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Estante da Vivi

Como prosa de amor e desespero que imita oração deu Nobel de literatura ao norueguês Jon Fosse 

Autor conhecido por questões existenciais tem dois livros publicados no Brasil e ganhou prêmio de R$ 5 milhões

Estante da Vivi|Vivian Masutti e Vivian Masutti

O norueguês Jon Fosse, ganhador do prêmio Nobel de Literatura
O norueguês Jon Fosse, ganhador do prêmio Nobel de Literatura

A Academia Sueca passou reto mais uma vez pelo favorito Haruki Murakami, o japonês de Minha Querida Sputnik, que também é conhecido por seus gatos e sua paixão pela corrida. Em vez disso, congratulou o norueguês Jon Fosse — um homem branco europeu, perfil que tem sido dominante na história do Prêmio Nobel de Literatura (veja todos os vencedores no final deste texto).

Não que Fosse não mereça. Mas sabemos que o Nobel não é só sobre merecimento. E a Noruega não é só Fosse. Os nórdicos têm se destacado em diversos gêneros literários. Vide Karl Ove Knausgard e Jo Nesbo.

A obra de Fosse é famosa por explorar questões existenciais, como em É a Ales, lançado neste mês pela Companhia das Letras, por R$ 64,90. Na trama, fantasmas do presente e do passado de várias gerações se entrelaçam quando uma mulher tem uma visão de si mesma de mais de 20 anos antes, parada na janela, esperando pelo marido que foi e nunca voltou.

De acordo com a Academia Sueca, o escritor e dramaturgo foi escolhido devido à sua habilidade em criar "peças e prosa inovadoras que dão voz ao indizível". Ele publicou mais de 50 livros, entre eles alguns infantis. Porém se destacou mesmo por escrever teatro.


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Desde que o Prêmio foi criado, em 1901, apenas nove dramaturgos foram laureados. E somente dois países tiveram mais de um nome selecionado: Itália e Irlanda.

Fosse tinha pânico de morrer antes de terminar um trabalho e, por isso, escrevia de maneira metódica. Assim como muitos literatos, enfrentou o alcoolismo e a falta de recursos financeiros.


Ele já tinha um livro, intitulado Melancolia, publicado pela editora Tordesilhas por R$ 48. E a Fósforo está prestes a lançar outra obra sua, Brancura. Mas é improvável que bombe no país como a escritora francesa Annie Ernaux e suas narrativas feministas no ano passado.

Fosse costuma afirmar que tenta em sua prosa imitar o ritmo de uma oração, mas ele não é um cara exatamente pop.

VEJA TODOS OS VENCEDORES DO NOBEL DE LITERATURA ATÉ 2023:

2023: Jon Fosse (Noruega)

2022: Annie Ernaux (França)

2021: Abdulrazak Gurnah (Tanzânia)

2020: Louise Glück (EUA)

2019: Peter Handke (Áustria)

2018: Olga Tokarczuk (Polônia)

2017: Kazuo Ishiguro (Reino Unido)

2016: Bob Dylan (EUA)

2015: Svetlana Aleksiévitch (Bielorrússia)

2014: Patrick Modiano (França)

2013: Alice Munro (Canadá)

2012: Mo Yan (China)

2011: Tomas Tranströmer (Suécia)

2010: Mario Vargas Llosa (Peru)

2009: Herta Müller (Romênia-Alemanha)

2008: J.M.G. Le Clézio (França)

2007: Doris Lessing (Reino Unido, mas nasceu no Irã e cresceu no Zimbábue)

2006: Orhan Pamuk (Turquia)

2005: Harold Pinter (Reino Unido)

2004: Elfriede Jelinek (Áustria)

2003: J.M. Coetzee (África do Sul)

2002: Imre Kertész (Hungria)

2001: V.S. Naipaul (nasceu em Trinidad e Tobago, mas vive no Reino Unido)

2000: Gao Xingjian (China)

1999: Günter Grass (Alemanha)

1998: José Saramago (Portugal)

1997: Dario Fo (Itália)

1996: Wislawa Szymborska (Polônia)

1995: Seamus Heaney (Irlanda)

1994: Kenzaburo Oe (Japão)

1993: Toni Morrison (Estados Unidos)

1992: Derek Walcott (Santa Lúcia, ilha do Caribe)

1991: Nadine Gordimer (África do Sul)

1990: Octavio Paz (México)

1989: Camilo Jose Cela (Espanha)

1988: Naguib Mahfouz (Egito)

1987: Joseph Brodsky (EUA, de origem russa)

1986: Wole Soyinka (Nigéria)

1985: Claude Simon (França)

1984: Jaroslav Seifert (Tchecoslováquia)

1983: William Golding (Reino Unido)

1982: Gabriel García Márquez (Colômbia)

1981: Elias Canetti (Reino Unido, de origem búlgara)

1980: Czeslaw Milosz (Polônia)

1979: Odysseus Elytis (Grécia)

1978: Isaac Bashevis Singer (EUA, de origem polonesa)

1977: Vicente Aleixandre (Espanha)

1976: Saul Bellow (EUA)

1975: Eugenio Montale (Itália)

1974: Eyvind Johnson (Suécia) e Harry Martinson (Suécia)

1973: Patrick White (Austrália)

1972: Heinrich Böll (Alemanha)

1971: Pablo Neruda (Chile)

1970: Alexander Soljenítsin (URSS)

1969: Samuel Beckett (Irlanda)

1968: Yasunari Kawabata (Japão)

1967: Miguel Ángel Asturias (Guatemala)

1966: Samuel José Agnon (Israel) e Nelly Sachs (Alemanha e Suécia)

1965: Mikhail Sholokhov (URSS)

1964: Jean-Paul Sartre (França; recusou o prêmio)

1963: Giórgos Seféris (Grécia)

1962: John Steinbeck (EUA)

1961: Ivo Andric (Iugoslávia)

1960: Saint-John Perse (França)

1959: Salvatore Quasimodo (Itália)

1958: Boris Pasternak (União Soviética; renunciou ao prêmio)

1957: Albert Camus (França)

1956: Juan Ramón Jiménez (Espanha)

1955: Halldór Kiljan Laxness (Islândia)

1954: Ernest Hemingway (Estados Unidos)

1953: Winston Churchill (Reino Unido)

1952: François Mauriac (França)

1951: Par Lagerkvist (Suécia)

1950: Bertrand Russell (Reino Unido)

1949: William Faulkner (EUA)

1948: T.S. Eliot (Reino Unido, nascido nos EUA)

1947: André Gide (França)

1946: Hermann Hesse (Alemanha)

1945: Gabriela Mistral (Chile)

1944: Johannes V. Jensen (Dinamarca)

1943-1940: não concedido

1939: Frans Eemil Sillanpää (Finlândia)

1938: Pearl S. Buck (EUA)

1937: Roger Martin du Gard (França)

1936: Eugene O'Neill (EUA)

1935: não foi concedido

1934: Luigi Pirandello (Itália)

1933: Ivan Bunin (URSS)

1932: John Galsworthy (Reino Unido)

1931: Erik Axel Karlfeldt (Suécia)

1930: Sinclair Lewis (EUA)

1929: Thomas Mann (Alemanha)

1928: Sigrid Undset (Noruega)

1927: Henri Bergson (França)

1926: Grazia Deledda (Itália)

1925: George Bernard Shaw (Irlanda)

1924: Wladyslaw Reymont (Polônia)

1923: W.B. Yeats (Irlanda)

1922: Jacinto Benavente (Espanha)

1921: Anatole France (França)

1920: Knut Hamsun (Noruega)

1919: Carl Spitteler (Suíça)

1918: não concedido

1917: Karl Gjellerup e Henrik Pontoppidan (ambos da Dinamarca)

1916: Verner von Heidenstam (Suécia)

1915: Romain Rolland (França)

1914: não concedido

1913: R. Tagore (Índia)

1912: Gerhart Hauptmann (Alemanha)

1911: M. Maeterlinck (Bélgica)

1910: Paul Heyse (Alemanha)

1909: Selma Lagerlöf (Suécia)

1908: Rudolf Eucken (Alemanha)

1907: Rudyard Kipling (Reino Unido, mas nasceu na Índia)

1906: Giosuè Carducci (Itália)

1905: Henryk Sienkiewicz (Polônia)

1904: Frédéric Mistral (França) e José Echegaray (Espanha)

1903: Bjornstjerne Bjornson (Noruega)

1902: Theodor Mommsen (Alemanha)

1901: Sully Prudhomme (França)

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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