Marina Sena volta às origens com sonoridade do novo álbum, mas perde chance de mudar de tema
Após o pop de ‘Vício Inerente’, artista mineira retorna à MBP com ‘Coisas Naturais’; turnê do projeto começa neste sábado (26)
Música|José Pedro dos Santos*, do R7

Marina Sena estreia neste sábado (26) a turnê de seu terceiro álbum solo, Coisas Naturais, lançado em março. O novo trabalho da cantora de 28 anos foge da estética do anterior, Vício Inerente, com pegada mais eletrônica e pop, e se aproxima do primeiro projeto solo dela, De Primeira, focado em MPB.
Após dois anos, a artista mineira retornou neste disco com 13 músicas autorais que falam sobre relacionamentos — mais especificamente, um amor do passado e seu atual romance com o influenciador Juliano Floss.
O álbum abre com uma trinca de músicas, com destaque para Desmistificar, que tem uma das percussões mais interessantes do projeto, com um tambor fazendo a bateria principal, e Anjo, com o melhor instrumental do disco, que mistura bossa nova e funk dos anos 1980. A partir daí, Marina começa uma ‘troca de passes’ entre os dois relacionamentos.

Sena aborda o ex em Lua Cheia e Sensei, e volta a citar Floss nas faixas seguintes, até chegar na final, Ouro de Tolo. Nela, a mineira coloca um ‘ponto final’ no luto pelo fim do antigo namoro com uma pegada de voz e violão, que acaba ofuscada por um ‘manifesto’ desnecessário no fim.
Em suma, Coisas Naturais é marcado pelos ótimos instrumentais feitos por A Outra Banda da Lua, primeiro grupo da carreira da cantora, e traz diversas sonoridades e estilos para o álbum — o ponto alto da produção.
Porém, Marina peca nas letras e temáticas. Com três álbuns na carreira, ela trata sobre amor da mesma forma em todos: o relacionamento começa, termina e, neste momento, a cantora tem uma explosão de superação.
*Sob supervisão de Thaís Sant’Anna