‘Robô Selvagem’ enche os olhos do público com seu visual — e sua emoção
Longa de animação chega aos cinemas nesta quinta-feira (10)
Cine R7|Julia Pujar*
O estúdio Dreamworks se estabeleceu como uma referência nas animações desde sua criação, em 2001, com o premiado Shrek. De lá para cá, diversos outros filmes de sucesso foram lançados até culminar em uma nova era em 2024, que ganha Robô Selvagem como um excelente representante.
A adaptação do livro de mesmo nome, escrito por Peter Brown, acompanha a robô Roz que, após cair em uma ilha selvagem, precisa se adaptar ao novo ambiente e aos animais que vivem por lá, incluindo a adoção de Bico-Vivo, um filhote de ganso, e uma improvável amizade com a raposa Fink.
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O longa dirigido por Chris Sanders, a mente por trás de Lilo & Stitch e Como Treinar seu Dragão, é extremamente cativante, sendo capaz de fisgar o público no primeiro minuto de sua duração graças a um visual completamente deslumbrante.
Seguindo os moldes do grande sucesso O Gato de Botas: O Último Desejo, o filme mistura a animação 2D com 3D. Fugindo do ultrarrealismo, o estilo não tem medo de usar aquarelas, pinceladas e variações de texturas, o que dá vida a visuais estonteantes que criam pinturas em tela e combinam perfeitamente com a proposta acolhedora da narrativa.
Os espectadores podem ser atraídos pela aparência, mas o que os faz ficar em Robô Selvagem é o roteiro digno de uma das melhores animações do ano - e que não surpreenderá se conquistar alguns prêmios nesta temporada de premiação.
O filme embarca em uma jornada de autodescoberta e de pertencimento, ainda dando espaço para os dilemas da maternidade, sem questionar a inteligência de seu público. Esse é sim um filme voltado para as crianças, mas isso não impede em nenhum momento que os adultos se divirtam com piadas mórbidas e bem diretas, tenham profundas reflexões e, principalmente, se emocionem.
De uma maneira muito inteligente e arriscada, o roteiro do filme espalha ao longo de sua duração momentos considerados auges dos personagens, todos capazes de arrancar lágrimas — e até alguns soluços.
Se a ideia poderia parecer cansativa, a narrativa soluciona o problema perfeitamente ao incluí-los como etapas do complexo, porém completamente palpável, desenvolvimento de sua protagonista.
Os conflitos internos e externos de Roz são a alma do filme, assim como o elemento de conexão. A ligação dela com o público felizmente é tão bem construída que sustenta a narrativa em seus momentos mais óbvios e, por assim dizer, “infantis”, mas que são tão bem inseridos no todo que ainda funcionam.
Com um elenco estrelado tanto em sua versão original (com Lupita Nyong’o como Roz, Kit Connor como Bico-Vivo e Pedro Pascal como Fink) quanto em sua dublagem (com destaque para a volta de Rodrigo Lombardi a dublagem no papel da raposa), “Robô Selvagem” chega aos cinemas nesta quinta-feira (10), após uma rápida passagem pelas salas durante a Semana do Cinema. E fica a dica: leve — muitos — lencinhos!
*Sob supervisão de Lello Lopes
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.