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Entre Pets e Beijos

Animais em situação de risco! Quem acionar para o resgate?

Bombeiros de São Paulo atendem diariamente mais de 100 ocorrências envolvendo salvamento e resgate de animais

Entre Pets e Beijos|Do R7 e Lidiane Shayuri Hayashi

Gato no topo de uma árvore, ave enroscada em linha de pipa, cachorro com a cabeça presa no vão do portão, animal que caiu no rio...São inúmeras as situações e locais de risco que os bichos se envolvem ou são envolvidos. E no desespero, as pessoas ligam para o Corpo de Bombeiros!

Erradas não estão, mas é bom esclarecer que da mesma forma que é preciso pedir auxílio de uma autoridade competente, é necessário também que alguém se responsabilize pela guarda do animal doméstico, assim que a operação for concluída. Infelizmente não há locais públicos disponíveis para "acomodação" destes pets.

No caso de animais silvestres, as autoridades realizam o resgate e os bichos são encaminhados para parques e instituições competentes.

No estado de São Paulo, os bombeiros atendem mais de 100 ocorrências diariamente envolvendo salvamento e resgate de animais. Geralmente são animais silvestres (onça, cobra, mamíferos maiores) que oferecem risco a população ou pets que se encontram em áreas de risco. Nas redes sociais há diversas imagens que comprovam a batalha e as vitórias destes profissionais.


O Major Palumbo, do Corpo de Bombeiros, esclarece o trabalho realizado pela corporação.

Importante ter em mente que os bombeiros atuam em diversas situações envolvendo ou não animais e não é possível mobilizar profissionais para situações onde não há controle de acesso do animal. Acho importante ressaltar a ação destes heróis porque eu mesma acabei envolvida em uma situação delicada!


Em fevereiro deste ano, estava recém operada (retirei os 4 dentes do siso de uma vez) quando recebi um pedido de ajuda nas redes sociais. Uma cachorra supostamente "ilhada" em um braço do Rio Tietê, na Zona Leste da capital paulista.

Na época, as pessoas da região reclamaram que os bombeiros foram ao local e não realizaram o resgate. Questionei quem ficaria com a cachorra e duas moradoras se prontificaram. Perguntei sobre o tamanho do terreno onde estava o animal e responderam que a área era um pouco maior que um campo de futebol. Eu mesma, sem checar a informação, insisti e liguei para os bombeiros. Mais uma vez eles retornaram ao local, com bote e equipamentos e saíram de lá após algumas horas sem o animal. Justificaram que a área era bem maior que a relatada, de mata fechada, que a cadela estava solta, sem ferimentos e muito arisca. Com a aproximação dos bombeiros, ela fugia.


Procurei o mapa do local indicado na internet e me assustei. O campo de futebol facilmente poderia ser multiplicado dezenas de vezes.

Área disponpivel para deslocamento da cachorra na zona leste de São Paulo
Área disponpivel para deslocamento da cachorra na zona leste de São Paulo

Com toda a teimosia do mundo, comprei um bote inflável no dia seguinte. Pedi ajuda a uma protetora e ao Renan Lemos, especialista em captura de cães e gatos. Com isca, jaula, bote e sem horário para concluir a operação, eles passaram quase um dia inteiro na região e com o auxílio de jovens do bairro conseguiram atrair e capturar a cachorra. Perfeito! Objetivo concluído. 

Ou seja, em nenhum momento houve má vontade ou negligência dos Bombeiros. A operação era muito mais complexa do que o explicado no pedido de socorro. 

Resgate concluído com sucesso
Resgate concluído com sucesso

Hora de procurar quem se prontificou a cuidar do bicho!

De forma resumida: "Fulana" disse que é era para deixar com "XYZ" até "não sei quem" chegar de "não sei onde". E quem vai levar a cachorra que saiu do rio Tietê imediatamente ao veterinário? Ah, isso ninguém soube responder. Conclusão: Renan e a minha amiga protetora levaram a cachorra ao veterinário e depois a conduziram para um abrigo. Me responsabilizo pelos custos do lar temporário até hoje. Resgatar animais envolve responsabilidade!

Juma no veterinário logo após o resgate
Juma no veterinário logo após o resgate

Escolhi o nome de Juma para a cachorra retirada do rio. Não descobrimos até hoje como ela foi parar naquele local. Sabemos que ela já deu cria em algum momento pelo estado das mamas. Em seis meses de abrigo, aprendeu a confiar naqueles que a alimentam diariamente. Em breve, com dedicação e um trabalho de socialização, Juma estará disponível para adoção.

Por aqui ninguém solta a pata de ninguém!

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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