Música Gilberto Gil celebra o amor com ópera que estreia em Paris

Gilberto Gil celebra o amor com ópera que estreia em Paris

'Amor Azul' é a primeira ópera do cantor, composta com ao lado de Aldo Brizzi; os shows acontecerão entre os dia 2 e 4 de dezembro

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  • Música | por AFP

Gilberto Gil irá se apresentar no Auditório da Radio France

Gilberto Gil irá se apresentar no Auditório da Radio France

MAURO PIMENTEL / AFP

Gilberto Gil, um dos grandes nomes da música popular brasileira, afirma que tem dois motivos para celebrar sua nova obra, uma ópera com o nome de Amor Azul: a persistência do sentimento amoroso e da esperança política para seu país.

"São muitas emoções, nunca havia tocado com um conjunto assim", declarou à AFP o cantor e compositor no Auditório da Rádio France em Paris.

Aos 80 anos, Gil maneja seu violão com tranquilidade diante de 150 músicos do Coro e Orquestra da Rádio France.

Amor Azul é uma criação operística com influências musicais brasileiras, composta em dois atos em colaboração com o maestro italiano Aldo Brizzi, um grande amigo de Gil.

"A hospitalidade da Rádio France e a possibilidade de começar aqui, em Paris, para depois interpretá-la na Europa e em outros lugares dá muita solidez ao projeto", explica o autor de sucessos como Toda Menina Baiana.

O libreto é inspirado em poemas hindus e divindades como Krishna.

Algo que não surpreende em Gilberto Gil, estudioso da espiritualidade indiana, que o ajudou como refúgio espiritual durante sua detenção no fim dos anos 1960 durante a ditadura militar.

A partir destas fontes, Gilberto Gil medita musicalmente sobre alguns de seus temas favoritos, com destaque para o amor.

"O amor é tudo, o amor é mais importante que a morte", declara o artista com um sorriso.

Lembrança do grupo The Who

Percussionistas, cantores de ópera da Bahia e dançarinos indianos acompanham a Orquestra Filarmônica no palco.

Aldo Brizzi, maestro italiano que já morou no Brasil, não se considera intimidado com a mistura de estilos.

"Agora mesmo, sentado neste palco, com todos esses músicos, pensei no The Who, que também tocou há muito tempo com um conjunto sinfônico", recorda Gilberto Gil.

O grupo de rock britânico fez história nos anos 1970 com a ópera-rock "Tommy".

Amor Azul tem uma ambição mais universal. Gilberto Gil cita "influências europeias, da Itália, Portugal, França e Espanha, elementos muito presentes na música do Brasil, e outros ingredientes orientais".

O astro é acompanhado por seu filho Bem Gil. "É natural que esteja aqui, é um músico veterano, já fez muitos projetos comigo. E para ele é um desafio muito importante, a oportunidade de tocar com um conjunto destas dimensões", explica.

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