Oktoberfest: como é participar da maior festa da Alemanha
A cada ano, o evento se supera, seja pela animação contagiante, pelas atrações tradicionais ou simplesmente pela alegria que toma conta de Munique

Tem festa que a gente simplesmente não consegue deixar de voltar — e a Oktoberfest é uma delas. Essa é a terceira vez que participo da maior celebração da cerveja do mundo, e posso garantir: cada edição é uma nova descoberta. A cada ano, o evento se supera, seja pela animação contagiante, pelas atrações tradicionais ou simplesmente pela alegria que toma conta de Munique.
Para quem nunca foi, é difícil explicar o tamanho dessa experiência. A cidade inteira entra no clima: metrôs decorados, moradores e turistas vestidos com trajes típicos indo trabalhar e barris de cerveja desfilando pelas ruas na abertura da festa. É como se a Baviera inteira decidisse pausar o tempo por duas semanas, de 21 de setembro a 6 de outubro de 2025, só para brindar à vida. E, mesmo depois de tantas visitas, eu ainda me surpreendo com a energia única que só a Oktoberfest tem.
A edição de 2025 foi ainda mais vibrante, com desfiles tradicionais e um clima de celebração que mistura passado e presente de forma perfeita. É impossível não se deixar levar por essa atmosfera — e, claro, pela primeira caneca de cerveja do dia.
A chegada
Assim que você pisa no Theresienwiese, o parque que abriga a festa, já sente o clima no ar. São milhares de pessoas vestidas com lederhosen (para eles) e dirndl (para elas), todas prontas para brindar.
Muita gente me pergunta: é obrigatório usar os trajes típicos para visitar a Oktoberfest? A resposta é não! Você pode ir com roupa normal, mas a verdade é que, quando vê todo mundo caracterizado, acaba querendo entrar no clima também. É divertido, rende fotos incríveis e faz parte da magia do evento.
A cerveja: gelada, servida em litros e… nada barata
Aqui, a cerveja é coisa séria — e também vem com uma regrinha importante: se você não estiver sentado em uma mesa, não será atendido pelo garçom. Então a dica é simples e valiosa: faça amizade com quem já está na mesa ou conseguiu uma reserva. É o típico caso em que um “Prost!” bem colocado pode render não só companhia, mas também um espaço garantido e um caneco cheio. 🍺
Cada caneco (ou “Maß”) tem um litro, e cada tenda serve apenas a sua própria marca — das tradicionais Paulaner, Spaten, Hofbräu e Augustiner às mais artesanais.
E já aviso: prepare o bolso. Em 2025, o preço da caneca de um litro varia entre 14,50 € e 15,80 € — o equivalente a cerca de R$ 85 a R$ 95. Sim, é um investimento, mas vale cada centavo. Além da bebida em si, você está pagando por toda a atmosfera dentro das tendas: música ao vivo, garçons ágeis equilibrando dezenas de canecos e uma alegria coletiva que é impossível de descrever.
A boa notícia é que todas as cervejas são deliciosas. A má é que, depois do segundo caneco, o alemão já começa a sair meio enrolado… inclusive o meu! 😄
E uma curiosidade: é preciso reserva pra beber nas tendas? Não necessariamente! Dá pra entrar mesmo sem ter mesa reservada, especialmente se você chegar cedo. As reservas são recomendadas pra grupos grandes e horários de pico, mas sempre há áreas livres por ordem de chegada. E muitas vezes, dividir uma mesa com desconhecidos acaba rendendo novas amizades — e brindes inesperados!
A comida: mais do que salsichas e pretzels
Engana-se quem pensa que a Oktoberfest é só cerveja. A gastronomia bávara é uma atração à parte — e um verdadeiro paraíso para quem ama comida típica alemã. Tem joelho de porco crocante, batatas gratinadas, chucrute e, claro, os pretzels gigantes, perfeitos pra acompanhar a cerveja.
Mas o que realmente impressiona é a variedade de salsichas. Não dá pra ir embora sem provar algumas das mais populares, como a Käsekrainer (recheada com queijo derretido e, confesso, minha preferida! Foi a que provei e acabei me apaixonando pelo sabor e pela cremosidade), a Riesenbratwurst (maior e mais temperada), a Holzfäller (com sabor defumado), a Leberkässemmel (uma espécie de pão com carne de porco prensada, super típica da Baviera) e a Warme Schnitzel-Semmel, o clássico filé empanado servido dentro do pão — ideal pra comer andando pela festa.
E pra quem quer variar do porco e da salsicha, tem até uma barraca que serve Flammlachs am Buchenfeuer gegart — um salmão grelhado lentamente no fogo de lenha de faia. O cheiro já entrega de longe onde fica o estande, e o sabor… bom, é daqueles que você não esquece.
As tendas: o coração da festa
A Oktoberfest tem nada menos que 17 grandes tendas e 21 tendas menores, cada uma com seu estilo e especialidade. Entre as grandes, destaco a Augustiner Festzelt, famosa pela cerveja servida direto de barris de madeira; a Armbrustschützenzelt, onde acontecem competições de tiro com besta; a Fischer-Vroni, que serve pratos de peixe deliciosos; e a Hacker-Festzelt, que pra mim é a mais bonita de todas — o teto azul imita o céu da Baviera e cria uma atmosfera mágica.

Entra ano, sai ano, mas a minha preferida continua sendo a tenda da Hacker. É lá que eu sempre acabo voltando — seja pela música animada, pela decoração encantadora ou pelo clima mais descontraído. Mas atenção: a Hacker é uma das tendas mais concorridas da Oktoberfest. Se quiser entrar, chegue cedo: uma vez que o aforo é completado, as portas são fechadas e ninguém mais entra. Se você não conseguir passar pela entrada principal, tente as portas laterais menores, mas atenção, elas também têm segurança. Uma vez dentro, evite sair, porque depois pode ser difícil entrar novamente.
Entre as menores, vale conhecer o Café Kaiserschmarrn, ótimo pra uma pausa doce, e a Ammer-Hühner und Entenbraterei, que serve frango e pato assados de dar água na boca.
Dicas essenciais para aproveitar a Oktoberfest
- Leve um saco de lixo: ele serve pra colocar suas jaquetas, já que é outono e faz frio, e ajuda a não molhar suas roupas se algum caneco derramar cerveja.
- Dinheiro em espécie: muitas barracas não aceitam cartão, embora haja caixas eletrônicos disponíveis para saque.
- Gorjeta do garçom: normalmente eles cobram a cerveja mais a própria gorjeta do garçom, então esteja preparado.
- Evite sair de tendas concorridas: uma vez dentro, se você sair, pode ser difícil conseguir entrar de novo. E se não conseguir pela porta da frente, tente as portas laterais, mas atenção à segurança.
Com milhões de visitantes todos os anos, a Oktoberfest tem lotação máxima, especialmente nas tendas. Quando uma delas atinge a capacidade, ninguém entra até que alguém saia — e isso pode demorar. Por isso, se quiser garantir lugar, vá cedo.
E se você busca uma experiência mais tranquila, os melhores dias para ir à Oktoberfest são durante a semana, especialmente de terça a quinta. As filas são menores, o ambiente é mais relaxado e dá pra curtir tudo com calma — perfeito pra quem quer aproveitar os detalhes sem pressa.
As bandas tocando ao vivo dentro das tendas são um espetáculo à parte. Mesmo que você não fale uma palavra de alemão, vai acabar cantando junto e dançando de braços dados com desconhecidos. É impossível não se contagiar. E o mais bonito é ver gente do mundo todo celebrando a mesma coisa: alegria, tradição e boas companhias.
O que mudou em 2025
Essa edição trouxe novas medidas sustentáveis — copos reutilizáveis, mais opções veganas nos cardápios e transporte público reforçado. Também percebi uma vibe mais familiar, com espaços dedicados às crianças e áreas mais tranquilas. A Oktoberfest está se reinventando, sem perder sua essência.
Voltar à Oktoberfest é como rever um velho amigo: você já conhece o roteiro, mas sempre se surpreende. É uma experiência que mistura tradição, festa e cultura — e, no fim, te deixa com vontade de repetir o brinde no próximo ano.
Prost! 🍻 Até a próxima edição — porque tenho certeza de que não vai ser a última.
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