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Novo filme de DiCaprio, ‘Uma Batalha Após a Outra’ entretém e provoca na mesma medida

Dirigido por Paul Thomas Anderson, longa aposta em elenco estrelado e humor ácido, e já surge como favorito ao Oscar 2026

Cine R7|Maria Cunha

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Leonardo DiCaprio estrela novo filme de Paul Thomas Anderson Divulgação

Uma Batalha Após a Outra, novo filme de Paul Thomas Anderson que chega aos cinemas nesta quinta-feira (25), é uma obra que combina ritmo intenso, escolhas técnicas marcantes e um recorte político que a torna especialmente atual.

O filme expõe as tensões em torno da imigração mexicana nos Estados Unidos, critica a violência policial contra imigrantes e retrata uma parte da sociedade que insiste em rejeitar a miscigenação. Tudo isso é feito por meio de uma sátira ácida, que utiliza o humor para provocar reflexão sem perder ritmo ou engajamento.

A trama acompanha Bob Ferguson (Leonardo DiCaprio), um ex-revolucionário que, após 16 anos, precisa enfrentar novamente o coronel Steven J. Lockjaw (Sean Penn), seu antigo inimigo, para salvar a filha, Willa (Chase Infiniti).

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Baseado livremente em Vineland, livro publicado em 1990 por Thomas Pynchon, o longa reafirma o talento de Anderson (Sangue Negro) em transformar material literário denso em espetáculo cinematográfico — o diretor já havia adaptado outra obra de Pynchon em Vício Inerente (2014).


Com quase três horas de duração, a produção não se torna cansativa; pelo contrário, surpreende pela agilidade narrativa. O roteiro intercala humor, ação, crítica social e momentos íntimos em família que aproximam o público dos protagonistas.

As atuações são um dos grandes trunfos do filme, que reúne três vencedores do Oscar: Leonardo DiCaprio, Sean Penn e Benicio del Toro.


DiCaprio constrói um herói imperfeito e, justamente por isso, humano. Penn dá vida a um vilão repulsivo que foge da caricatura: sua presença provoca nojo, mas também adquire um caráter patético, adicionando nuances ao conflito.

Já Del Toro se destaca como Sensei Sergio, personagem que apoia o protagonista, acrescenta humor e aprofunda a reflexão sobre a imigração nos Estados Unidos.


O elenco também traz boas surpresas, como a novata Chase Infiniti (Acima de Qualquer Suspeita) e a cantora Teyana Taylor, que interpreta Perfidia Beverly Hills com carisma e energia, reforçando a força coletiva da narrativa.

No aspecto técnico, a sonoplastia merece destaque desde os primeiros minutos, especialmente nas sequências de ação, quando os efeitos sonoros intensificam o clima de tensão.

O mesmo pode ser dito do jogo de câmeras e da escolha de planos, sobretudo na cena de perseguição: o espectador é colocado dentro do carro dos personagens, sentindo na pele a adrenalina daquele momento — um recurso que gera imersão e até um frio na barriga.

A trilha sonora de Jonny Greenwood, parceiro frequente de Anderson, reforça esse clima, alternando momentos de urgência e delicadeza que dialogam com as viradas emocionais do enredo.

Outro ponto que merece atenção é a grandiosidade da produção, que marca a primeira vez em que Anderson e DiCaprio trabalham juntos. O longa foi filmado ao longo de sete meses em diferentes locações da Califórnia e também em El Paso, no Texas. Essa diversidade de cenários não apenas confere autenticidade à narrativa, como reforça a atmosfera de deslocamento e fronteira que permeia toda a trama.

Pela força de suas atuações, a relevância do recorte político e a qualidade técnica envolvida, Uma Batalha Após a Outra desponta desde já como um dos favoritos ao Oscar 2026 — um longa que entretém e provoca na mesma medida, e que merece ser visto na maior tela possível.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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