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Passeio do Trem da Serra do Mar Paranaense é obrigatório para quem vai a Curitiba

Ferrovia de 130 anos corta a Serra do Mar rumo à charmosa cidade histórica de Morretes

Viagens|Por Miguel Arcanjo Prado, editor de Cultura do R7

Encantados com a paisagem da ferrovia nas alturas, turistas tiram fotos da Serra do Mar Paranaense
Encantados com a paisagem da ferrovia nas alturas, turistas tiram fotos da Serra do Mar Paranaense

Quem planeja passar alguns dias em Curitiba precisa estar atento a um charmoso passeio que sai diariamente da capital do Paraná rumo ao litoral, cruzando a Serra do Mar sobre trilhos históricos: o Trem da Serra do Mar do Paraná. Vale a pena reservar um dos dias da viagem só para este roteiro imperdível, repleto de história e sabores.

O frenesi já começa na manhã, em plena plataforma da Estação Ferroviária de Curitiba, onde os turistas aguardam, ansiosos, a chegada do trem. Enquanto o apito não soa, compram lembrancinhas e aproveitam o tempo para tirar fotos da maquete com a estrada de ferro do Paraná no centro do saguão. Mas logo o trem administrado pela Serra Verde Express chega, e a movimentação começa.

Crianças ficam excitadas e os casais, mais românticos. Cada qual ruma para seu respectivo vagão. São 21 no máximo, podendo transportar mais de 1.000 passageiros por viagem.

Há opções de pacotes para todos os gostos e bolsos, desde o vagão econômico até à majestosa litorina luxo, praticamente uma primeira classe do Titanic sobre trilhos e eleita pelo nova-iorquino The Wall Street Journal como "um dos três passeios de luxo sobre trilhos mais interessantes do mundo".


Logo o trem sai, bem devagar, deixando para trás a paisagem urbana de Curitiba para se embrenhar na Serra do Mar Paranaense pela ferrovia inaugurada há exatos 130 anos. São três horas de viagem, podendo se estender mais um pouco, caso o trem precise fazer paradas, de acordo com a movimentação na ferrovia. Mas não há pressa.

Trem do Paraná passa pela Ponte São João, um dos pontos mais famosos da ferrovia construída há 130 anos
Trem do Paraná passa pela Ponte São João, um dos pontos mais famosos da ferrovia construída há 130 anos

A dica é relaxar e aproveitar a paisagem deslumbrante pelas janelas panorâmicas. Os viajantes não tiram o olho delas um só instante. Afinal, a exuberância da mata atlântica se impõe, assim como a serra, com seus cumes imponentes, cachoeiras e precipícios.


O simpático guia do vagão dá as dicas de quando e onde tirar as melhores fotografias, como a Ponte São João, com seus 55 metros de extensão, e o Viaduto do Carvalho, sobre o qual o trem parece flutuar. A ferrovia ainda passa pelo túnel Roça Nova, com 457 metros de extensão, o que gera faniquito nos pequeninos.

Barreado, o prato típico do Paraná


Na classe executiva, na qual viajou o R7, há serviço de bordo com bebidas à vontade e lanche. O bom é fazer só um aperitivo, já que na chegada do trem na charmosa Morretes, em pleno horário de almoço, os restaurantes locais aguardam os visitantes com o barreado à mesa, o prato típico do Paraná. Com tradição de mais de 300 anos, é composto de carne cozida com especiarias em panela de barro, acrescida de uma generosa porção de farinha branca, acompanhada de banana. Portanto, reserve espaço para a fartura que o prato pede.

Outro charme da chegada a Morretes é a presença na plataforma de vendedoras de balas de banana e chips de banana e mandioca. Elas ficam eufóricas quando os turistas desembarca e oferecem, timidamente, seus produtos. Não deixe de comparar alguns pacotes e colaborar com a economia local.

Morretes e Antonina

No mais, aproveite o dia para conhecer Morretes, uma charmosa cidade histórica fundada em 1721 à beira do rio Nhundiaquara, que em tupi-guarani significa peixe do buraco. As lojinhas de artesanato são muito concorridas, assim como seus bares, sorveterias e restaurantes.

Também é uma boa pedida dar uma esticada até a vizinha Antonina, outra cidade colonial ainda mais antiga, fundada em 1714. No ano seguinte, foi construída a imponente Igreja da Matriz Nossa Senhora do Pilar, defronte ao Porto de Antonina e até hoje principal referência do local, ao lado da movimentada praça Coronel Macedo, rodeada de charmosas pousadas e restaurantes onde também o barreado e porções de frutos do mar são os destaques.

Quem tiver tempo extra, pode optar por se hospedar alguns dias em Morretes ou em Antonina, ou ainda fazer os passeios turísticos oferecidos na região — um dos mais pedidos é a visita à Ilha do Mel, onde também há opções de hospedagem e gastronômicas.

Quem preferir apenas o passeio de um dia, pode optar por voltar a Curitiba no próprio trem, que sai à tarde, ou então subir de volta a serra em vans pela estrada da Graciosa — esta viagem é bem mais rápida e dura cerca de uma hora.

Fazer o passeio do Trem da Serra do Mar Paranaense é voltar a uma época em que o tempo parecia dilatado, e tudo estava rodeado por uma aura de calma, romantismo e sabores autênticos.

Informe-se sobre os valores e horários do Trem da Serra do Mar Paranaense

*O jornalista Miguel Arcanjo Prado viajou a convite do Festival de Teatro de Curitiba e da Serra Verde Express.

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