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Caso Preta Gil serve para uma constatação: mulheres doentes costumam ser abandonadas 

Pesquisas mostram que 70% das pacientes diagnosticadas com câncer lidam com a rejeição e o abandono de seu parceiro 

Famosos e TV|Marco Antonio Araújo, do R7

Preta Gil está sob tratamento para câncer do intestino, que exige quimioterapia
Preta Gil está sob tratamento para câncer do intestino, que exige quimioterapia Preta Gil está sob tratamento para câncer do intestino, que exige quimioterapia

Na rede de fofocas que emaranha a internet, muita gente se meteu a dar palpites na separação que envolve Preta Gil e o agora ex-marido, Rodrigo Godoy. O personal trainer está sofrendo ataques implacáveis, a ponto de fechar sua conta no Instagram. 

Não gosto de comentar a vida amorosa alheia, mas o caso em questão merece, se não um julgamento, uma constatação. À parte Godoy sofrer boatos referentes a uma suposta traição cometida por ele, outra questão merece destaque, pois é muito séria: o abandono que as mulheres sofrem quando adquirem doenças graves.

Seria irresponsável (talvez injusto, não dá para saber) acusar o rapaz de ter, de fato, se afastado da então companheira após descobrir que ela terá de enfrentar tratamento para um câncer no intestino, que normalmente exige um pesado período de quimioterapia e intercorrências médicas.

Mas é possível, sim, afirmar, com dados científicos — como os de pesquisas realizadas pelas universidades de Stanford e Utah e pelo Centro de Pesquisa Seattle Cancer Care Alliance —: mulheres têm risco seis vezes maior de serem abandonadas pelo marido após a descoberta de uma doença grave.

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Já a Sociedade Brasileira de Mastologia demonstra que 70% das pacientes diagnosticadas com câncer lidam com a rejeição e o abandono de seu parceiro durante o tratamento.

Quando os personagens se invertem, o contrário também acontece: as mulheres continuam a ser as principais cuidadoras de pacientes, sejam estes maridos, sejam pais. Também são as filhas que cuidam das mães adoecidas. São fatos, basta olhar ao redor, em nossa própria família ou na de conhecidos. Isso é um padrão.

Não há nada na natureza que determine que esse papel, o de cuidador, e essa característica moral, a da lealdade, sejam exclusivamente femininos. É, como cansamos de ouvir, uma construção social amparada no mais infame, egoísta e covarde machismo. Esse comportamento merece, sim, ser criticado, apontado e condenado. 

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