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Documentários musicais voltam a atrair jovens fãs

'Há toda uma ebulição de formatos, entre clássicos, séries ou docuficções', explica Olivier Forest, especialista francês

Música|Do R7


'Miss Americana', a peça de Taylor Swift 2020
'Miss Americana', a peça de Taylor Swift 2020

Os documentários musicais vivem uma nova era de ouro, com material inédito sobre os Beatles, o fascínio por estrelas como o rapper Kanye West e a história do rock latino-americano. "Há toda uma ebulição de formatos, entre documentários clássicos, séries ou docuficções", explica à AFP Olivier Forest, especialista francês em filmes musicais. 

Entre os projetos previstos para 2022 está a série documental Dear Mama, sobre Afeni Shakur, mãe do astro do hip-hop americano Tupac, e The World of Tomorrow, produto que mistura documentário e ficção sobre os primórdios do banda francesa NTM. 

O gênero documentário musical atingiu o auge na década de 1960 com dois marcos: Don't Look Back, filmado em 1968 por D.A. Pennebaker, sobre uma polêmica turnê do cantor Bob Dylan no Reino Unido, e as longas filmagens do megaconcerto Woodstock, em 1969.

A chegada do canal de música MTV e os videoclipes "entorpeceram" o setor na década de 1980. O público jovem queria formatos curtos, para sonhar a partir da música.

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Com a internet e os criadores alternativos, os fãs estão voltando aos poucos à história da vida e do processo criativo de suas estrelas favoritas. Muitas vezes como veículo para desencadear um certo narcisismo, como foi o caso de Miss Americana, a peça de Taylor Swift 2020. 

“Um artista se torna conhecido nas plataformas de música, as pessoas o seguem nas redes sociais e então um documentário é pesquisado em outra plataforma”, explica Olivier Forest. 

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Isso sem esquecer as gerações mais velhas, adeptas de formatos clássicos, como aconteceu com Rompan Todo, documentário sobre rock latino-americano com intervenções de Soda Stereo, e Café Tacuba, que teve boa audiência há dois anos.

No caso de Taylor Swift e Lady Gaga, o limite entre "olhar documental e objeto promocional" não é claro, alerta Forest. 

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O rapper Kanye West exigiu a aprovação final do documentário sobre sua carreira. 

Mas, apesar das pressões e obstáculos, o futuro desses formatos parece estar no bom caminho, porque existe “um público educado na imagem”, indica o especialista. 

Se não houver imagens inéditas, como foi o caso do aclamado documentário Get Back, sobre os Beatles, do diretor de cinema Peter Jackson, então "você tem que dar acesso à intimidade dos artistas", explica ele. 

Outros conteúdos são mais inovadores, como o documentário filmado sobre a artista britânica Charli XCX. 

Trancada em casa devido ao confinamento, essa jovem pediu ajuda aos fãs para gravar um álbum. Seus seguidores musicalmente experientes puseram suas habilidades à disposição por meio de videoconferência. 

"Chama-se Alone Together (Juntos Sozinhos) e resume o paradoxo contemporâneo: estar conectado enquanto está isolado", explica Benoît Hické, produtor musical em Paris. 

“E isso diz muito sobre os métodos atuais, pois Charli XCX mostra seu processo criativo filmando a si mesma, tornando-se sua própria documentarista”, acrescenta. 

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