'Angústia' e 'Vidas Secas': obras de Graciliano Ramos já podem ser baixadas de graça na internet
Produção do escritor alagoano caiu em domínio público agora em janeiro, quando sua morte completou sete décadas
Estante da Vivi|Vivian Masutti, do R7 e Vivian Masutti
A editora Todavia não perdeu tempo. Logo nos primeiros dias de 2024, aproveitou que a morte de Graciliano Ramos completava 70 anos para se apropriar do domínio público de sua obra e lançar belas edições dos livros Angústia, de 1936, e o inédito Os Filhos da Coruja.
Agora, a lei permite que adaptações sejam feitas das mais infinitas maneiras, sem a autorização dos herdeiros.
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O primeiro foi escrito quando Graciliano estava preso, durante a ditadura Vargas, acusado de comunismo, e retrata um país dividido entre o velho e o novo.
Conduzem a história três personagens centrais: um homem sem posses que faz de tudo para conquistar a vizinha; seu rival, um herdeiro que passa a cobiçar a moça; e a própria jovem, que desencadeia a tragédia que provoca o título do livro.
Destaca-se aí a técnica do fluxo de consciência que torna impossível acreditar na veracidade do que conta o narrador-personagem conta.
Já o segundo é baseado em um poema de 1923, escrito sob pseudônimo, que se baseia em uma fábula de La Fontaine. Trata da saga de um gavião, uma coruja e seus filhotes e é voltado ao público infantil, apesar do final cruel.
Mas a Todavia não foi a única. Mais de uma dezena de editoras têm planos de colocar nas livrarias outros sucessos do autor, como São Bernardo e Memórias do Cárcere — o que tem deixado os herdeiros de cabelo em pé.
Até então, quem detinha os direitos era a editora Record, que os continuará pagando até 2029. Desde 1975 com eles, a casa já vendeu 2 milhões de exemplares de Vidas Secas, por exemplo, leitura obrigatória nos principais vestibulares do país.
Na mira de Companhia das Letras e Penguin, que pretendem apostar na segurança dos clássicos, a obra de Graciliano também poderá ser baixada gratuitamente no portal Domínio Público, uma biblioteca digital mantida pelo Ministério da Educação.
Fortemente recomendada!
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