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Lais Moreira: Porta-bandeira da Vila Maria deixa lição de dignidade

Experiente na avenida, ela não pode ser julgada após ter problemas com parte da fantasia e desfilar sem a saia

Ziriguidum|Thiago Calil

Lais, ao lado de Everson, com saia improvisada e pavilhão trocado
Lais, ao lado de Everson, com saia improvisada e pavilhão trocado

Você sabe quanto pesa carregar o pavilhão de uma escola de samba? É muita coisa e mais um pouco.

O casal ostenta ali uma escola, uma comunidade inteira. É um símbolo quase sagrado, que é honrado, reverenciado e guardado o tempo todo. Não é à toa que não se deve cumprimentar um pavilhão de bermuda, boné, com lata de cerveja na mão, entre outras coisas. Também não se deve beijá-lo diretamente ou impedir sua passagem na quadra. Ele exige respeito.

Fora o simbolismo, tem o fato de ser 40 pontos em jogo. É, certamente, o quesito mais difícil de todos. Onde a responsabilidade pela nota está inteira na mão de duas pessoas.

Nesta madrugada, quando a porta-bandeira da Unidos de Vila Maria teve problemas com a saia na avenida, não teve como não se emocionar. O fato foi tão sério que afetou o ânimo de toda a escola até o fim do desfile.


Mas é preciso destacar a honra e a força de Lais Moreira em seguir em frente, mantendo o sorriso no rosto e a calma. O pavilhão foi trocado com o do segundo casal e uma saia improvisada foi amarrada na hora. Ela ergueu a cabeça e seguiu até o fim.

Para quem não sabe, somente quem carrega a bandeira oficial da escola, o primeiro casal, que é avaliado pelos jurados do quesito. Quando há a troca de pavilhão, ao menos naquele momento, a dupla perde o posto de mestre-sala e porta-bandeira mais importante da escola.


Everson Sena também merece destaque. Se manteve ao lado da parceira o tempo todo, amparando-a e resguardando-a. Um verdadeiro mestre-sala, em toda a sua essência. O Anhembi reconheceu e ovacionou os dois durante toda a avenida.

Lais Moreira é uma das melhores portas-bandeiras do Carnaval paulistano. Tem uma longa história na folia e já foi, inclusive, premiada por seu desempenho na pista. Não vê-la girar plenamente é uma perda para todo o samba de São Paulo! É como se o Neymar não entrasse em campo na final de um campeonato porque ficou sem chuteira no vestiário.

Mas hoje, mais do que nunca, ela merece todo o nosso aplauso. Ser grande nem sempre é sinônimo de conquistar a nota mais alta. Mas de merecer nosso respeito em qualquer situação. 

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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