Escolas de “dia fraco” dominam Desfile das Campeãs em SP

A “ciência” do Carnaval que acontece fora da pista é para lá de curiosa.

Desde o sorteio da ordem dos desfiles de São Paulo, que aconteceu em junho do ano passado, a sexta-feira (9), primeira noite de apresentações do Grupo Especial, foi considerada “mais fraca” por parte do público.

Estavam na escala Independente, Peruche, Tucuruvi, Mancha, Tatuapé, Rosas e Tom Maior. Para o sábado tinha X-9, Império, Mocidade, Vai-Vai, Gaviões, Dragões e Vila Maria.

No primeiro dia, sobrou ingresso. No segundo, lotação máxima nas arquibancadas.

Mas é curioso como o mundo dá mais voltas que porta-bandeira em desfile. Das quatro empatadas com pontuação de campeã, três vieram da sexta-feira: Tom Maior, Mancha e a bicampeã Tatuapé. Apenas a vice, Mocidade, e a quinta colocada, Dragões, desfilaram depois. Quer mais prova que Carnaval se ganha na pista?

Várias análises sobre as apresentações de 2018 elogiaram o desfile da Tom Maior, mas todos consideraram que ela não representava perigo para “as grandes”. Outra “renegada” foi a Mancha Verde, com um desfile para lá de correto, com alegorias bem-acabadas, história contada de forma clara e a alegria do grupo Fundo de Quintal. Foi por isso que disse no domingo para ninguém se surpreender se a agremiação entrasse na briga durante a apuração.

Desculpem-me, mas vou recorrer novamente a mim mesmo para destacar que não existe escola inofensiva no Carnaval. É na pista que tudo acontece. É lá que se ganha e que se perde campeonato. Não adianta ter a melhor alegoria e ela não entrar na avenida porque quebrou o eixo. De nada vale o melhor barracão se a escola passar fria ou com erro de evolução.

Por isso, vale muito a pena prestar bem atenção nos “desfiles fracos” da noite desta sexta-feira (16). São todos merecidamente campeões do Carnaval paulistano.