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Como eram as festas de aniversário nos anos 80 e 90? Você vai se emocionar com essas lembranças

No meu aniversário de 35 anos, convido você a viajar comigo para um tempo em que a magia morava nos pequenos detalhes

Do Meu Tempo|Renato FontesOpens in new window

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Eu (sentado no chão), meus primos e amigos reunidos para a clássica foto da turma no meu aniversário de 2 anos, lá em 1992 arquivo pessoal/Renato Fontes

Completo 35 anos nesta quinta-feira (21). Hoje, as festas infantis acontecem em buffets cheios de brinquedos eletrônicos, painéis “instagramáveis” e cardápios gourmet. Mas, no nosso tempo, tudo era bem diferente.

Aproveitando que hoje é meu aniversário, decidi fazer uma viagem no tempo: resgatei algumas fotos da minha infância para reviver como eram as comemorações nos anos 80 e, principalmente, nos 90, a década em que nasci e onde tudo tinha um sabor especial. Hora de mergulhar nessa nostalgia!


O local da festa

Convidados reunidos no quintal da minha antiga casa para a festa dos meus 2 anos, em 1992 arquivo pessoal/Renato Fontes

Nada de buffet. A festa acontecia em casa mesmo. Era gente espalhada pela garagem, sala, cozinha e até pelo quintal. Para despistar os vizinhos curiosos, bastava uma lona esticada no portão. E o convite? Esse era feito à mão.

Já as mesas e cadeiras dos convidados eram aquelas dobráveis de ferro comuns em bar. Para dar um charme (e esconder a ferrugem), toalha plástica colorida ou de TNT comprado no bazar do bairro.


E quando parecia não ter lugar para todo mundo? Não tinha problema. Muretas e bancos improvisados com tábuas de madeira e tijolos resolviam a situação.

A decoração

O lookinho de festa só ficava completo com o chapeuzinho de papel e elástico arquivo pessoal/Renato Fontes

Tudo artesanal. Bexigas presas em barbante ou coladas nas paredes, o letreiro de ‘Feliz Aniversário’ e, claro, o clássico chapeuzinho de papel que nunca podia faltar.


Lembrando que a festa nem sempre tinha um tema definido, mas quando tinha era motivo de puro orgulho, com enfeites de isopor dos personagens mais queridos da época.

Em 1992, na minha festa de 2 anos, Quico e Cebolinha fizeram a collab mais improvável da história arquivo pessoal/Renato Fontes

Para as meninas, castelos e princesas da Disney, Ursinhos Carinhosos, Turma da Mônica e até a Xuxa eram o ápice. Já para os meninos, He-Man, Thundercats, Tartarugas Ninjas, Cavaleiros do Zodíaco ou Power Rangers eram o auge da ostentação.


O bolo

O bolo ‘quilométrico’ de palhaço marcando meu 1º aniversário, lá em 1991 arquivo pessoal/Renato Fontes

Bolo gigante, quase sempre em formato de palhaço, coberto de glacê, confetes e rodeado por brigadeiros, beijinhos com cravo e uma porção de balas de coco enroladas no papel crepom ou seda com franjinha que formavam uma verdadeira cascata. No canto da mesa, pratinhos de papel e garfinhos de madeira enfileirados com todo o capricho.

A roupa

Eu, de jardineira jeans e sapatinho branco, no colo dos meus pais Mauri e Helena arquivo pessoal/Renato Fontes

Nos anos 80 e 90, a roupa de aniversário era sempre missão da mãe, escolhida com todo carinho. Vestidos de renda, babados e mangas bufantes faziam sucesso entre as meninas, enquanto os meninos apareciam de camisa social, jardineira ou suspensório.

O conjunto vinha acompanhado de meias brancas e sapatos de verniz ou boneca. Muitas vezes não era a roupa mais confortável, mas era a mais “arrumadinha” para sair bem na foto.

Quitutes e bebidas

Minha tia Isabel servindo o delicioso pão de 'carne louca' para os convidados da minha festa de 1 ano, lá em 1991 arquivo pessoal/Renato Fontes

Nada de cardápio gourmet. Os quitutes clássicos caseiros reinavam na festa. Tinha lanche de ‘carne louca’, batatinha temperada em conserva, cachorro-quente, pão de forma com patê, pipoca, bolo salgado e, para fechar com chave de ouro, o inesquecível petisco ‘sacanagem’: azeitona, salsicha, ovo de codorna, tomate-cereja, cenoura e queijo.

Para beber, nosso pai buscava lá no bar da esquina engradados de cerveja e refrigerante na clássica garrafa de vidro. O único drama era quando uma delas escapava da mão ou caia da mesa e se espatifava no chão, molhando quem estava em volta e deixando todo mundo com pena de cada gole perdido.

Entretenimento

Eu, meu pai Mauri, meu saudoso avô Ângelo, primos e amigos celebrando meu 2º aniversário em 1992 arquivo pessoal/Renato Fontes

Esqueça playground. A gente corria pelos cômodos da casa brincando de pega-pega e esconde-esconde. No quintal, ainda rolava dança das cadeiras, estátua e corre-cotia. Já os adultos formavam rodas de conversa, repetindo as mesmas piadas e histórias de sempre.

Para registrar todos esses momentos, contávamos com a boa vontade do tio mais tecnológico da família e sua câmera VHS, que quase sempre dava aquele zoom inconveniente bem na hora em que estávamos de boca cheia, nos deixando sem graça.

Tinha também a ‘tia do pavê’ fotografando tudo sem critério. Só depois de revelar o filme de 24 poses é que descobríamos fotos sem lógica, tremidas e pessoas com cabeças ou pernas cortadas, além de olhos vermelhos por causa do flash.

A trilha sonora

Uma mistura de tudo o que embalava a época. No micro system tocava de Balão Mágico, Trem da Alegria, Xuxa e Sandy & Júnior a RPM, Legião Urbana, Paralamas do Sucesso e Mamonas Assassinas. E, claro, não faltavam os sucessos sertanejos de Zezé Di Camargo & Luciano, Chitãozinho & Xororó e Leandro & Leonardo, além do romantismo do Raça Negra, o pagode animado do Só Pra Contrariar e do Grupo Molejo, e a energia contagiante do É o Tchan.

Os presentes

No colo do avô João, com o presente nas mãos que ganhei no meu primeiro aniversário, em 1991 arquivo pessoal/Renato Fontes

Um misto de alegria e decepção. Alegria quando o presente era brinquedo: para os meninos, um bonecos Playmobil ou Comandos em Ação, Forte Apache, carrinho de fricção ou de controle remoto, autorama, algum brinquedo do Gugu, skate, bicicleta ou até videogame.

Para as meninas, a felicidade vinha em forma de bonecas Barbie, Polly Pocket ou Moranguinho, casinha de boneca, pelúcias gigantes, patins, Tamagotchi ou algum brinquedo inspirado em apresentadoras da TV, como Xuxa, Eliana ou Angélica.

Já a decepção… ah, essa era implacável: abrir o embrulho e encontrar uma camiseta, um vestido ou, pior ainda, um par de meias. O famoso ‘presente útil’, que só era útil mesmo para os nossos pais.

É hora do parabéns!

Preparado para soprar a primeira velinha… hoje já conto 35 delas arquivo pessoal/Renato Fontes

O auge da festa: adultos reunidos em volta da mesa do bolo, a criançada atrás do aniversariante, e você no centro de tudo. Naquele momento, a timidez tomava conta e a gente não sabia direito para onde olhar, só sabia que se sentia especial...

Enfim, luz apagada, vela acesa e o canto de ‘Parabéns’, quase sempre com palmas fora de ritmo. E, na hora de apagar a vela, lá estava aquele irmão mais novo ou primo pestinha tentando soprar junto e atrapalhar o momento.

Se você já era um pouco mais velho, ainda rolava o temido canto de ‘com quem será que fulano vai se casar?’, geralmente apontando para aquela colega da escola ou vizinha, garantindo boas doses de vergonha.

Passado esse momento, chegava a hora de estourar o bexigão cheio de doces e farinha para nos sacanear. Era um empurra-empurra geral entre as crianças para conseguir pegar um punhado de guloseimas.

E, se não desse, tudo bem. No final da festa, nossa mãe entregava a lembrancinha. Normalmente, um saquinho cheio de balas, pirulitos, chicletes, chocolates de sabor duvidoso, língua de sogra, apito, dentadura de vampiro e muito mais.

Moral da história…

Hoje, as festas infantis impressionam pelo luxo e ostentação, mas quem cresceu na simplicidade sabe que nada supera a alegria genuína, a bagunça divertida e a magia das comemorações de antigamente. Feliz 35 para mim!

Eu, todo feliz, comemorando meus 2 aninhos em 1992 arquivo pessoal/Renato Fontes

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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