Protetor bucal no treino: aliado ou inimigo da performance?
Descubra quando o acessório é indispensável e quando pode comprometer seu desempenho
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Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7
Recentemente, viralizaram imagens do ex-participante de reality show Davi Brito fazendo caminhada usando protetor bucal. O acessório, comum em esportes de contato, tem aparecido também na boca de quem pratica musculação pesada ou treinos de alta intensidade. A dúvida é: ele realmente melhora o desempenho ou pode acabar atrapalhando?
“Em alguns esportes, o acessório é indispensável. Mas em outros, pode até prejudicar a respiração e o desempenho físico”, alerta o educador físico Rafael Akira. Segundo o profissional, o uso do protetor bucal influencia diretamente a respiração e, portanto, o rendimento durante o exercício.
“Você tem um aparelho na boca que, dependendo do que for fazer, pode prejudicar muito a sua respiração, até pela dificuldade de inspirar e expirar o ar”, explica o educador físico.
O que dizem os estudos
Um estudo publicado em 2021 e indexado na base científica PubMed, com atletas amadores, verificou que o uso de um modelo termomoldável reduziu o consumo máximo de oxigênio (VO₂ máx) e a distância percorrida em teste de 20 metros por boxeadores: o VO₂ máx caiu de 56,31 para 54,12 mL/kg/min (-4,4%) e a distância, de 2.572 m para 2.380 m. Em outras palavras, usar o protetor bucal não parece favorecer a capacidade aeróbica máxima.
Por outro lado, em estudos com protetores personalizados — feitos sob medida por dentistas — os resultados foram menos negativos. Uma pesquisa com 13 participantes mostrou que, mesmo com pequenas diferenças na ventilação e no tempo de inspiração, o desempenho físico não se reduziu com o uso do protetor bem ajustado.
Há também evidências de que, em exercícios de força ou potência, modelos personalizados podem até melhorar picos de força ou aceleração explosiva, como observado em testes de supino balístico — uma variação do supino tradicional em que o atleta empurra a barra de forma explosiva, buscando gerar o máximo de potência.
O que isso significa para quem treina musculação
Faz sentido usar protetor bucal quando há risco de impacto direto na face, como em esportes de contato (boxe, muay thai, futebol americano). Já para treinos de musculação, corrida ou ciclismo — em que a respiração e a ventilação são cruciais — pode haver desvantagens. O uso do protetor pode aumentar a resistência das vias aéreas ou dificultar a inspiração e a expiração, como demonstrado no estudo.
Conclusão e recomendação
O protetor bucal é indispensável para proteger dentes e mandíbula em esportes de contato, mas pode ser dispensado em atividades sem risco de impacto direto — a menos que haja motivos específicos para o uso (como bruxismo). Na dúvida, a recomendação é conversar com um profissional de educação física ou com um dentista esportivo antes de incorporar o acessório à rotina de treinos.
Como escolher e cuidar do seu protetor bucal
Se o seu treino exige o uso do acessório, prefira um modelo feito sob medida por um dentista — ele se ajusta melhor e não compromete a respiração. Evite protetores genéricos, que costumam ser grandes e desconfortáveis. Após o treino, lave o item com água e sabão neutro e guarde-o em um estojo ventilado. Um protetor limpo, bem ajustado e usado com orientação profissional é o que garante segurança — sem comprometer a performance.
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