
Para saúde física:
• A manutenção da massa óssea e a prevenção de fraturas são efeitos do estrógeno já bem estabelecidos
• Redução de perda óssea, diminuição do risco de doença cardiovascular
Para saúde mental - Principal benefício:
• A THM acarreta melhora da qualidade de vida à medida que diminuem os sintomas vasomotores, a insônia e a labilidade de humor nas mulheres sintomáticas
• Estudos indicam que a reposição de estradiol pode melhorar os sintomas de depressão e ansiedade em mulheres na pós-menopausa
• A TRH com estradiol pode reduzir significativamente os sintomas depressivos e melhorar a função cognitiva, incluindo a memória e a atenção
• A suplementação com progesterona pode melhorar a qualidade do sono e reduzir os sintomas de ansiedade
Alternativas para quem não pode usar hormônios:
Nutracêuticos e fitoterápicos:
• Trigonella, Shatavarinas e Isoflavonas.
Tratamentos não hormonais:
• Antidepressivos em baixas doses
• Lubrificantes e hidratantes vaginais para sintomas urogenitais
Riscos:
• O risco de câncer de mama associado ao uso da terapia existe, mas é pequeno — a incidência anual é de menos de 1 caso por 1.000 mulheres
Contraindicações:
As contraindicações para a TH são: pacientes com histórico de sangramento vaginal de causa desconhecida, doença trombótica ou tromboembólica venosa, porfiria, câncer de mama e endométrio.
3. Ondas de calor: por que acontecem e o que realmente ajuda a controlar?
A menopausa começa no cérebro!
Quando o estrogênio não ativa o hipotálamo corretamente, o cérebro também não regula a temperatura do corpo. Aquelas ondas de calor que as mulheres têm são culpa do hipotálamo, o centro termorregulador do corpo.
Os fogachos são causados por alterações no centro de termorregulação do cérebro, localizado no hipotálamo. O hipotálamo funciona como um termostato que detecta variações de temperatura do sangue e ativa os mecanismos necessários para manter a temperatura normal. Com os níveis hormonais mais baixos, o corpo interpreta pequenas variações de temperatura como se fossem muito mais intensas, desencadeando uma resposta exagerada — como sudorese, vasodilatação e sensação de calor súbito.
Ondas de calor estão presentes em 75% das mulheres e somente 25% estão livres deste desconforto durante o climatério.
O que realmente ajuda a controlar:
Tratamento hormonal (mais eficaz):
• A terapia hormonal permanece o tratamento mais efetivo para os sintomas vasomotores e deve ser considerada em mulheres na menopausa dentro dos primeiros 10 anos após a última menstruação
Tratamentos não hormonais:
• Antagonistas do receptor neurocinina 3 reduziram significativamente a ocorrência dos fogachos em estudos clínicos de fase 3
• Antidepressivos
Estratégias comportamentais e ambientais:
• Evitar gatilhos: álcool, cafeína, comidas picantes, estresse
• Ambiente bem ventilado e roupas leves em camadas
• Técnicas de relaxamento e manejo do estresse
• Exercícios físicos regulares
Fitoterápicos com evidências:
• Fitoterápicos e vitaminas essenciais
Fatores que aumentam o risco:
Obesidade, hipertensão arterial e tabagismo são fatores de risco para a ocorrência dos sintomas
3. Ondas de calor: por que acontecem e o que realmente ajuda a controlar?
A menopausa começa no cérebro!
Quando o estrogênio não ativa o hipotálamo corretamente, o cérebro também não regula a temperatura do corpo. Aquelas ondas de calor que as mulheres têm são culpa do hipotálamo, o centro termorregulador do corpo.
Os fogachos são causados por alterações no centro de termorregulação do cérebro, localizado no hipotálamo. O hipotálamo funciona como um termostato que detecta variações de temperatura do sangue e ativa os mecanismos necessários para manter a temperatura normal. Com os níveis hormonais mais baixos, o corpo interpreta pequenas variações de temperatura como se fossem muito mais intensas, desencadeando uma resposta exagerada — como sudorese, vasodilatação e sensação de calor súbito.
Ondas de calor estão presentes em 75% das mulheres e somente 25% estão livres deste desconforto durante o climatério.
O que realmente ajuda a controlar:
Tratamento hormonal (mais eficaz):
• A terapia hormonal permanece o tratamento mais efetivo para os sintomas vasomotores e deve ser considerada em mulheres na menopausa dentro dos primeiros 10 anos após a última menstruação
Tratamentos não hormonais:
• Antagonistas do receptor neurocinina 3 reduziram significativamente a ocorrência dos fogachos em estudos clínicos de fase 3
• Antidepressivos
Estratégias comportamentais e ambientais:
• Evitar gatilhos: álcool, cafeína, comidas picantes, estresse
• Ambiente bem ventilado e roupas leves em camadas
• Técnicas de relaxamento e manejo do estresse
• Exercícios físicos regulares
Fitoterápicos com evidências:
• Fitoterápicos e vitaminas essenciais
Fatores que aumentam o risco:
Obesidade, hipertensão arterial e tabagismo são fatores de risco para a ocorrência dos sintomas
4. Menopausa afeta a saúde mental? Como lidar com ansiedade e irritabilidade?
Sim, a menopausa pode afetar significativamente a saúde mental. Entre os sintomas relacionados à menopausa, os mais conhecidos são: ondas de calor, mudanças de humor como aumento de sintomas depressivos e ansiedade, aumento de problemas de sono.
Mas existe uma Confusão diagnóstica entre Burnout vs Menopausa: Os sintomas de burnout e menopausa são frequentemente confundidos, mascarando o tratamento adequado. Fadiga extrema e exaustão, Dificuldade de concentração e “névoa cerebral, Alterações de humor, irritabilidade, Insônia e distúrbios do sono, Ansiedade e sintomas depressivos, Perda de motivação, Sudorese (que pode ser confundida com estresse)
• 82% das brasileiras na faixa da menopausa apresentam sintomas que comprometem sua qualidade de vida
• Quase metade (47% das mulheres) teve sintomas que afetaram seu desempenho profissional, sendo que 40% delas relataram ter seis ou mais sintomas diferentes
E o Impacto devastador no mercado de trabalho com Dados alarmantes sobre perda de empregos:
• 20% das mulheres consideram sair ou saem de seus empregos por conta da menopausa (estudo Biote)
• 13% das mulheres desistiram de seu emprego por causa dos sintomas da menopausa
• 43% de chances de abandonar suas carreiras até os 55 anos para mulheres que aos 50 anos sofrem com sintomas que afetam a qualidade de vida
Além de R$ 8,9 bilhões em perda de produtividade no Brasil!
Como lidar?
Terapia hormonal (principal benefício para saúde mental) e a reposição de estradiol pode melhorar os sintomas de depressão e ansiedade em mulheres na pós-menopausa
• A TRH com estradiol pode reduzir significativamente os sintomas depressivos e melhorar a função cognitiva, incluindo a memória e a atenção
• A suplementação com progesterona pode melhorar a qualidade do sono e reduzir os sintomas de ansiedade
Medidas gerais:
• Controlar o estresse e a ansiedade
• Exercícios físicos regulares (150 min/semana)
• Sono adequado
• Rede de apoio social
5. Como manter a saúde sexual e a autoestima durante essa fase?
Nem tudo é sobre testosterona! Existe um movimento crescente de pacientes que chegam no consultório com a falsa ilusão sobre a reposição hormonal de testosterona.
Pq de fato, a menopausa carrega seus desafios na vida sexual, como a
diminuição do desejo sexual, diminuição das secreções vaginais (secura vaginal), aumento do pH da vagina e atrofia da vulva e vagina.
Mas a terapia hormonal precisa ser respeitada pela sua própria fisiologia. O estrogênio é o hormônio da lubrificação vaginal, estímulo orgástico junto a ocitocina, além de todo trofismo na área íntima.
A libido depende de vários fatores e a variação hormonal é um deles. Mas muitas vezes, a testosterona em doses baixas pode ser adicionada à reposição, trazendo considerável melhora na resposta sexual
• Lubrificantes e hidratantes vaginais
• Exercícios para o assoalho pélvico
• Comunicação aberta com o parceiro
• Terapia sexual quando necessário
E avaliar também a autoestima dessa mulher. Como está seus pensamentos, ações e interações pessoais que a levam a se desconectar da sua própria essencialidade acarretando prejuízos psicoemocionais significativos para alcançar um desejo sexual adequado.
6- A alimentação deve mudar?
Sim, a alimentação deve ser significativamente adaptada durante o climatério e a menopausa. É importante entender que as mudanças metabólicas começam muito antes da menopausa oficial - já durante a perimenopausa, que pode durar de 4 a 10 anos, as mulheres começam a experimentar alterações no metabolismo e ganho de peso considerável.
O ganho de peso começa anos antes da menopausa e as mudanças corporais iniciam precocemente, durante a perimenopausa, quando as mulheres podem ganhar até 1,5 quilo por ano. Estudos indicam que o aumento de peso começa a ocorrer já na fase inicial da idade adulta, mas se intensifica significativamente após os 40 anos. Por volta dessa idade, a massa muscular começa a diminuir de forma gradual como parte do processo natural de envelhecimento, intensificando-se durante a meia-idade devido às alterações hormonais. Durante a transição da perimenopausa, ocorre um desequilíbrio hormonal - o nível de progesterona vai diminuindo de forma constante e o estrogênio oscila entre níveis altos e baixos, causando alterações na homeostase energética e aumento da deposição de gordura abdominal.
Com a redução do estrogênio, há alteração da homeostase energética, acarretando aumento da deposição de gordura abdominal e mudança do padrão de distribuição corporal para o tipo androide.
Uma das estratégias essenciais é a redução de carboidratos e aumento de proteínas: A alimentação deve priorizar uma dieta mais rica em proteínas para frear a perda drástica de massa muscular. É fundamental reduzir carboidratos refinados, açúcares e alimentos processados, substituindo-os por fibras e produtos naturais.
Uma dieta equilibrada deve incluir diferentes verduras, legumes, peixes, produtos lácteos, frutas, grãos integrais, carnes magras, nozes e castanhas. É especialmente importante garantir ingestão adequada de cálcio para prevenção da osteoporose, que se acelera após a menopausa.
E o autocuidado, como fica?
O mais importante aqui é: não se culpe. Não se sinta “menos mulher”. Não se isole. Essa é só mais uma transição. E como tudo na vida, ela pede informação, gentileza consigo mesma — e, às vezes, chocolate.
Invista em hábitos saudáveis, consulte uma médica de confiança e converse com outras mulheres. Falar sobre menopausa ainda é um tabu... mas aqui no Meu Umbigo, a gente gosta mesmo é de desatar nós.
Beijos e até o próximo tema de autocuidado.
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