Peppino di Capri se emociona ao falar da volta ao Brasil: "É minha segunda Itália"

Foi cantarolando baixinho que Peppino di Capri recepcionou o R7. O cantor italiano, que afirma respirar música, volta ao Brasil no próximo mês para apresentações em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Curitiba.

— O Brasil é minha segunda Itália. Não fui eu quem escolhi voltar, foram os brasileiros que me fizeram voltar. O público aqui é muito caloroso, sou muito bem recebido não apenas nos shows, mas também em programas de entrevista. Eu amo o Brasil, temos uma ligação inexplicável.

No auge dos anos 1960, Peppino ficou conhecido por suas composições românticas — entre as mais famosas, está a canção Roberta. Quando a música começou a fazer sucesso, muitas bebês recém-nascidas foram chamadas de Roberta na Itália. 

— Isso foi muito legal (risos). É lindo ver como o seu trabalho não apenas é valorizado, mas também inspira pessoas de todo o mundo. É uma honra poder disseminar a cultura napolitana, e vê-la sendo tão bem recebida principalmente no Brasil.

Fim da era Romântica

O romantismo que abalou corações durante o auge da carreira de Peppino ainda faz parte assídua de sua vida. Porém, segundo ele, o amor tem sido muito desvalorizado nos últimos tempos.

— Principalmente no mundo da música, o romantismo foi deixado de lado. É triste ver que apenas canções antigas de amor ainda se propagam nos dias de hoje. Os gêneros que têm se consagrado no mercado da música são tão radicais que duram pouco, falam de assuntos temporais. As pessoas se esquecem deles. Ninguém mais fala de amor, e talvez isso seja fruto de uma geração que não dá muita importância para os sentimentos.

Além de cantor, Peppino, hoje com 77 anos, também é crítico musical. Risonho e brincalhão, contou como tenta entender o que está em alta nos dias de hoje:

— Eu pouco escuto música por prazer. Quando tenho tempo livre, prefiro ensaiar e me dedicar à minha música. No entanto, sempre que tenho a oportunidade, ligo o rádio para descobrir quais são as tendências, o que as pessoas têm ouvido. Na verdade, quero entender para onde vai esse barulho todo (risos).

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O italiano explica o motivo pelo qual tem se decepcionado com as novidades no mercado musical: ele percebe que há uma imitação das músicas americanas, os artistas estão perdendo as próprias essências.

— As tradições perderam espaço no século 21.

“Música brasileira encanta pela sonoridade”

Fã de carteirinha de artistas como Roberto Carlos, Ivan Lins e Caetano Veloso, Peppino se emocionou ao falar da importância da música brasileira em suas referências. Segundo ele, a MPB é rica pela sonoridade:

— [Música brasileira] É fascinante. De uma qualidade inquestionável, mas também cheia de sonoridade. Sou fã.

Peppino di Capri fará três apresentações no Brasil. Elas vão acontecer no Rio de Janeiro (RJ), no Theatro Municipal, no dia 4 de novembro; em Curitiba (PR), no Guairão, no dia 5; e em São Paulo (SP), no Espaço das Américas, no dia 10.