‘Juntos’ explora relacionamento em crise através de horror corporal
Terror estrelado por Dave Franco e Alison Brie entrou em cartaz nesta quinta (14)
Cine R7|Giovane Felix
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Tim (Dave Franco) e Millie (Alison Brie) atravessam um momento difícil. O casal enfrenta uma crise no relacionamento e se muda para uma cidade isolada nos Estados Unidos. Mas, quando as coisas já parecem ruins, uma força sobrenatural surge para tornar tudo ainda mais sombrio, e deixar claro que, desta vez, a separação não é uma opção.
Depois de A Substância mostrar que o horror corporal ainda tem fôlego no mainstream e que ainda é possível chocar e surpreender a audiência sem escorregar na estética de filme B, Juntos chega para reforçar a tendência. O novo terror da produtora independente Neon chegou aos cinemas brasileiros nesta quinta (14) para testar os limites do amor com cenas grotescas e angustiantes.
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A atmosfera do filme é deliciosamente sufocante. Casa isolada, clima claustrofóbico, casal em apuros. O clichê mais clássico do terror, mas que aqui é usado com habilidade para incomodar e prender o espectador.

A química entre os protagonistas é evidente, e não por acaso. Dave Franco e Alison Brie aproveitam a intimidade que têm como casal na vida real para tornar a cena mais crível, com mais nuances. Além disso, as motivações dos personagens também justificam a relação disfuncional dos dois, ao mesmo tempo em que fica explícita a codependência e as rachaduras entre eles.
O filme prepara o terreno e, de forma gradativa, vai se tornando cada vez mais desconfortável, com momentos emblemáticos que permanecem com a audiência após o fim da sessão. No entanto, falta ousadia na exploração dessas cenas.
O diretor Michael Shanks opta por não mostrar, ou mostrar pouco, as cenas gráficas. Ele cria toda a atmosfera de tensão, nos mantendo apreensivos na cadeira, mas acaba perdendo o impacto do clímax por não ir além. Isso não se justifica pela qualidade dos efeitos da produção que, apesar de independente, entrega bons visuais.

Em geral, o longa constrói uma narrativa sólida e coerente, com algumas pequenas forçadas que o roteiro usa para a trama avançar, mas que não comprometem a história. Contudo, a conclusão do enredo decepciona, com um ritmo acelerado e mudanças abruptas nas atitudes dos personagens que não convencem.
Por outro lado, o final não é óbvio e também não oferece todas as respostas, o que é um ponto positivo. No entanto, o último ato merecia mais tempo de tela para ser melhor estruturado e entregar um desfecho mais sólido.
No fim das contas, Juntos tem mais a ser elogiado do que criticado. A narrativa original e o clima de suspense conquistam o espectador, especialmente os fãs de terror.
A metáfora do relacionamento destrutivo como plano de fundo, somada à dinâmica dos atores em cena, é a cereja do bolo, ainda que pudesse ser melhor aproveitada. O recado final é claro e irônico: às vezes, o pior par ainda parece melhor do que estar só.
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