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Jovem, aos 18 anos aliste-se no exército do Lollapalooza 

Festival levou 200 mil pessoas nos dois dias de shows no Autódromo de Interlagos 

Pop|Marco Bezzi, do R7

O baterista Lars Ulrich e o guitarrista e vocalista James Hetfiels, os cabeças do Metallica no sábado
O baterista Lars Ulrich e o guitarrista e vocalista James Hetfiels, os cabeças do Metallica no sábado

Enquanto assisto ao concerto do Duran Duran no conforto da minha casa, lembro da experiência do sábado, quando o primeiro dia do festival Lollapalooza teve como principal atração as 100 mil pessoas que estiveram no Autódromo de Interlagos.

É estranho estar num local com tanta gente. A visão não está acostumada a tamanha gigantismo. O corpo e a mente saem de órbita muitas vezes. Você anda, anda, anda e anda, e sempre encontra multidões de gente.

No sobe e desce das pistas, tendas de comida e bebidas e food trucks não conseguiam comportar a demanda de pessoas querendo comer e matar a sede. Os banheiros tinha enormes filas. E se a estrutura não suporta a quantidade de pessoas, é necessário rever este ponto de necessidade básica de quem pagou caro pelos ingressos (cerca de R$ 500 por dia). Outra atitude necessária é criar bolsões para taxis e carros de aplicativos como Uber, Cabify, no estilo do aeroporto do Galeão no Rio de Janeiro.

A festa do Lollapalooza no primeiro dia tinha como intruso o Metallica, banda acostumada a tocar para grandes multidões em festivais espalhados por todo o mundo. Por aqui, a banda sempre foi inserida em noites conceituais de “rock pesado” e “metal”. Ontem, para mim, que assisti ao meu primeiro show do grupo em 1989, foi estranho ver tantos adolescentes dançando ao som de riffs tão pesados como os de Sad But True e Whiplash.


As 100 mil pessoas no sábado, no festival Lollapalooza
As 100 mil pessoas no sábado, no festival Lollapalooza

Aliás, para uma pessoa com mais de 40 anos que acompanha show desde os 12 anos de idade, a experiência do Lollapalooza é demasiada cansativa. Nem as bebidas e as comidas vindo do Lolla Lounge são suficiente para diminuir o cansaço. Na minha época (olha o papo de velho começando), tudo era direcionado para cima do palco. Grandes bandas, conversas sobre o setlist, os integrantes, se este ou tal show foi melhor. Para as novas gerações, o importante é fazer parte da tribo da música, postar tudo o que necessário, fazer centenas de stories, snaps. 

Isso porque o Lollapalooza traz sempre ótimas bandas. Ontem, além do Metallica, Chainsmokers, The XX e os veteranos do Rancid, além dos brasileiros do Suricato e do Bayanasystem representaram a diversidade de sons e gêneros. O festival é inclusivo, menos no preço.


James Hetfield, deus do metal
James Hetfield, deus do metal

Em muitos momentos, é este tipo de evento que separa os homens das crianças. No meu caso, o lado adulto tem gosto de velhice quando olhava o quanto cada pessoa andava pelos quilômetros e quilômetros no Autódromo de Interlagos sem reclamar. As crianças viram adultos e os adultos querem descanso.

Metallica faz show burocrático


E o Metallica? O show trouxe músicas do novo álbum, o excelente Hardwired... to Self-Destruct. O palco minimalista, sem efeitos ou fogos de artifícios, mostrava mais uma vez o que a banda realiza no Brasil há quase dez anos: shows burocráticos, ligado no automático, e sem a intenção de causar uma surpresa para os headbangers que conheceram a banda no início de 1893, quando lançou o álbum Kill ‘Em All.

Mas quem disse que o Metallica toca para essas pessoas? Se a grande maioria do público é composta de jovens que preferem dançar a bater cabeça, nada mais “justo” do que tocar os hits e ganhar a plateia logo nos primeiros acordes. 

Vou voltar para o meu sofá que minhas costas e joelhos ainda doem do dia de ontem.

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