Ilha do Combu: uma aventura remando em meio a água doce, igarapés e mata
A caminhada curta nos levou a uma garagem de barcos. Não. Uma garagem de canoas. Mais. Uma garagem de canoas havaianas. Sim! Foi assim que fomos a Combu!

A Ilha do Combu fica em frente a Belém, cercada pelas águas da Baía do Guajará. Essa frase, por si só, já seria inimaginável para mim: ter esse conhecimento, saber dessas coisas, os nomes desses lugares. Para o belenense que, por ventura, estiver lendo isso deve soar como idiotice. Mas não é. São lugares novos aos meus olhos e ouvidos.
O Combu é uma atração turística. Já havia ouvido falar de lá desde os primeiros dias em que estava em Belém: “Tem que visitar o Combu, os restaurantes são bons, o lugar é lindo.”
Sim. É verdade. A mais pura verdade. O lugar é lindo. Acontece que não conheci o Combu apenas como turista. Não pegamos um barco e fomos. Não paramos para comer em um restaurante. Fizemos mais.
Era de manhã quando o carro de aplicativo entrou no Espaço Náutico Marine Club. Ao lado do portão, um outro. Esse outro me chamou ainda mais a atenção: “Caraca, tô do lado da Federal do Pará!”

Tudo é novidade quando se está conhecendo um lugar. Perceber que, do nada, vim parar em frente a UFPA me deixou animado. Nunca estudei em universidades e colégios públicos. Respeito muito quem passou por esses lugares. Necessários!
Estava sol e a porta do carro estava quente, mesmo por dentro. Saímos. O porteiro nos deu a direção. Fomos.
A experiência que eu tenho de entrar em uma marina é, logo de cara, sentir o cheiro de sal que permeia o ar. Mas aqui a água é doce. Meu nariz estranhou. O que meus olhos viam não combinavam com cheiro do ar. Interessante.
A caminhada curta nos levou a uma garagem de barcos. Não. Uma garagem de canoas. Mais. Uma garagem de canoas havaianas. Sim! Foi assim que fomos para o Combu!
Instruções dadas. Uma mini aula ministrada já de pés descalços e coletes vestidos. Cada um com seu remo. Fomos para a canoa.
Comprida, imponente. Mas também elegante, esguia. Entramos. Mais algumas breves instruções. Remamos.

A travessia da Baía do Guajará. Parece nome de livro. Nome de um conto bem escrito. Um tom de aventura. E foi! Sorrindo, remei. Ouvindo o guia, olhei para cima. Vendo o céu, inspirei. Respirando o ar cheio de cheiro de doce da água, remei e remei e remei.
Já perto da ilha, entramos no igarapé Combu. E fomos. Agora cercados pela mata. “Jacaré! Tem aqui?” A pergunta que não é para ser feita instigou a resposta que não deveria ser dita: “Se tem, calma, que o povo daqui mata pra comer.”
Remei e remei. E o verde me engoliu. Os sons da cidade, muito lá atrás, lá do outro lado da baía, evaporaram. Éramos nós e a canoa e a mata. (E o jacaré talvez.)
Remar no meio das águas que cortam o Combu foi daquelas experiências simples, mas que importam demais.
Aprendi um pouco sobre maré (ela que manda em tudo - ok, na verdade, é a lua que manda na maré), aprendi um pouco sobre o remo, sobre postura na canoa e também sobre o comando sonoro que o guia dá, sobre a resposta sonora que os outros remadores precisam dar diante do comando.
Mas foi o cheiro que mais me pegou. A falta da água salgada. A fartura de água doce. Água turva esverdeada cercada pelo verde da mata.
Na volta, Belém estava nos esperando. Os prédios altos. O concreto interrompendo a Amazônia. Linda Belém.
Remei e voltei sem sal nenhum no corpo. Aprendi enfim que há marinas de todos os tipos. Umas doces, outras salgadas. Parece bobagem, não é. Estou mudando as minhas referências. Que bom!
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