Seu pet está identificado? Sabe o que fazer em caso de animal perdido?
A identificação dos pets pode evitar muitas situações desagradáveis
Entre Pets e Beijos|Do R7
O dia com 24 horas passa absurdamente rápido quando abro as redes sociais e me deparo com os inúmeros pedidos de ajuda para localização de animais. Bichinhos que se perdem dos donos, outros que são encontrados e vários abandonados. Além do sofrimento das pessoas e dos animais, quase todos tem algo em comum: a falta de identificação!
Muitos passaram a me conhecer após o caso da cachorrinha Pandora, que desapareceu em dezembro de 2021 na conexão de um vôo no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. Foram 45 dias de buscas incessantes nas ruas e nas redes sociais e uma mobilização que ultrapassou as fronteiras do Brasil. Felizmente, o desfecho muito esperado aconteceu. Pandora apareceu e a situação foi comemorada por uma multidão!
Para quem está curioso para saber como esta a Pandora...Ela voltou ao peso normal, ganhou um irmão, o Thor, e seu tutor, o Reinaldo, mora atualmente em Guarulhos, São Paulo com sua mãe, a dona Terezinha. A princípio, Reinaldo optou por morar na cidade para oferecer tratamento imediato e adequado a Pandora, encontrada bastante delibilitada, e preservá-la de um novo deslocamento. Reinaldo trabalha agora como chapeiro em um estabelecimento de refeições e também faz hospedagens de pets. Ele aguarda o processo judicial movido contra a companhia área e a empresa que administra o Aeroporto Internacional de São Paulo.
Recuperei esse episódio para dizer que nesta situação conheci inúmeras pessoas e aprendi muito sobre identificação e busca de pets.
Identifique seu pet!
Seja sincero! Seu pet tem identificação? Se sim, ótimo. Caso contrário, eu te pergunto o motivo dele não ter uma coleira com identificação. Ah, deixa eu adivinhar: ele não sai de casa? Só sai de casa com você? Ele não gosta de coleiras?
Imprevistos acontecem e muito! Uma fresta no portão, uma tela roída, um pulo da janela do carro, uma escapada da creche ou pet shop, um acidente automobilístico...Um segundo e talvez você nunca mais veja seu pet. Já pensou? Quando uma destas situações acontece, mas seu pet está devidamente identificado, a angústia e o tempo de reencontro podem ser menores.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística apontam que em 2018, a população de animais domésticos no país era de 139,3 milhões. Informações mais atuais, escancaram o crescimento deste número. Segundo o último Censo Pet do Instituto Pet Brasil, entidade de representação oficial do setor pet no país e que utiliza dados do IBGE, 2021 terminou com 149,6 milhões de animais, entre cães, gatos, aves, peixes, pequenos répteis e mamíferos. Destes, uma pequena parcela possui identificação. Um levantamento da Abrachip, Associação Brasileira do Microchip Animal, mostra que apenas 635.436 usam o dispositivo de identificação - ou seja, 0,42% da população.
Como tutora demorei para entender todas as opções para controle e identificação dos pets e aproveito para compartilhar tudo que pesquisei. Logo de cara adianto: você pode ter uma carteirinha sem valor legal oferecida pelo Instituto Pet Brasil, depois se informar sobre a exigência da prefeitura da sua cidade com relação a identificação, se possível microchipar seu animal e além disso, utilizar uma coleira com identificação. Vou falar um pouco sobre cada uma.
Descobri que o site do Instituto Pet Brasil oferece um serviço de identificação chamado de RG Pet. Totalmente gratuita, a carteirinha do animal é emitida online logo após o preenchimento de um formulário. Sem valor legal, e de responsabilidade do Instituto Pet Brasil, possibilita o registro das vacinas e principais atividades do animal, além de ser uma forma de concentrar e atualizar os dados dos animais do país - já que a plataforma unifica essas informações.
Com relação a obrigatoriedade, cada prefeitura tem uma abordagem diferente. Em São Paulo por exemplo, desde 2001 o RGA - Registro Geral do Animal está previsto em lei para cães e gatos (Lei Municipal 13.131/2001). Além da carteira digital, timbrada e numerada, o tutor recebe uma plaqueta de identificação com número correspondente ao do RGA, que deverá ser fixada à coleira do animal. A solicitação pode ser feita pelo link ou presencialmente em uma das praças de atendimento.
Em seguida, como forma de aumentar o controle, você pode microchipar seu PET. A estrutura é introduzida de forma subcutânea no animal entre as escápulas (ombros). Não tem validade e não provoca reação. Geralmente quando a adoção ou a castração do animal é realizada nos Centros de Controle de Zoonoses, o pet já é submetido ao procedimento de forma gratuita. Canis legalizados também já entregam os animais com o microchip.
Em outras circunstâncias de aquisição de um PET, você pode recorrer a clínicas veterinárias particulares habilitadas para o procedimento. Vale lembrar que esse tipo de identificação é exigido no embarque para alguns países e sugeridos em outros.
O microchip não rastreia o animal! Assim como o RG, ele concentra informações de identificação do PET que são acessadas apenas quando o animal é submetido a um equipamento com leitor dessa tecnologia em clínicas veterinárias ou centros de zoonoses e pode ajudar e muito na localização do tutor de um animal perdido.
Além do RG e do microchip, penso que é fundamental que o animal apresente algum tipo de identificação externa com nome e telefone de contato do tutor.
Atualmente o mercado pet oferece:
- Coleiras simples com plaquinhas para gravação em metal, borracha ou plástico;
- Coleiras com QR code embutido: quando o QR CODE é submetido à câmera fotografica de um celular, um aplicativo mostra a identificação do animal para quem pesquisou e automaticamente aciona o tutor sobre o local onde aquele animal teve o dispositivo ativado.
- Placas com QR CODE: funciona da mesma forma que a coleira. A identificação do animal aparece no celular para quem pesquisou e automaticamente o programa avisa o tutor sobre o local onde aquele animal teve o dispositivo ativado. As placas podem ser penduradas em uma coleira simples.
- Tags para objetos: espécie de chaveiro com rastreador embutido indicado pelos fabricantes apenas para localização de objetos, mas há donos de pets que usam o produto para aumentar a segurança. Como a tecnologia depende do sinal de aparelhos compatíveis, a eficácia pode não ter sucesso em áreas remotas.
- Coleiras com GPS: com duração limitada a algumas horas ou alguns dias, o produto ainda apresenta um alto custo no mercado.
Por isso, para quem considera o PET um integrante da família, todo cuidado é válido. Clichê ou não, quem ama cuida e nestes casos, melhor cuidar em excesso.
Meu pet sumiu! E agora?
A diferença pode ser o tempo para se tomar uma atitude. Por isso, mobilize pessoas próximas imediatamente e inicie as buscas pela área chamando o animal pelo nome. Se houver suspeita de roubo, faça um boletim de ocorrência na delegacia mais próxima.
Separe fotos com as características do animal (cor, tamanho, detalhes que podem diferenciá-lo) e elabore uma arte simples com nome do pet, região onde desapareceu, imagem do animal, dados sobre a saúde (caso seja dependente de algum medicamento), telefones para contato com DDD e recompensa, se houver. Dispare a arte para seus contatos no whatsapp e redes sociais.
Nas redes sociais, marque perfis do bairro e peça para compartilharem. Prepare-se para filtrar ligações e mensagens interessadas APENAS na recompensa! Peça fotos e dados de localização.
Use a versão impressa da arte para entregar em estabelecimentos próximos como clínicas veterinárias, padarias, pet shops, postos de gasolina, pontos de ônibus, abrigos de animais e ONGs que podem ter recebido esse pet.
Caso precise, podemos auxiliá-lo na elaboração deste "panfleto". Envie um e-mail para acadoliveira@recordtv.com.br com o assunto: PERDI MEU PET . Coloque todas as informações necessárias, como: nome do pet, idade, sexo, raça, cor, porte, características particulares, quando e onde foi avistado pela última vez. Informe se há recompensa. Não esqueça de enviar pelo menos 1 foto nítida do animal.
Além disso, é possível recorrer a serviços especializados de empresas privadas.
Com pacotes de serviços entre R$ 97 a R$1.298, a startup AlertPet faz disparos de alertas com o anúncio do pet perdido nas redes sociais. A plataforma surgiu a partir da tentativa do publicitário André Rodrigues de ajudar um amigo a encontrar o cachorro. André utilizou propagandas geolocalizadas para divulgar o desparecimento do animal E deu certo!
Já a empresa BuscaPet utiliza cães farejadores para direcionar as buscas pelo pet perdido. São 4 opções de pacote com custos entre R$ 2.500 e R$ 4.300.
Enquanto houver esperança do tutor, uma grande corrente positiva se forma e as chances de encontrar o pet são enormes!! Aqui, ninguém solta a pata de ninguém!
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.