Saiba como surgiu a cobrança de Zona Azul e alegre seu dia (ou não)
Quando aceitamos pagar para estacionar em via pública, sem segurança extra, achando que é bom?
Melhor Não Ler|Do R7
Reza a lenda que, certo dia, dois servidores públicos sentiam-se sobremaneira entediados pelo ócio que começaram a pensar em formas, digamos, criativas de servir o público (afinal não é para isso que eles existem?). Na sala de descanso – onde preveniam o estresse diariamente – um deles teve uma ideia:
“Está vendo aqueles carros estacionados ali do outro lado da rua?”
“Estou”, respondeu o outro. “O que é que tem?”
“Que tal a gente começar a cobrar pro pessoal estacionar?”
“Cobrar? Como assim? Cobrar por estacionar em via pública?”
“Claro! Você sabe muito bem que tudo que é de graça o povo não dá valor! Esses ingratos... Só de falar já me estresso!”
“Mas como a gente vai cobrar do público uma coisa que já é pública?
“Com um... papelzinho. Não, melhor, com um carnê. O povo ama carnê!”
“Espera aí! A gente vai vender um carnê pro povo estacionar em um local que eles já pagaram pra construir e continuam pagando para manter?”
“Exatamente!”
“Você deve estar maluco. Ninguém vai aceitar um absurdo desse!”
“Até parece que você não conhece o povo... é só falar que é pro bem deles. Eu até escrevi uma declaração pra imprensa, ouve só: ‘Para resolver os crescentes problemas de tráfego que assolam as áreas urbanas mais movimentadas, criamos uma solução para garantir o direito de toda população estacionar seus veículos em vagas rotativas estrategicamente posicionadas para, assim, organizar o fluxo de veículos’. E então, o que acha?”
“Isso nunca vai dar certo. É puro blábláblá! E se as pessoas não usarem o tal carnê”
“Daí a gente multa, ué...”
“Multar um cidadão porque estacionou em local público?”
“Não só isso: cada folha do carnê vai dar direito a uma hora de estacionamento. Se o cidadão ultrapassar o tempo, ele também leva multa.”
“E como é que a gente vai saber quem colocou a tal folha do carnê, quem ultrapassou o tempo?”
“É só contratar fiscais. A gente colocar fiscais espalhados pela cidade. Quando alguém vier estacionar, eles avisam que só pode se tiver a folhinha do carnê. Coincidentemente, numa banca de jornal bem próxima ou na padaria ou num boteco, vai ter carnê pra vender, assim ninguém dá desculpa. Se não colocar, multa. Se colocar e passar do horário, multa também! Vai dar pra pagar os fiscais e ainda sobrar muita grana. Nós vamos ganhar prêmio, meu amigo, vai por mim!”
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