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‘Bom dia, irmão’: o dia em que fui convocado para uma aventura

O que vou encontrar na cidade da COP30? Será que é tão quente quanto falam? Um brasileiro que não conhece a Amazônia… como pode?

Noleto na Amazônia|Gabriel NoletoOpens in new window

Vem comigo nessa aventura na Amazônia Arquivo pessoal/Gabriel Noleto

“Bom dia, irmão.”

Foi isso que apareceu na tela do meu celular. Foi em uma quarta-feira. Era de manhã. Eu estava no que era para ser apenas uma sessão de fisioterapia. Estava com dor há dias, dor nas costas junto a uma queimação na pele.

Estava sol. E o celular nem vibrou, nem tocou. Só vi a mensagem vinte minutos depois. Na sala da fisioterapeuta descobri que, quase certamente, estava com herpes zoster. Alívio: sempre me incomoda não entender o motivo das coisas.

Duas horas depois, em outro consultório, dessa vez de uma médica, a confirmação: herpes zoster. Um vírus que estava atacando um dos meus nervos nas costas, daí a dor e a queimação. E explicava ainda outra situação que eu não entendia: uma ferida na parte de cima da barriga, quase no peito, que não cicatrizava.


Do diagnóstico, veio o alívio então… Mas não veio sozinho. E agora? Minha irmã já teve, e foi sério. Esse “bom dia” da mensagem... Será que era uma espécie de “lembra de mim?” que o vírus estava dando?

Não. O vírus não era nada perto do real significado da mensagem.


Era uma quarta-feira de manhã quando olhei a tela do celular. A tarde veio e passou. E já estava escuro quando o telefone tocou. Abriu-se um portal. Era eu de novo sendo convocado para uma aventura. Mais uma. Trocar o meu Rio de Janeiro por Belém. Não, trocar não. Acrescentar Belém na minha vida e dar um até logo para o Rio.

Morar longe de casa. De novo. Trabalhar em um lugar em que eu nunca estive. De novo.


Pensei na minha mãe, na minha namorada, em mim, na minha irmã, nos meus irmãos, no meu pai, primos, mas, principalmente, na minha mãe e na minha namorada.

Geralmente quando essas portas, janelas, portais se abrem… A dúvida nem me pega, nem sombra dela. Eu apenas vou. Saio andando, passo e entro. Não foi assim naquela quarta-feira.

Liguei para o meu pai ainda naquela noite: “Você sabe que você já aceitou, né, filho?”.

Como assim? Aceitei? É?

“Você já tá decidido”: ouvi da minha namorada. Mas eu não estava conscientemente decidido. Ainda...

Dormimos. Acordei. Estava sem trabalhar. Herpes zoster. Só voltaria na segunda-feira. O Rio de Janeiro pegava fogo de tanto calor. E eu em casa. Sozinho. Intercalando entre suar e ficar no frio do ar-condicionado no quarto. Pensei (nem tanto assim). Aceitei. Já tinha aceitado, agora eu sei.

“Bom dia, irmão.” Passado esse tempinho entre hoje e a tal quarta-feira em que a mensagem chegou, entendi. Não era apenas uma saudação, era uma convocação para ser de novo quem eu sou.

Era um “bom dia, lembra de como você era? Lembra? Então vai, voa!”

E eu vim.

Voei do Rio (onde está meu cordão umbilical, minha família, minha mãe e minha namorada), com escala (em São Paulo, nada mais simbólico: é onde meu pai e meus amigos moram), e cheguei em Belém.

O que vou encontrar na cidade da COP30? Será que é tão quente quanto falam? Um brasileiro que não conhece a Amazônia… como pode? Aventura! Como são os paraenses? Os belenenses?

Esse blog vai mostrar isso e tudo o mais que meus olhos enxergarem. Vou bater o olho e descobrir. Tudo. Do sotaque, das expressões regionais, das gírias marginais, da conjugação dos verbos na segunda pessoa, do açaí, do filhote, da cachaça de jambu ao tacacá. Tudo (se não tudo, o máximo).

Aceitei a aventura. Cheguei. Desembarquei enquanto chovia de leve. Noite. Devagar, tateando: prazer, Gabriel. Jornalista. De peito aberto.

Cheguei, Belém.

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