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O Carnaval do Rio de Janeiro virou piada de péssimo gosto

Escolas apoiaram virada de mesa, rasgaram o regulamento e cancelaram rebaixamento de Grande Rio e Império Serrano

Ziriguidum|Thiago Calil

Grande Rio homenageou Chacrinha, mas o bacalhau ficou por conta do tapetão
Grande Rio homenageou Chacrinha, mas o bacalhau ficou por conta do tapetão

O Carnaval do Rio de Janeiro, o mais importante do País, o mais famoso no mundo, virou uma grande piada. E daquelas de péssimo gosto. 

Não sinto nenhum prazer em dizer isso. Pelo contrário. O Rio é o berço do samba. É onde as escolas fizeram história, essa marcada por luta e resistência.

Mas o passado é saudoso e o presente... bem, não há muito o que falar sobre ele.

Na noite dessa quarta-feira (28), a Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, em reunião plenária, decidiu pelo não rebaixamento da Grande Rio e do Império Serrano. Em outras palavras, rasgaram o regulamento. Mudaram a regra do jogo depois da partida para que o resultado fosse mais atraente a quem convém. Aquela famosa história da nossa infância, onde ou se brincava como queria o dono da bola ou ninguém poderia se divertir.


Não digo isso pelas agremiações. A minha vontade nunca foi ver nenhuma das duas no Grupo A. Mas, afinal, se são as escolas que aprovam o regulamento, que acertam o esquema de julgamento, o que justifica a virada de mesa encabeçada e ratificada por elas mesmas?

Esse era um Carnaval de resposta no Rio de Janeiro. Vale lembrar que 2017 já foi um ano lastimável, onde acidentes na avenida custaram a vida de uma pessoa e outras carregam marcas até hoje. Na ocasião, também não houve rebaixamento. A decisão naquele ano favoreceu Tijuca e Paraíso do Tuiuti.


Depois veio a discussão em relação ao financiamento dos desfiles. Tema complicado. As escolas assumiram o papel de vítima. Mas o que se apresentou como alternativa para a polêmica? O quanto se acrescentou a esse debate? Praticamente nada. E o pior (ou melhor): os desfiles aconteceram maravilhosos como sempre são.

Era o ano de mostrar a grandeza do Carnaval. Mostrar que somos maiores que todas as críticas preconceituosas, que todas as desconfianças e olhares tortos. Mas, em vez disso, demos um tapetão ao povo.

É por essas e outras que assistimos blocos de rua cada vez mais cheios por aí e o sambódromo perdendo público. A Sapucaí virou coisa para turista. É claro que em 2019 elas farão desfiles maravilhosos e serão reverenciadas por tal feito. Já vimos isso acontecendo neste ano. Mas o que fica de mensagem disso tudo? E o que estamos conseguindo com isso? Com a palavra, os donos da festa.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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