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Como foi feita a icônica capa do disco do Secos & Molhados

Ideia foi baseada em fotos de Antônio Carlos Rodrigues

Enigmas do Rock|Fabricio MazoccoOpens in new window

Capa do disco Secos & Molhados Reprodução

Foi na saída de um evento que João Apolinário encontrou seu amigo Antônio Carlos Rodrigues, que conhecia do jornal Última Hora. Foi direto ao ponto. O filho, João Ricardo, tinha montado uma banda e queria que ele fizesse as fotos para a capa. Tinha um detalhe muito importante: não tinha muito dinheiro. Por isso o “pedido”. Essa banda era a Secos & Molhados e o ano era 1973.

Não tinha como falar não. Rodrigues aceitou (mal imaginava que aquele “sim” o faria entrar na história). Passado alguns dias, a banda se reuniu com o fotógrafo para ouvir sua ideia.

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Na sua mão a revista Fotóptica com fotos que ele tinha publicado. Nelas, a modelo Ceni Câmara, sua mulher na época, com rosto bastante maquiado e com a cabeça numa mesa branca. Ele queria fazer algo daquele tipo e a banda concordou.

Sessão agendada no galpão de Rodrigues. No estúdio, todo o cenário pronto (tudo comprado por ele). Era uma mesa com bandejas onde cada um colocaria a sua cabeça. Além das cabeças, em volta pão, vinho e outros produtos facilmente encontrados nos conhecidos armazéns de secos e molhados (para remeter ao nome da banda).


Fotos de Rodrigues que inspiraram a capa Reprodução da revista Fotóptica

Era uma noite muito fria de junho. Chegaram no início da noite. A sessão durou muito tempo, indo até a madrugada, fazendo que os quatro integrantes da banda (Ney Matogrosso, João Ricardo, Gerson Conrad e Marcelo Frias) passassem muito frio.

Antes de se posicionarem ajoelhados, com a cabeça em cima da mesa, sobre uma bandeja, Rodrigues deu um conjunto de maquiagem para cada um e, assim como na foto que ele tinha feito com Ceni, pediu para eles se maquiarem.


O Ney, o Gerson e o João aceitaram. Marcelo Frias não. Aceitou, no máximo, uns brilhos em volta dos olhos que ficaram praticamente imperceptíveis.

Na disposição da mesa, ficou na frente da foto da capa: Ney Matogrosso, à esquerda; e João Ricardo, à direita; atrás, à esquerda, Gerson, e à direita, Marcelo.


A capa já estava sendo impressa quando Marcelo anunciou que estava saindo como membro da banda, permanecendo apenas como músico contratado. Quando o disco saiu, a banda era um trio, não mais um quarteto. E ficou a história do “cara” que pulou fora do trem, antes dele atingir a maior velocidade da história!

Preparação para foto da capa Reprodução de foto de Antônio Carlos Rodrigues

A primeira tiragem do disco foi de 1.500 cópias – a gravadora não acreditava no sucesso do grupo. Assim que chegava nas lojas, o disco já ia direto para a vitrine, principalmente pela atenção que a capa despertava.

Em 90 dias, foram vendidas mais de 350 mil cópias. O fenômeno Secos & Molhados tinha conquistado o país.

Fonte: Primavera nos Dentes - a História dos Secos & Molhados - Ditadura, Censura e Sedição. Miguel de Almeida. Rio de Janeiro: Record, 2023.

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