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‘Capitão América: Admirável Mundo Novo’ é um desperdício de personagens, de história e de tempo para a Marvel

Quarto filme do herói, que estreia nesta quinta-feira (13), falha em tentar copiar a fórmula de seus antecessores

Cine R7|Carol Malheiro*

Capitão América não é o protagonista de sua própria história Divulgação

Capitão América: Admirável Mundo Novo estreia nesta quinta-feira (13) com a premissa de trazer, pela primeira vez nos cinemas, Sam Wilson como o herói. Carregando o legado de Steve Rogers desde a série Falcão e Soldado Invernal, o personagem teria a oportunidade perfeita para ser desenvolvido, o que não acontece. Em muitos momentos ao longo do filme, a impressão que fica, na verdade, é de que Sam Wilson não é protagonista da própria história.

Ao invés de explorar os personagens urbanos do universo de Sam Wilson nos quadrinhos, a Marvel teve uma decisão ousada em escolher o Capitão América para ser protagonista de uma história com proporções tão grandes, dignas de ameaças para grupos maiores como os Vingadores. Optando por essa narrativa, o filme precisa resgatar as questões já feitas durante a série Falcão e Soldado Invernal e reprisá-las.

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Por um lado, pode-se entender que a Marvel presumiu que seus espectadores não tenham assistido à série ou que seja necessário relembrá-los mais uma vez do enredo, fazendo com que o estúdio perca tempo na reprise de tramas ao invés de desenvolver e acrescentar novos personagens e novas adaptações. Sam Wilson, que possui seus próprios vilões, dilemas e causas pessoais nos quadrinhos, é desperdiçado por um roteiro que não sabe como aproveitar o personagem.

O filme tenta copiar a fórmula de Capitão América e o Soldado Invernal, longa bem-sucedido do estúdio, mas sem o mesmo prestígio. O herói conta com a ajuda de duas figuras muito conhecidas dos fãs: Falcão e uma agente, que acontece de ser uma ex-Viúva Negra. A trama leva o Capitão América a ter envolvimento com o governo dos Estados Unidos e com o uso de humanos como projetos laboratoriais. E as coincidências não param por aí, em uma tentativa falha de reprisar um ótimo longa.


Harrison Ford é o Hulk Vermelho Divulgação

Porém, o elenco é um destaque positivo no filme. Anthony Mackie e Danny Ramirez têm um bom entrosamento em tela como Capitão América e Falcão. Em uma dinâmica que lembra a dupla Batman e Robin, eles protagonizam momentos engraçados e divertidos. Ramirez é responsável por ser o alívio cômico da trama, mas também é protagonista de uma das melhores cenas do filme, que representa, de fato, a importância do legado do Capitão América. As aparições especiais de personagens do universo do herói também são uma grata surpresa e rendem bons momentos.

Por outro lado, a computação gráfica é a parte mais deplorável do filme, como já era esperado pelos trailers e vídeos de divulgação. O uso e abuso da tecnologia por parte do longa gera uma desconexão incômoda. As cenas de luta se tornam superficiais, as grandes chegadas do Capitão América nos locais de confronto são ironizadas e os efeitos são um claro desagrado aos olhos de qualquer espectador.


A introdução do Hulk Vermelho no filme, que já era prevista, é o grande foco da trama. Todo o enredo se conecta à história do personagem de algum modo e o Capitão América é colocado como um coadjuvante que precisa salvar o mundo e lidar com o acréscimo desse novo personagem no universo Marvel e as consequências que isso traz para outras histórias. Pelo menos, o personagem de Harrison Ford recebe um desenvolvimento, mesmo que seja atrapalhado pelas diversos furos do roteiro.

Os jornais televisivos são usados como uma forma de reintegrar quem está assistindo aos acontecimentos de filmes anteriores, como O Incrível Hulk, e de passagens da própria história que não foram exibidas em tela. Outra estratégia do longa é repetir, de forma incisiva, os acontecimentos de projetos passados por meio de diálogos, sobretudo na primeira parte da trama.


Já a única cena pós-crédito que o filme apresenta é uma repetição da trama que todos os outros filmes do universo Marvel estão tentando vender e apresenta um prelúdio do que acontecerá nas próximas histórias que serão lançadas pelo estúdio.

Em resumo, Capitão América: Admirável Mundo Novo é um projeto que luta muito para dar certo, mas falha em todas as oportunidades. Desperdiçando o material dos quadrinhos e o desenvolvimento de histórias que poderiam marcar uma nova geração de fãs.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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