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Rei Charles 3º usa saia durante a vigília do caixão de Elizabeth 2ª; conheça a história da peça

O kilt era usado por guerreiros de uma região fria da Escócia, chegou a ser proibido e hoje é uma peça para ocasiões especiais

Moda|Do R7

Rei Charles 3º usou kilt durante vigília da rainha
Rei Charles 3º usou kilt durante vigília da rainha

Uma multidão se aglomerou nesta segunda-feira (12) em Edimburgo, capital da Escócia, por causa da chegada do caixão da rainha Elizabeth 2ª, que morreu na semana passada, aos 96 anos. Durante a vigília, um detalhe chamou atenção: o rei Charles 3º e guardas escoceses estavam usando uma espécie de saia.

A peça, na verdade, se chama kilt, que significa "ato de prender uma roupa no corpo" na antiga língua falada na Escócia. Atualmente, ela é usada pelos habitantes do país em ocasiões especiais, como casamentos, funerais e festas — além do rei, outros membros da família real costumam usar a vestimenta quando estão por lá.

O item é uma herança do povo gaélico que vivia na Irlanda no fim do século 14. Eles migraram para as Highlands, uma região úmida e chuvosa no norte da Escócia, onde os kilts foram adotados por guerreiros.

Naquela época, a vestimenta, feita de lã, era usada como uma espécie de manto preso ao corpo — daí o seu nome —, de modo a proteger do frio.


O tecido xadrez do kilt, chamado de tartan, mudava de estampa de acordo com o clã daqueles que o usavam. O formato de saia é criação escocesa e só passou a ser usado a partir do século 18.

Entre 1746 e 1782, civis foram proibidos de usar o kilt. A medida foi adotada para destruir o sistema de clãs e conter o nacionalismo na Escócia, depois que as tropas do príncipe Charles Edward foram derrotadas pela coroa inglesa.


O príncipe agrupou soldados para tentar tomar o trono da Escócia e da Inglaterra, mas foi derrotado na batalha de Culloden. O traje sobreviveu porque membros do Exército ainda podiam usá-lo. Quando a proibição foi revogada, o kilt voltou a ser usado por cidadãos.

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