‘A Hora do Mal’ entrega terror caótico e criativo com clima de Stephen King
Novo filme do diretor de ‘Noites Brutais’ já está nos cinemas de todo o Brasil
Cine R7|Giovane Felix
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Após o sucesso com Noites Brutais em 2022, o diretor americano Zach Cregger volta ao terror com A Hora do Mal, longa que já desponta como um dos mais assustadores do ano. O filme estreou no Brasil na última quinta-feira (7).
Sem esperar muito e sabendo apenas o básico da trama, entrei na sala de cinema e fui surpreendido com uma história bem construída, suspense do bom e humor na medida certa. Sem dúvida, um dos grandes acertos do gênero em 2025.
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A Hora do Mal, do original Weapons, acompanha os eventos de uma pequena cidade, onde, certa noite, todas as crianças de uma mesma classe, com exceção de uma, desaparecem ao mesmo tempo. O acontecimento misterioso deixa os pais em pânico e levanta suspeitas entre os moradores, que tentam descobrir quem está por trás do sumiço.
A partir daí, a trama se desenrola em torno da vida daqueles que foram diretamente afetados pela tragédia, com destaque para Justine Gandy, a professora da turma vivida por Julia Garner, e Alex Lilly (Cary Christopher), o único garoto que permaneceu. Outros personagens também ganham espaço.

O longa é dividido em capítulos e apresenta uma narrativa que lembra tanto os romances de Stephen King quanto os episódios da clássica série dos anos 1950, Além da Imaginação (The Twilight Zone). Para mim, a combinação perfeita. A estética retrô-oitentista, incorporada aos dias atuais, reforça ainda mais a atmosfera de mistério do filme, que mescla elementos de suspense, horror e humor sombrio.
Como um grande quebra-cabeça, aos poucos, as peças do enredo vão se encaixando. Assim como em Noites Brutais, Cregger constrói o clima de medo sem pressa, focando nos momentos de tensão e desconforto, antes de entregar o horror explícito para a audiência.
Em cada capítulo, o diretor apresenta a perspectiva de um personagem, avançando na narrativa e conectando as histórias sem entregar o plot de imediato. Para alguns, a estratégia é instigante e aumenta o interesse pela trama; para outros, pode prejudicar o ritmo do filme, principalmente pelas quebras causadas a cada troca de protagonista. Não por acaso, ouvi alguns suspiros e sinais que indicavam impaciência durante a sessão.
O vaivém de pontos de vista também limita o desenvolvimento dos personagens, o que não chega a ser incômodo, mas desperta o desejo de vê-los por mais tempo em cena, principalmente pelas boas atuações do elenco.
A Hora do Mal chega com confiança e propósito: entregar um enredo original, bem amarrado e com doses generosas de terror. Mais do que assustar, Cregger sabe que é importante contar uma boa história. Mesmo recorrendo aos jump scares em alguns momentos, ele faz escolhas menos óbvias e consegue surpreender. O cineasta também investe na bizarrice, em cenas agonizantes, explícitas e que falam por si só.
Há um domínio de câmera que, no terror, faz toda a diferença. As sequências são pensadas para revelar apenas o necessário. Em cada plano e enquadramento, é preciso o cálculo de Cregger para provocar desconforto, curiosidade ou susto. Ele estica a corda da tensão até o limite, e só então permite que ela se rompa.
O título em português é genérico e pouco diz sobre a trama. O original, embora também vago, soa mais subjetivo e evita a impressão de ser mais um filme de baixo orçamento perdido na sessão de horror de algum streaming, o que não é.
E o final? Violento e cômico. Aqui, o passado profissional do diretor como comediante se faz presente. Isso não significa que o filme baixa a guarda, pelo contrário, Cregger pisa no acelerador e encerra de forma caótica, grotesca e surpreendentemente coesa. Um deleite para os fãs do gênero. É o melhor terror do ano? Talvez. Talvez não. Mas, sem dúvida, é uma grande história.
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