Jornalista, músico, fã de cultura pop e gente boa: Rodrigo Rodrigues
Gente boníssima, Rodrigo conseguia a mágica de ser querido por todo mundo; Sua partida é uma perda para o jornalismo televisivo
Odair Braz Jr|Do R7
É sempre muito triste escrever sobre a morte de qualquer pessoa, ainda mais nessa época de pandemia, mas é mais triste ainda escrever sobre a morte de um colega de profissão. Rodrigo Rodrigues, que morreu nesta terça (28), não era meu amigo, mas nos conhecíamos. Cruzei com ele pela primeira vez em 1998 durante a E3, o maior evento americano de games. Ele estava lá pelo extinto programa Vitrine, da TV Cultura, e eu fui pela Conrad Editora, onde publicávamos revistas como a Nintendo World, EGM, Herói etc. Fui lá e puxei uma conversa com ele, trocamos umas figurinhas a respeito da cobertura do evento e foi isso.
Anos mais tarde o encontrei algumas outras vezes em outros eventos aqui no Brasil mesmo. Mais recentemente ele veio ao R7 com sua banda, a Soundtrackers, fazer um show bem divertido.
Enfim, esse era o Rodrigo, um cara que parecia ter um milhão de amigos e parece que todos gostavam muito dele. Dá para medir isso pela repercussão de sua morte. Tem um monte de gente por aí falando só bem do cara.
Bem humorado, Rodrigo passou por alguns veículos de comunicação. Quase sempre TV. Depois do Vitrine, onde eu sempre o assistia, também passou pela TV Gazeta e há uns dois anos criou lá um programa muito divertido que se chamava 5 Discos. Ele levava cantores que mostravam seus cinco discos favoritos e depois cantavam alguma música, com Rodrigo ao violão. Muito bacana.
Rodrigo sempre foi um sujeito ligado à cultura pop e suas reportagens e programas geralmente seguiam por esse caminho. Por algum motivo, acabou indo parar nos programas esportivos. Mostra sua versatilidade.
Aliás, ele também era músico e sua banda, Soundtrackers, fazia um trabalho bem interessante. Eram shows em que tocavam canções de filmes.
Já há algum tempo, Rodrigo estava no SporTV e eu acaba sempre vendo. Nas últimas semanas em que apresentou o programa, a discussão era quase sempre sobre a polêmica a respeito da volta ou não do futebol. Rodrigues era bem radical nessa questão e se colocava sempre contra o retorno dos jogos nesse momento. Tudo, obviamente, por conta do risco do coronavírus. Ele discutiu várias vezes com dirigentes que eram a favor. Ironicamente, Rodrigo foi vítima da doença.
Enfim, um dia triste para o jornalismo brasileiro. E mais um dia triste para o Brasil.
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