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“O Rock and Roll é Preto”: Black Pantera mete o pé na porta do mundo com “Unfuck This”

Com novo single em inglês, o trio mineiro inaugura fase global com peso, crítica afiada e turnê internacional.

Musikorama|Rodrigo d’SalesOpens in new window

Black Pantera inicia carreira internacional Marcos Hermes

A Black Pantera invade de vez o rock global em Unfuck This – uma das músicas mais cruas e diretas que a banda já lançou. A faixa traz um crossover bem construído entre hardcore oitentista e heavy metal, costurado por riffs pesadíssimos sobre padrões em blocos: aquela martelada hipnótica de um bom hardcore. O resultado soa como a energia frenética digna de Suicidal Tendencies, com o peso de Sepultura.

O vocal de Charles Gama remete a Derrick Green (Sepultura) – talvez pela admiração mútua de ambos pelo Bad Brains. Mas essa semelhança soa longe de uma cópia: é identidade compartilhada. Como se falassem uma mesma língua dentro da arte.

Rock é preto, e ponto final


“Rock and Roll is black / This is a fucking fact”. Isso não é verso, é soco direto. A música denuncia o apagamento da negritude no rock, assim, direto. A frase “Unfuck This” se repete, repete e repete – como água que bate na pedra dura do sistema até furar. Esse mantra funciona como um chamado para apreciação e transformação. Dizia Belchior: “amar e mudar as coisas me interessa mais”. Aqui, a Black Pantera parece dizer: vamos mudar a coisa toda. Se há amor nisso, então vamos pra cima" — porque é só isso que nos interessa.


Curto e direto

Letra curta, crua, direta. “Cause you don’t care” resume décadas de indiferença. A música quer “desferrar” a realidade atual, cobrar verdade e respeito. Começa como uma crítica ao rock, mas sua reivindicação se estende por camadas e camadas, alcançando estruturas muito mais profundas. É o tipo de som feito para ser entoado com raiva e convicção, transformando o desespero em catarse coletiva — um tapa na mesa do status quo.


Primeira turnê internacional e o inglês como ferramenta

Enquanto você lê este artigo, a Black Pantera encara sua primeira turnê internacional, levando esse grito para palcos europeus. Em um momento em que músicos brasileiros ocupam cargos em bandas como Slipknot e W.A.S.P.e quem sabe até Foo Fighters – esse passo sinaliza um movimento promissor do rock brasileiro no mundo.

Cantar em inglês não é concessão cultural, é estratégia. A banda sempre teve estrutura artística, identidade imagética e conceitos literatos muito bem definidos. Por isso, com o idioma global, seu discurso atravessa fronteiras sem perder o sotaque.

Confesso: tenho sangue mineiro por parte de pai, e isso me faz ter uma afeição ainda maior quando vejo artistas de Minas rompendo fronteiras. Mas a verdade é que a Black Pantera já não cabe em rótulo nenhum — são um grito vivo, urgente e necessário.

Um marco brasileiro no rock de contestação

Hoje, a Black Pantera é um dos nomes emergentes mais relevantes do metal brasileiro, agradando aos fãs de thrash, hardcore e punk na mesma paulada sonora. Unfuck This é grito de revolta, é desafio ao mercado, é um lembrete afiado de que o rock, quando verdadeiro, nunca foi sobre conforto — mas sim sobre confronto.

Quem se incomoda com a verdade vai ficar desconfortável – e é exatamente isso que o trio quer. Porque contestar, botar o dedo na ferida e fazer barulho com primazia é o que o rock deve fazer.

Para acompanhar os próximos passos da Black Pantera e do mercado da música, siga @blackpanteraoficial, @digaomusik e @musikorama.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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