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É de Comer

Chocolate sem cacau? USP desenvolve alternativa sustentável com origem na cerveja

Resíduos agroindustriais podem ser usados para substituir cacau no chocolate e driblar a crise na produção do fruto provocada pelo aquecimento global

É de comer|Camé MoraesOpens in new window

Pesquisadores da USP desenvolvem chocolate a partir de malte de cerveja @ehdecomer

Já imaginou saborear um chocolate delícia que não leva um grão sequer de cacau? Pois é exatamente isso que uma equipe da USP está propondo: um novo tipo de chocolate feito com ingredientes alternativos e usando o mesmo malte de cevada que dá origem à sua cervejinha gelada!

A ideia pode parecer estranha à primeira mordida, mas o resultado é surpreendente, garantem os pesquisadores: uma formulação em pó 100% vegetal, criada a partir de resíduos da agroindústria, que imita com louvor o sabor e a textura do chocolate tradicional.

O malte de cevada torrado, aquele mesmo que dá aquele gostinho tostado nas cervejas escuras. Ele traz notas que lembram café, caramelo e, claro, chocolate amargo! Quando moído, misturado a ingredientes como manteiga de cacau, leite em pó ou adoçantes, ele se transforma em um “chocolate alternativo” com personalidade própria.

E o melhor: além de gostoso, esse chocolate é sustentável, mais nutritivo e mais barato de produzir!


🟤 Sabor com propósito:

  • Notas terrosas e tostadas que lembram cerveja escura;
  • Potencial amargor equilibrado;
  • Produzido com bagaço de malte — um subproduto da indústria cervejeira que normalmente iria pro lixo.

Quem lidera a pesquisa é a professora Suzana Lannes, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP. Segundo ela, o produto tem mais fibras, prebióticos e é uma alternativa mais barata.

“Nossa solução é simples, sustentável, saudável, inovadora, de baixo custo”, revelou a este blog.


 “São ingredientes obtidos do reaproveitamento de subprodutos da indústria alimentícia que juntos e em combinações variadas formam misturas que impõem nas formulações de produtos como “chocolate” com características do chocolate ao leite. Também podem ser utilizadas em outras formulações substituindo o liquor de cacau ou cacau em pó”, completa.

🍫 Por que repensar o cacau

O Brasil já foi um dos maiores produtores de cacau do mundo, com destaque para a Bahia. No entanto, a produção enfrentou desafios, como a praga conhecida como “vassoura-de-bruxa”, que reduziu drasticamente a produtividade. Em 2022, o Brasil produziu 270 mil toneladas de cacau, sendo o sétimo maior produtor mundial.


Mas os desafios não são somente nacionais. O relatório trimestral da Organização Internacional do Cacau, estimou um déficit na produção global de cacau para 2025 - queda agravada por fatores climáticos e crise na produção do fruto na Costa do Marfim, Gama, Camarões e Nigéria. Com o impacto na indústria, fica evidente a necessidade de recorrer a alternativas mais sustentáveis e baratas.

🌱 Alternativas ao cacau: inovação e sustentabilidade

Além do chocolate cervejeiro da USP, algumas alternativas ao cacau têm ganhado destaque. O “cupulate”, por exemplo, é um doce semelhante ao chocolate, feito a partir do cupuaçu, fruta típica da Amazônia. Ele possui sabor e textura parecidos com o chocolate tradicional, mas sem cafeína e teobromina, além de ser produzido de forma orgânica e com menor custo.

Com essas iniciativas, o futuro do chocolate pode ser mais diversificado, sustentável e saboroso. E aí, você toparia experimentar um chocolate feito com cevada?

Me segue lá no meu insta, o @ehdecomer.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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