'As Marvels' é fracasso gigantesco, mas cena extra aponta o futuro dos super-heróis do estúdio
História fraca e confusa das super-heroínas faz com que público não vá aos cinemas, que estão vazios
Odair Braz Jr|Do R7 e Odair Braz Jr
Infelizmente As Marvels é ruinzinho, fraco, confuso e sem pegada nenhuma. É mais um lançamento que mostra a crise em em que a Marvel se enfiou desde Vingadores: Ultimato, quando a sequência de filmes chegou ao ápice. Depois disso, o estúdio se perdeu com séries desimportantes e longas frustrantes.
As Marvels traz Capitã Marvel (Brie Larson), Miss Marvel (Iman Vellani) e Monica Rambeau (Teyonah Parris), três super-heroínas que têm de atuar juntas contra a supervilã Dar-Benn, líder da raça Kree que quer uma vingança contra a Capitã.
O filme tem problemas em várias áreas, como um roteiro fraco, história confusa, muitos personagens desconhecidos e ainda exige que o espectador tenha visto, pelo menos, Capitã Marvel (de 2019) e as séries Invasão Secreta, Ms. Marvel e Wanda Vision. Se você não assistiu a nada disso, não vai entender muita coisa do que se vê na tela.
Quer dizer, a ampliação do universo Marvel no cinema — nos mesmos moldes do que já acontece há décadas nos quadrinhos, com histórias e personagens totalmente interligados — está sendo uma ferramenta eficiente para afastar o público. Porque você não pode mais ir ver um longa da Marvel de maneira descompromissada. Se não tiver a bagagem necessária do passado, nada feito. E isso é muito chato para quem quer apenas assistir a um filmezinho de super-herói.
Então, se você não acompanhou as séries, já de cara, não saberá quem é aquela garota de 16 anos que tem uns poderes diferentões e que é fã da Capitã Marvel. Também ficará boiando na parte inicial do longa, que mostra bastante a raça Skrull e o que tudo aquilo significa. Monica Rambeau também será um mistério. Enfim.
Mas As Marvels tem uma única coisa realmente boa, que é a cena extra que surge após o encerramento da história.
HÁ SPOILERS GRAVES DAQUI PARA FRENTE!
AVISEI!
A cena extra, quando surge na tela, causa um burburinho nas poucas pessoas que se dispuseram a ver As Marvels no cinema. Vemos que há o surgimento de uma nova super-heroína, a Binária. Mas isso nem é o mais surpreendente. No laboratório em que a heroína “recém-nascida” está também tem um personagem conhecido dos fãs da editora. Ninguém menos do que o Fera, o mutante azul e peludo que é um famoso integrante dos X-Men (e que também fez parte dos Vingadores nas HQs).
Embora outros mutantes já tenham aparecido nos filmes mais recentes da Marvel — Professor Xavier em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura e Namor, em Pantera Negra 2 — o Fera é o primeiro integrante dos X-Men a surgir de fato num longa da Marvel. E reside justamente na superequipe mutante a possibilidade do estúdio se reerguer nos cinemas.
Depois de Ultimato, como dito acima, a Marvel se perdeu completamente. Parece que ficou sem rumo, sem uma boa história para ser contada após todo o clímax da saga dos super-heróis contra Thanos. Com os X-Men entrando em cena — após a Disney ter comprado a Fox, que tinha os direitos dos mutantes — há a chance de se criar uma nova e apaixonante supersaga que pode voltar a prender o público nas poltronas das salas.
Os mutantes da Marvel já se deram bem no cinema, quando estrearam em 2000. Geraram várias continuações, filmes do Wolverine, outros derivados e conquistou muitos milhões de dólares nas bilheterias. Claro que há filmes fracos, mas o balanço geral é bem positivo.
A grande questão é que a Marvel e a Disney estão demorando muito para colocar os X-Men em ação. Trazer os mutantes de volta para o público é o passo mais óbvio que o estúdio pode dar neste momento e ficar protelando isso é condenar os fãs a ficar vendo produções pouco inspiradas como As Marvels, Pantera Negra 2, Thor: Amor e Trovão entre vários outros.
Que tal acelerar com os X-Men, Marvel Studios? Os fãs ficarão eternamente gratos.
Cinco motivos por que Five Nights at Freddy's é um dos piores filmes do ano
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.